Duas semanas após ter sido preso pela Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) decidiu oferecer um acordo de delação premiada por sentir-se abandonado pelo PT.
Delcídio contratou o advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, que já atuou em mais de uma dezena de casos de delação na Lava Jato, entre os quais o do doleiro Alberto Youssef, o do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, e o do lobista Julio Camargo.
Delcídio foi próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e era o líder do governo da presidente Dilma Rousseff no Senado. Sua decisão de contar o que sabe em troca de uma pena menor era temida por círculos petistas justamente por causa dessa proximidade.
Se o acordo vingar, será a segunda delação mais rápida desde que a Lava Jato começou, em 17 de março do ano passado.
Só o ex-vereador Alexandre Romano, ligado a José Dirceu (PT), decidiu em menos de 15 dias fazer um acordo para tentar se livrar da prisão.
A reportagem apurou que Basto foi procurado pela mulher de Delcídio, Maika. A simples busca por esse escritório já indica a disposição de fazer delação, pois tanto Basto quanto seu parceiro, Adriano Bretas, atuam quase que exclusivamente em delações. Um dos advogados contou que a estratégia dos escritórios será definida após uma reunião na manhã de hoje em Curitiba (PR).