Fortunati promete concluir 80% das grandes obras viárias da Capital

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), promete deixar concluídas pelo menos 80% das grandes obras de mobilidade urbana até o fim de sua gestão, em 31 de dezembro deste ano. Resultantes de recursos liberados pelo governo federal com o ensejo da Copa do Mundo de 2014, e por isso chamadas de "obras da Copa", apenas uma delas, que envolvia a duplicação das avenidas Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) e Padre Cacique, foi concluída antes do início do torneio de futebol.

"A única obra que tínhamos para a Copa do Mundo era o entorno do (estádio) Beira-Rio, que era a única exigência do caderno de encargos da Fifa", disse Fortunati, em entrevista ao Jornal do Comércio.

Segundo o prefeito, as obras não eram "para a Copa". "Nós aproveitamos o ensejo para buscarmos recursos com juros extremamente baixos, prazo de pagamento e carência longos, aproveitando um recurso que, ou viria naquele momento, ou não viria mais. Está aí a prova: ninguém mais consegue fazer obra no País", pontua.

Neste ano, mais uma obra foi concluída. Em março, foi liberado o trânsito de veículos no viaduto São Jorge, no cruzamento das avenidas Bento Gonçalves e 3ª Perimetral. A última parte da obra ainda a ser entregue são as alças que permitirão conversões nos sentidos Zona Norte-Zona Leste e Zona Norte-Zona Central.

No entanto, outras oito obras ainda não foram entregues e têm prazos variados de conclusão, e outras duas ainda não foram iniciadas: a nova parada de ônibus na rodoviária, segundo a Secretaria Municipal de Gestão, está em fase de projeto e tem licitação prevista para o primeiro semestre de 2016; a trincheira da avenida Plínio Brasil Milano, uma das cinco obras ao longo da 3ª Perimetral, enfrenta problemas quanto à desapropriação de um terreno, não tendo previsão para início.

Entraves burocráticos são justamente o que Fortunati aponta para que os empreendimentos atrasem em sua finalização. "É muito simplista e rasteiro a gente falar em prazos sem levar em consideração as dificuldades que existem", afirma. "No caso da avenida Tronco, para quem olha somente o calendário, teríamos retirado à força 1,5 mil famílias que habitavam sobre o leito gravado da rua." O prefeito aponta o atraso como resultante do fracasso das duas primeiras licitações para a construção de habitações populares. "Isso fugiu ao controle da prefeitura. Agora, nosso papel é fazer com que sejam retirados os obstáculos para que (as obras) sejam concluídas", sustentou José Fortunati.