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Política

- Publicada em 29 de Dezembro de 2015 às 19:04

Conversas de celular mostram José Dirceu discutindo ministérios de Dilma em 2014

Quinze dias após a presidente Dilma Rousseff (PT) ser reeleita no segundo turno da disputa presidencial em 2014, o ex-ministro da Casa Civil condenado no mensalão José Dirceu (PT) discutia com interlocutores petistas as indicações dos ministérios do segundo mandato da presidente e previa dificuldades para Dilma. As revelações foram encontradas em mensagens de WhatsApp no celular do ex-ministro apreendido pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
Quinze dias após a presidente Dilma Rousseff (PT) ser reeleita no segundo turno da disputa presidencial em 2014, o ex-ministro da Casa Civil condenado no mensalão José Dirceu (PT) discutia com interlocutores petistas as indicações dos ministérios do segundo mandato da presidente e previa dificuldades para Dilma. As revelações foram encontradas em mensagens de WhatsApp no celular do ex-ministro apreendido pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
"Têm que ser nomes com visibilidade e aceitação na sociedade em amplos setores de cada área, senão não acabará bem esse mandato", avaliou Dirceu em diálogo com a historiadora e militante petista Maria Alice Vieiras em 10 de novembro de 2014. Na época, o ex-ministro ainda cumpria em regime domiciliar sua pena de sete meses e 11 anos de prisão por corrupção no mensalão, e a ex-ministra e senadora Marta Suplicy estava prestes a deixar o Ministério da Cultura e, posteriormente, o próprio PT.
Ex-assessora política do ex-ministro, Maria Alice conversava com ele sobre diversos assuntos políticos nessa época e também articulava o contato do ex-ministro com colegas e políticos. Na ocasião, eles conversaram sobre a saída de Marta da pasta e a possibilidade de ela deixar o PT para disputar a prefeitura de São Paulo em 2016, o que acabou ocorrendo.
"Falei com Fernando sobre cultura e ele citou Samuel Guimarães. Viu que Marta já fala em ir para outro partido, disputar a eleição em 2016", exclamou o ex-ministro.
"Por aqui o que se diz que ela no PT disputará prévias com (Fernando) Haddad, uma loucura. Por que mesmo que todos esses processos são tão mal encaminhados?", indaga Maria Alice.
"Não acredito que o PT aceitará e cometerá de novo esse erro", responde o ex-ministro. "Ele e ela se desentenderam pelo visto, e muito, no passado", segue o petista, que, mesmo afastado da vida política e cumprindo sua pena no mensalão, discute nomes com Maria Alice, chega a sugerir o nome do ex-prefeito de Ouro Preto (MG) Angelo Oswaldo e pede para Maria Alice falar com os petistas de Minas sobre o assunto.
Um dia após o diálogo, Marta Suplicy deixou oficialmente o Ministério da Cultura, pasta assumida por Juca Ferreira, e em abril de 2015, ela se desfiliou do partido com duras críticas ao PT, fortemente desgastado com os desdobramentos da Lava Jato, que apontam o partido como um dos principais beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.
Em setembro de 2015, ela se filiou ao PMDB, sendo uma das principais cotadas para disputar a Prefeitura de São Paulo pelo partido. O conteúdo das mensagens confirma o que já havia informado a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo em junho deste ano, que afirmava que Dirceu, embora afastado oficialmente da política, ainda acompanhava as movimentações do PT.
O criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro, afirmou que "Dirceu foi condenado no mensalão, mas não está morto, o direito de atuar politicamente não lhe foi tirado, portanto é obvio que o mesmo mantinha contatos com amigos".
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