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Internacional

- Publicada em 22 de Dezembro de 2015 às 15:29

Mercosul começa a pressionar Venezuela a libertar opositores

Argentina, na figura de Macri, é o país mais crítico em relação ao vizinho

Argentina, na figura de Macri, é o país mais crítico em relação ao vizinho


NORBERTO DUARTE/AFP/JC
Por iniciativa de Argentina e Paraguai, o Mercosul passou a fazer pressão contra a Venezuela na questão dos políticos opositores presos pelo governo de Nicolás Maduro. Na segunda-feira, durante a cúpula de Assunção, os países firmaram declaração especial ressaltando o compromisso de todos os membros com a promoção dos direitos humanos. O documento prevê criar uma comissão de monitoramento do tema.
Por iniciativa de Argentina e Paraguai, o Mercosul passou a fazer pressão contra a Venezuela na questão dos políticos opositores presos pelo governo de Nicolás Maduro. Na segunda-feira, durante a cúpula de Assunção, os países firmaram declaração especial ressaltando o compromisso de todos os membros com a promoção dos direitos humanos. O documento prevê criar uma comissão de monitoramento do tema.
A resolução foi tratada como um sinal de endurecimento dos países do bloco à Venezuela. É uma vitória de Paraguai e Argentina, que defendem que os países adotem uma posição mais crítica ao vizinho. O Brasil, por sua vez, voltou a indicar que manterá o silêncio sobre a polêmica.
No comunicado conjunto assinado por todos os países, nova derrota da Venezuela: os membros devem aderir "o mais brevemente possível" ao Protocolo de Assunção, de promoção dos direitos humanos. No Mercosul, somente o país governado por Maduro não é signatário desses princípios.
A diplomacia paraguaia, que elaborou a proposta, acredita que a iniciativa poderá abrir a possibilidade de punição da Venezuela por um instrumento mais simples do que a cláusula democrática, sugerida pelo presidente argentino, Mauricio Macri. Antes de ser eleito, ele sugeriu aplicar a cláusula, mas Brasil e Uruguai se posicionaram contra, afirmando que não havia sustentação jurídica para o dispositivo.
Na cúpula, Macri criticou abertamente a Venezuela. "No Mercosul, não pode haver lugar para perseguição política por razões ideológicas nem privação ilegítima da liberdade por pensar diferente. Quero pedir expressamente diante de todos os queridos presidentes do Mercosul a pronta liberação dos presos políticos na Venezuela."
Ele sugeriu que o país não vive uma democracia plena, apesar de ter eleições. "Minha visão sobre a democracia vai muito além de ir às urnas em certos períodos de tempo. A democracia é uma forma de vida e um pacto de convivência entre pessoas que pensam diferente."
No centro das discussões, Maduro cancelou a participação na cúpula na última hora e enviou a chanceler Delcy Rodríguez como representante. Ela respondeu com contundência às alegações de Macri, criando um barraco diplomático.
"Se vamos falar de direitos humanos de forma franca, como diz Macri, temos de fazê-lo com sinceridade. Não estou aqui como chanceler, mas como representante do povo venezuelano. O senhor está fazendo ingerência sobre um assunto da Venezuela. Está defendendo esta pessoa", disse Delcy, mostrando a foto de Leopoldo López, um dos políticos presos.
A chanceler mostrou ainda fotos de manifestações que, segundo ela, teriam sido promovidas de maneira violenta pela oposição. "Bazucas foram usadas nas manifestações de 2014. O senhor está defendendo esse tipo de manifestação, essa violência política", disse. Delcy ainda sugeriu que Macri protege militares que participaram da ditadura argentina (1976-1983).
 
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