Entrevista especial

Discordo totalmente do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB) quando afirma que o seu partido deve ter papel importante para solucionar crises no Brasil (entrevista especial, Jornal do Comércio, 21/12/2015). Isso porque pouco fez desde o governo José Sarney, quando teve a faca e o queijo na mão para fazer as reformas necessárias para moralizar a política, o Judiciário, a polícia, combatendo o contrabando e a corrupção. Os peemedebistas não fizeram nada nessas últimas três décadas. Só mamaram nas tetas dos governos, sempre gravitando em torno do poder, assumindo ministérios, secretarias, funções importantes, pois tinham maioria e poder para votar quaisquer projetos que viessem de encontro aos anseios da comunidade nacional. Sempre estiveram como agora: sem ideologia nem objetivos, a não ser estar junto e com o poder. Leonel Brizola (PDT) definia o PMDB não como partido, mas sim como um "frentão" para apoiar quem estivesse na presidência. (Ramiro Nunes de Almeida Filho, representante comercial, Porto Alegre)

Um filme bem intencionado, mas muito mal narrado, do ponto de vista da cronologia histórica, sobre Assis Chateaubriand, o popular Chatô. Eu era criança quando do império dos Diários e Emissoras Associados, até os anos de 1960. Eles tinham um jornal, uma TV pioneira em quase todas as capitais, além de rádios e a poderosa revista semanal O Cruzeiro, com o ferino colunista David Nasser. Para terem uma ideia, em Porto Alegre havia o Diário de Notícias, o jornal A Razão, de Santa Maria, as rádios Farroupilha e Difusora (depois Band) e a TV Piratini, a primeira na Capital. O filme começa com a coroação da rainha Elizabeth II, que foi em 1952. Chatô foi ser embaixador em Londres muitos anos depois. Não se entende bem o assassinato do major Rubens Vaz, da Aeronáutica, em Copacabana, nem o papel de Carlos Lacerda. E o sotaque grosseiro, duro, do personagem de Getulio Vargas é ridículo. Nenhum gaúcho fala daquele jeito. Uma boa ideia, num filme mal narrado. Quem viveu aqueles anos entendeu pouco. Quem não viveu, não entendeu nada. (Rosa Maria Centeno, Porto Alegre)

Nos idos de 1987, o então prefeito de Porto Alegre, Alceu Collares (PDT), criou os Ciems (idêntico aos Cieps, do Brizola, no Rio de Janeiro). Seu sucessor, Olívio Dutra (PT), quando assumiu a prefeitura, "extinguiu o turno integral" de escolas situadas em vilas populares. Coube ao secretário de Educação do município, o professor Eliezer Pacheco, justificar tão "meritória decisão"! Disse que "... governos populistas criam escolas de excelência, como se fossem laranjas de amostra!". Consequência colhemos, hoje, pelo alto índice de "insegurança e criminalidade", o resultado de tão "meritória decisão"! Sempre que se fecha a porta de escola, abre-se a porta de presídios e cemitérios. (Conceição Maria Rocha, professora, Porto Alegre)