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Crise no governo

- Publicada em 14 de Dezembro de 2015 às 22:02

Fiesp anuncia apoio ao impeachment de Dilma

Aliado de Temer, Skaf justificou ato com pesquisa entre empresários

Aliado de Temer, Skaf justificou ato com pesquisa entre empresários


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
Uma das mais importantes entidades empresariais do Brasil, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciou ontem o apoio formal ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) que tramita na Câmara dos Deputados.
Uma das mais importantes entidades empresariais do Brasil, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciou ontem o apoio formal ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) que tramita na Câmara dos Deputados.
A medida, que é inédita na história da entidade, foi aprovada por unanimidade depois de uma reunião conjunta entre o conselho de representantes, a diretoria da Fiesp e a cúpula do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
"Essa posição oficial foi tomada devido ao momento em que chegamos. Se a situação continuar como está, o custo será muito alto para a nação", disse ontem o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), em entrevista coletiva.
Segundo ele, os motivos que levaram a entidade a ser favorável ao impedimento são o ajuste fiscal "que foi anunciado ao longo do ano, mas não foi feito"; a "perspectiva de estouro de orçamento no próximo ano"; e a "total falta de credibilidade do governo".
Skaf ironizou, ainda, que o governo "comemorou" o estouro das contas de 2015 e citou a redução dos empregos formais este ano. "O País está à deriva. Não observamos atitudes por parte da presidente no sentido de solucionar a crise e reduzir gastos."
Skaf é um dos principais dirigentes do PMDB paulista e o interlocutor do vice-presidente Michel Temer (PMDB) com o empresariado.
Para justificar a decisão, a Fiesp divulgou uma pesquisa com 1.113 empresas paulistas entre 9 e 15 de novembro. Segundo o levantamento, o impeachment é defendido por 91% dos empresários. Apenas 5,9% se disseram contra e 3,1% não responderam aos questionamentos. E 91,9% dos empresários defenderam que a Fiesp se posicionasse a respeito do processo de impedimento.

Presidente recebe carta de apoio de prefeitos de 16 capitais do Brasil

Dilma Rousseff recebeu documento durante encontro no Alvorada

Dilma Rousseff recebeu documento durante encontro no Alvorada


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC
A presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu, na tarde de ontem, apoio de prefeitos de 16 capitais, que assinaram uma carta em repúdio ao processo de impeachment. O documento foi entregue à presidente durante reunião no Palácio da Alvorada.
Seis prefeitos, entre eles Eduardo Paes (PMDB), do Rio de Janeiro, participaram do encontro. Embora tenham assinado o manifesto, os prefeitos de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), e de São Paulo, Fernando Haddad (PT), alegaram problemas de agenda e não compareceram.
A carta diz que Dilma tem demonstrado "retidão institucional e compromisso público no exercício de suas funções" e que a análise do pedido de afastamento da presidente pela Câmara dos Deputados se "inicia eivada de vícios".
Segundo o documento subscrito pelos prefeitos, "não há atos ou fatos que respaldem o início de um processo dessa natureza".
A peça que pede o afastamento de Dilma, segundo a carta, "se apoia em ilações e suposições que tentam sem consistência jurídica imputar responsabilidade à presidenta". Além de Paes, encontraram-se com Dilma os prefeitos de Palmas, Carlos Enrique Franco Amastha (PSB); de Macapá, Clécio Luís Vilhena Vieira (sem partido); de Campo Grande, Alcides Bernal (PP); de Fortaleza, Roberto Claudio Rodrigues Bezerra (PDT); e de Goiânia, Paulo Garcia (PT).
Dois ministros petistas acompanharam a reunião, Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria-Geral da Presidência).
Fortunati, um dos articuladores do encontro, perdeu o voo que saía de Porto Alegre e não pôde ir à reunião. A presidente chegou a ligar para Fortunati pedindo sua presença, mas a viagem não foi possível.
A carta entregue pelos prefeitos diz ainda que "as dificuldades pelas quais passa o Brasil não serão superadas a partir do desrespeito à ordem constitucional". Segundo eles, "um processo com essas características fere e desestabiliza o País". Por fim, os políticos dizem que o debate deve se apoiar no "resultado das urnas nas últimas eleições".