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Internacional

- Publicada em 06 de Dezembro de 2015 às 22:58

Infrações marcam eleição no país

Locais de votação ficaram abertos uma hora a mais devido a incidentes

Locais de votação ficaram abertos uma hora a mais devido a incidentes


LUIS ROBAYO/AFP/JC
O sistema socialista construído por Hugo Chávez, na Venezuela, enfrentou ontem seu principal teste com a realização de eleições parlamentares em um ambiente marcado por irregularidades. Quase 20 milhões de pessoas estavam aptas a votar para escolher os 167 membros da Assembleia Nacional. Com os problemas, o horário de votação foi estendido em uma hora.
O sistema socialista construído por Hugo Chávez, na Venezuela, enfrentou ontem seu principal teste com a realização de eleições parlamentares em um ambiente marcado por irregularidades. Quase 20 milhões de pessoas estavam aptas a votar para escolher os 167 membros da Assembleia Nacional. Com os problemas, o horário de votação foi estendido em uma hora.
O abuso mais significativo foi a cobertura da TV estatal ao longo do dia em favor dos candidatos chavistas, numa violação da lei que proíbe propaganda após o término da campanha, encerrada na quinta-feira. O atual presidente da Assembleia Nacional e candidato à reeleição, Diosdado Cabello, pediu ao vivo votos para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
"Se os eleitores estão perdidos, que votem pelo PSUV, aí não tem erro", disse, aos risos, ao ser questionado sobre a pouca visibilidade dos candidatos da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). Opositores praticamente não tiveram acesso à TV estatal.
A reportagem presenciou duas outras irregularidades, ambas no centro de votação do parque Alí Primera, no bairro pobre de Catia, bastião chavista a oeste de Caracas. A primeira era a instalação de um "ponto vermelho", como são chamadas as mesas de assistência ao voto chavista, ao lado do portão do parque. A lei permite presença partidária, desde que esteja a pelo menos 200 metros do centro de votação. A segunda era a passagem frequente de carros de som com músicas chavistas.
Também houve relatos de abusos por parte da oposição, que teria distribuído material de campanha perto de centros de votação. Foi registrada, também, uma alta incidência de voto nulo. "Apertei na tecla, mas o comprovante da máquina deu nulo. E ainda ameaçaram me prender quando esbravejei", disse Martin Noguera, de 69 anos, após votar no bairro Las Acacias.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, minimizou o tema, que repercutiu nas mídias sociais. "Não é nada extraordinário nem massivo. É preciso ficar atento para ver exatamente o que aconteceu", afirmou.
Mais tarde, Tibisay anunciou a retirada das credenciais de acompanhantes da eleição dos ex-presidentes Jorge Quiroga (Bolívia), Andrés Pastrana (Colômbia) e Luis Alberto Lacalle (Uruguai) por violaram a lei eleitoral ao participarem de uma entrevista coletiva da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD). Pela legislação, os acompanhantes estrangeiros são proibidos de darem declarações sobre o processo eleitoral.
A ONG Transparência Venezuela relatou ao menos 11 casos de violação à liberdade jornalística. A oposição afirmou que iria reportar todos os casos à missão da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que acompanha o pleito.
Segundo pesquisa de novembro, do instituto Datanalisis, 63,2% dos eleitores tinham intenção de votar na oposição, enquanto 28,2% optariam pelos candidatos do governo. Com a situação atual, pela primeira vez em 16 anos, há a possibilidade de a oposição vencer.
 
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