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Opinião

- Publicada em 16 de Dezembro de 2015 às 17:20

Mercosul discursa, enquanto o mundo faz acordos

O acordo do Mercosul com a União Europeia era para ser fechado até dezembro de 2015, segundo anunciado há meses. Mas um acordo que é discutido há mais de 10 anos e vê outros países e blocos serem formados e terem sucesso não pode reclamar de quase nada.
O acordo do Mercosul com a União Europeia era para ser fechado até dezembro de 2015, segundo anunciado há meses. Mas um acordo que é discutido há mais de 10 anos e vê outros países e blocos serem formados e terem sucesso não pode reclamar de quase nada.
Por isso, espera-se pouco, muito pouco, da reunião do Mercado Comum do Sul, com a presença do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, neste fim de semana. A presidente Dilma Rousseff (PT), no meio de um turbilhão político com graves reflexos socioeconômicos no País, estará presente.
A cúpula do bloco será realizada domingo em Assunção e nela o Paraguai passará a presidência temporária ao Uruguai do presidente Tabaré Vázquez. Presentes o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, e Evo Morales, presidente da Bolívia, país em processo de adesão ao bloco.
O que não se pode negar é que o Brasil, maior economia do Mercosul, está penando com seus próprios problemas e quase nada de importante será tirado do encontro, salvo as declarações tradicionais e óbvias, com nenhum resultado prático.
A crise política e econômica brasileira afetou seu protagonismo em alguns blocos e fóruns. É o efeito de mudanças drásticas da economia mundial e, em consequência, o Brasil perdeu o ritmo das alianças que estavam sendo construídas antes da recessão econômica e dos problemas políticos do governo. Temos projeção de contração de 3,62% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e amargamos dois rebaixamentos de agências de classificação de risco.
Os Estados Unidos e mais 11 países que negociavam a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) chegaram a um consenso. Com isso, foi liberado o caminho para o maior acordo de livre-comércio da história. O pacto visa derrubar barreiras comerciais e estabelecer padrões comuns para os 12 países EUA, Canadá, México, Austrália, Brunei, Chile, Japão, Cingapura, Malásia, Nova Zelândia, Peru e Vietnã.
A TPP, que englobará 40% da economia mundial, contribuirá para uma reformulação da indústria, o que influenciaria desde o preço do queijo até o custo dos tratamentos de câncer.
O acordo estabelece reduções tarifárias para centenas de itens de importação, que vão desde carne de porco e bovina no Japão até caminhonetes nos EUA.
A parceria estabeleceu padronizações mínimas para temas diversos, como direitos trabalhistas e proteção ambiental, além de critérios para disputas entre governos e investidores estrangeiros, sem a necessidade de envolver os tribunais nacionais.
O presidente dos EUA, Barack Obama, comemorou o fechamento do acordo, afirmando que "reflete os valores norte-americanos, prioriza os interesses dos trabalhadores e permitirá ao país exportar mais produtos com o selo 'Made in America' para todo o mundo".
Enquanto isso, o Mercosul manterá a tradição de muitos discursos, frases de efeito, busca de "culpados" pelos atrasos socioeconômicos na região, especialmente "o império" os EUA, como são chamados pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Porém, com a guinada ocorrida nas eleições da Argentina e da Venezuela, os sinais indicam uma mudança de postura. O ex-presidente uruguaio José Mujica não gostou. Tanto que afirmou, em seu programa semanal de rádio "Hablando al Sur", que há campanha "dura e frenética" por parte da "extrema direita" com o objetivo de "criminalizar" Dilma, Lula e o PT. Seráverdade ou a janela esquerdista na América Latina está se esgotando?
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