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Política

- Publicada em 27 de Dezembro de 2015 às 17:55

Delcídio perde a base eleitoral após a prisão

Possível delação premiada de Delcídio do Amaral ameaça o governo

Possível delação premiada de Delcídio do Amaral ameaça o governo


JONAS PEREIRA/AGENCIA SENADO/JC
Considerado o político mais promissor de sua geração em Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT) viu esfarelar a sua base eleitoral após ser preso em um desdobramento cinematográfico da Operação Lava Jato.
Considerado o político mais promissor de sua geração em Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT) viu esfarelar a sua base eleitoral após ser preso em um desdobramento cinematográfico da Operação Lava Jato.
Logo depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter decretado sua prisão, o escritório político do senador em Campo Grande foi fechado, e a maior parte dos funcionários, dispensada. Seu único irmão, Ramão do Amaral, esteve em Campo Grande e levou a mulher e as duas filhas de Delcídio para o apartamento dele em Florianópolis, como forma de proteger a família do assédio a que vinham sofrendo na capital do Mato Grosso do Sul.
Operadores políticos do PT e do PMDB, principal antagonista dos petistas desde os anos 1990, acreditam que a gravação em que o senador aparece tramando um plano para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró (incluindo providenciar fuga para a Espanha) não apenas tornou a cassação do mandato uma questão de tempo, como precipitou sua carreira política a um beco sem saída. Cerveró e Delcídio trabalharam juntos entre 1999 e 2001, quando este último foi diretor de gás da Petrobras, e o primeiro, seu principal subordinado. A tese do blefe não colou no STF, que manteve a prisão do senador.
Em Brasília, uma delação de Delcídio passou a ser vista como cada vez mais plausível diante da falta de perspectiva de ele deixar a prisão e do tom duro usado pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão (SP). Em Campo Grande, a hipótese ganha força: com o fim da carreira política, Delcídio passou a ser considerado um homem sem nada a perder.
A colaboração com a Justiça do político mais graúdo preso pela Lava Jato voltou a ser especulada após Delcídio contratar, neste mês, o advogado Figueiredo Basto, um dos principais especialistas em delação. O advogado, porém, já negou a intenção de realizar o acordo. Não teria sido o primeiro suborno: o delator também implica ao petista pagamento de US$ 19 milhões da Alstom durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC, PSDB). O senador nega as acusações. A eleição de 2014 deixou feridas ainda abertas. Favorito para o governo, Delcídio costurou, por mais de um ano, uma aliança branca com o tucano Reinaldo Azambuja. A equação visava que Delcídio saísse para o governo e o PT não lançasse candidato forte ao Senado para favorecer a eleição do tucano. O arranjo micou, porque a direção nacional do PT vetou a manobra, que poderia dar ao PSDB um pouco mais de musculatura no Senado. Sob FHC, foi indicado a diretor de gás da Petrobras como cota dos senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Jorge Bornhausen (ex-PFL-SC, atualmente no PSD).
Um dos coordenadores de campanha de Delcídio relatou que a proximidade com as empreiteiras era tanta que, ao vencer a eleição de 2002, foi comemorar a vitória na ilha do empresário Carlos Suares, da OAS, na Bahia. Ele também recrutou executivo da Camargo Corrêa para o seu gabinete em Brasília.
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