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Clima

- Publicada em 27 de Dezembro de 2015 às 17:11

Após tirar 20 mil pessoas de casa, chuva para na Argentina

Presidente Mauricio Macri suspendeu suas férias e fez um sobrevoo nas áreas atingidas

Presidente Mauricio Macri suspendeu suas férias e fez um sobrevoo nas áreas atingidas


PRESIDENCIA/AFP/JC
O aumento do nível dos principais rios do Nordeste da Argentina, que deixou dois mortos e 20 mil deslocados, se estabilizou nas últimas horas de domingo devido a uma pausa nas chuvas, o que evitou novas retiradas. As inundações e cheias de rios provocadas pelas fortes chuvas dos últimos dias deixaram milhares de desabrigados também no Uruguai, no Paraguai e no Sul do Brasil.
O aumento do nível dos principais rios do Nordeste da Argentina, que deixou dois mortos e 20 mil deslocados, se estabilizou nas últimas horas de domingo devido a uma pausa nas chuvas, o que evitou novas retiradas. As inundações e cheias de rios provocadas pelas fortes chuvas dos últimos dias deixaram milhares de desabrigados também no Uruguai, no Paraguai e no Sul do Brasil.
"A altura do rio Uruguai no porto de Concordia nesta manhã (ontem), que era de 15,8 metros, permaneceu estável e, por isso, não houve necessidade de realizar novas evacuações", disse à imprensa local um porta-voz da Defesa Civil da cidade, situada na província de Entre Ríos. Concordia é a cidade argentina mais afetada pelas inundações, com um quarto de suas ruas cobertas pela água e mais de 10 mil pessoas deslocadas de suas casas.
O governo estabeleceu na cidade um comitê de crise, que ontem foi liderado pelo presidente Mauricio Macri. Ele suspendeu suas férias e se deslocou até Concordia para ver a situação e prestar solidariedade. Após um sobrevoou de helicóptero pela província de Entre Ríos, Macri fez menção à mudança climática como causa do desastre. "Ela é uma realidade contra a qual temos que estar todos comprometidos", disse. 
A pausa das chuvas as piores em cinco décadas também estabilizou o nível da água em Corrientes, Chaco, Formosa e Santa Fé, as outras quatro províncias afetadas, que somam no total mais 10 mil evacuados. As inundações na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Uruguai são parte dos efeitos do fenômeno climático El Niño, que segundo a ONU se acentuaria até o final do ano e poderia manter seus efeitos até o terceiro trimestre de 2016.
No Uruguai, as últimas informações do Sistema Nacional de Emergências apontavam 9.083 desabrigados, muitos deles na província de Artigas. O rio Quaraí, na fronteira com o Brasil, transbordou em vários pontos. No entanto, o país mais afetado é o Paraguai, onde 18 mil famílias estão desalojadas só na capital, Assunção. Mais de 100 mil pessoas que vivem em áreas ribeirinhas tiveram que deixar suas casas. 
 

Governo paraguaio decreta remoção de cidade inteira devido a enchentes

Fenômeno El Niño intensificou chuvas desta época do ano

Fenômeno El Niño intensificou chuvas desta época do ano


NORBERTO DUARTE/AFP/JC
As cheias no rio Paraguai fizeram o governo paraguaio decretar sábado a remoção de todos os 7 mil habitantes de uma cidade na fronteira com a Argentina. Alberdi, 150 quilômetros ao Sul de Assunção, fica em uma curva do rio Paraguai. Acostumados com as cheias, os ribeirinhos mantêm muros de contenção das águas, mas, neste ano, a força da correnteza está maior e a defesa ficou comprometida.
As chuvas típicas de verão, que enchem as águas dos rios no Paraguai e na Argentina nesta época do ano, foram intensificadas pelo fenômeno do El Niño, que aumenta a umidade na parte Sul do continente.
O governo está fazendo um trabalho de reconhecimento com as famílias de Alberdi para que deixem suas casas. No sábado, 110 famílias, moradoras das zonas mais baixas da cidade, aceitaram deixar suas casas. Elas foram alojadas em Formosa, cidade argentina que fica do outro lado do rio Paraguai. As demais estão sendo aconselhadas a, pelo menos, ir para partes altas da região.
No município paraguaio de Pilar, que também fica na beira do rio Paraguai, as águas subiram mais de nove metros e, com as chuvas, espera-se que ultrapasse a barreira dos dez metros nas próximas horas. As barreiras de contenção ali ainda estão preservadas, informou o governo. Mas o ministro de Obras Públicas, Ramón Gaona, em passagem pela região, afirmou à imprensa que a situação "está no limite".
Além da cheia, uma tempestade com ventos, na noite do dia 24 de dezembro, derrubou 26 torres de alta tensão, comprometendo o fornecimento de energia na maior parte do departamento de Ñeembucú, extremo Sul do país, área na qual vivem quase 80 mil pessoas e onde o rio Paraguai conflui com o rio Paraná.

Militares vão atender a população afetada por inundações no Norte da Inglaterra

Em York, pessoas foram retiradas de casa em botes infláveis

Em York, pessoas foram retiradas de casa em botes infláveis


OLI SCARFF/AFP/JC
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou ontem o envio de centenas de militares para ajudar as populações afetadas por inundações "sem precedentes" no Norte da Inglaterra, que deixaram centenas de desabrigados. As chuvas torrenciais nos últimos dias deixaram cidades e povoados sob as águas, obrigando a retirada de dezenas de pessoas em botes infláveis.
"Serão enviadas mais tropas", escreveu Cameron no Twitter após uma reunião sobre as operações que são realizadas por uma unidade do regimento do Duque de Lancaster, funcionários locais e voluntários da Cruz Vermelha. Cameron também disse que o dispositivo para se evitar inundações, muito criticado nas últimas semanas, será reavaliado detalhadamente." As barreiras contra as inundações, tanto permanentes como provisórias, tiveram um papel importante, mas ficou claro que, em alguns casos, foram superadas, e temos que analisar se é possível fazer algo mais".
O dirigente trabalhista encarregado de questões ligadas ao meio ambiente, Kerry McCarthy, exortou o governo a "investir na manutenção dos sistemas contra inundações no lugar de reduzi-los". Na zona afetada, a empresa Electricity North West trabalha sem pausa para restabelecer o fornecimento de energia em 6.500 lares que permaneciam sem eletricidade ontem.
Não houve mortos ou feridos, mas, de Yorkshire a Lancashire, centenas de pessoas foram retiradas diante dos efeitos das inundações. Em York, cidade turística na confluência dos rios Ouse e Foss, vários bairros foram alagados e automóveis ficaram sob as águas.
O pitoresco pub The Waterside, de 200 anos, em Manchester, desabou e parte de sua estrutura foi levada pelo rio Irwell. O aumento do nível das águas ameaçou o centro de Manchester, e a polícia teve que lidar com a ruptura de uma tubulação de gás e um pequeno incêndio que pode ter sido causado pela enchente.