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Operação Lava Jato

- Publicada em 01 de Dezembro de 2015 às 22:15

Ministra rejeita habeas e mantém Delcídio preso

Delcídio Amaral negociou pagamento de R$ 50 mil a Nestor Cerveró

Delcídio Amaral negociou pagamento de R$ 50 mil a Nestor Cerveró


PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem habeas corpus em favor do senador e ex-líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral (PT-MS), que pedia a revogação da prisão do congressista. A ministra sequer analisou o mérito do pedido apresentado à Corte e não aceitou o habeas corpus por questões processuais: a falta de documentação mínima no pedido, como o decreto de prisão contra o senador, e porque ele foi apresentado por uma pessoa que não integra a defesa de Delcídio.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem habeas corpus em favor do senador e ex-líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral (PT-MS), que pedia a revogação da prisão do congressista. A ministra sequer analisou o mérito do pedido apresentado à Corte e não aceitou o habeas corpus por questões processuais: a falta de documentação mínima no pedido, como o decreto de prisão contra o senador, e porque ele foi apresentado por uma pessoa que não integra a defesa de Delcídio.
Delcídio foi preso na quarta-feira passada por suspeitas de atuar para impedir as investigações da Operação Lava Jato e para barrar o acordo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Cerveró foi apadrinhado por Delcídio no cargo de direção da petroleira e ameaçava contar detalhes do esquema de corrupção instalada na estatal.
Gravações feitas pelo filho de Cerveró, Bernardo, mostram Delcídio negociando o pagamento de R$ 50 mil mensais à família do ex-dirigente e até a fuga do ex-diretor para fora do país. Paralelamente, investigadores atribuem ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, o papel de bancar a mesada à família de Cerveró e pagar outros R$ 4 milhões ao advogado Edson Ribeiro, que atuava na defesa do ex-diretor e trabalhava para impedir a delação premiada.
Delcídio, Esteves e Ribeiro foram presos por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. A decisão individual do ministro foi confirmada por unanimidade pela 2ª Turma do STF.
Nas investigações, o nome de Delcídio Amaral foi citado pelo delator Fernando Baiano, que afirmou à força-tarefa da Lava Jato que o líder do governo teria recebido até US$ 1,5 milhão em propina na negociação da refinaria de Pasadena, no Texas. O dinheiro sujo teria sido utilizado na campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006.
Ontem, a Rede Sustentabilidade e PPS entraram com representação no Conselho de Ética pedindo investigação que pode culminar na cassação do mandato de Delcídio por quebra de decoro parlamentar.

Defesa não cogita fazer acordo de delação premiada, segundo assessor

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não pretende fazer acordo de delação premiada, segundo informou Eduardo Marzagão, assessor do parlamentar. "Ninguém, em segundo nenhum; nem advogado, nem familiar; ninguém nunca cogitou ou propôs a ele que fizesse delação premiada", afirmou Marzagão, tendo por base conversas com os advogados de defesa e com parentes do senador.
Os advogados de defesa pretendem apresentar ainda esta semana um "pedido de relaxamento" da prisão, sob a justificativa de que o senador em nenhum momento tentou obstruir as investigações que estão sendo feitas em decorrência da Operação Lava Jato.
Marzagão disse ainda que isso deve ser feito após o segundo depoimento do senador às autoridades, previsto para os próximos dias.
Na sexta-feira passada, Delcídio recebeu a visita da esposa, Maika do Amaral Gomez. Está prevista uma nova visita dela ainda nesta semana.
De acordo com o assessor, Delcídio tem sido "super bem tratado" na Polícia Federal, onde está preso desde o dia 25, após ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O senador tem dedicado parte do seu tempo à leitura.

Renan afirma que cabe aos partidos abrir processo contra o parlamentar

Cobrado pela oposição para encaminhar pedido de abertura de processo por quebra de decoro contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), jogou a responsabilidade nas mãos dos partidos.
Os líderes do PSDB, Rede e Democratas queriam que Renan encaminhasse ao conselho o mesmo ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre decisão do plenário de manter a prisão de Delcídio.
Na segunda-feira, foi aberto o quinto inquérito para apurar a participação de Renan nos desvios da Petrobras, na Operação Lava-Jato.
A Rede irá protocolar no conselho a representação pedindo a cassação do líder do governo preso semana passada. Deverá ser assinada por Marina Silva, como presidente do partido.
PSDB e Democratas também devem representar contra Delcídio, mas para tal representação valer, tem que ser assinada pelos presidentes dos partidos. Segundo Renan, pela forma do regimento, a iniciativa cabe às bancadas, aos partidos, como sempre aconteceu.
"Isso é um fato grave, surpreendeu a todos. Vou conversar com os líderes, mas o fundamental é que, se houver iniciativa, que seja dos partidos", respondeu Renan.
"Se os partidos não fizerem, evidentemente que caberá à Mesa fazê-lo. Mas o mais recomendável é que os partidos o façam, até porque eles estão dizendo que vão fazer isso", ponderou.

Petista se queixa de 'abandono' dos líderes do Congresso

Visivelmente abatido, preso desde quarta-feira passada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) tem demonstrado contrariedade com o fato de estar sendo "abandonado" pelas principais lideranças do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, com quem convivia até a semana passada.
O petista, detido numa sala adaptada na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) do Distrito Federal, tem recebido, quase que diariamente, advogados e integrantes do gabinete, com quem tem conversado nos momentos que dispõe para o "banho de sol". Os assessores têm mantido o petista informado sobre os desdobramentos do caso no Supremo e na imprensa.