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- Publicada em 29 de Dezembro de 2015 às 13:48

Cresce violência contra jornalistas, diz ONG; mortos em 2015 chegam a 110

Ao menos 67 jornalistas foram mortos em 2015 por razões ligadas ao exercício da profissão, divulgou nesta terça (29) a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em seu balanço anual sobre violência contra membros da imprensa.
Ao menos 67 jornalistas foram mortos em 2015 por razões ligadas ao exercício da profissão, divulgou nesta terça (29) a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), em seu balanço anual sobre violência contra membros da imprensa.
Outros 43 morreram por motivos ainda a serem elucidados. No total, 110 jornalistas foram mortos ao longo deste ano e 787 desde 2005 -um sinal, para a RSF, de que a violência deliberada contra jornalistas tem aumentado e que falharam as iniciativas de organismos internacionais para a proteção desses profissionais.
Segundo a ONG, o levantamento deste ano surpreende ao mostrar que dois terços das mortes ocorreram não em zonas de guerra, como em 2014, mas em países considerados em paz. Um exemplo desse fenômeno foi o ataque de 7 de janeiro de 2015 à redação da publicação satírica "Charlie Hebdo".
Na ocasião, oito jornalistas foram mortos por extremistas ligados a Al Qaeda. Os que sobreviveram hoje convivem com o temor de um novo atentado e vivem sob proteção policial.
Com o ataque ao "Charlie Hebdo", a França chegou ao terceiro lugar no ranking dos países onde ocorreram mais mortes de jornalistas em 2015, somente atrás de Iraque (11 mortos) e Síria (10 mortos).
A ONG também destacou as mortes de Kenji Goto -morto em 31 de janeiro pelo Estado Islâmico na Síria, quando trabalhava como repórter freelance-, dos blogueiros bengaleses Avijit Roy, Ananta Bijoy Das, Washiqur Rahman e Niloy Chakrabarti -mortos por facções extremistas em 26 de fevereiro, 30 de março, 12 de maio e 7 de agosto, respectivamente, após advogarem por tolerância e liberdade de expressão em seus blogs-, Rubén Espinosa -encontrado morto no México em 31 de julho, com marcas de tortura-, e Hindiya Mohamed -vítima de uma bomba plantada em seu carro por milicianos da facção Al Shabaab na Somália em 3 de dezembro.
O levantamento da RSF considerou que três jornalistas foram mortos no Brasil em 2015 por razões ligadas ao exercício da profissão.
Em 5 de março, o radialista paraguaio Gerardo Ceferino Servían Coronel, 44, foi morto na cidade fronteiriça de Ponta Porã (Mato Grosso do Sul). Amigos de Servían ouvidos pelo Comitê para Proteção dos Jornalistas desconfiavam que a morte estava relacionada a críticas feitas pelo jornalista a Marcelino Rolón, que até este ano era prefeito da cidade paraguaia de Zanja Pytã.
Em 22 de maio, o também radialista Djalma Santos da Conceição, 54, foi assassinado com ao menos 15 tiros em Conceição da Feira (Bahia). Ele comandava um programa em que comentava casos de polícia e atendia pedidos de ouvintes, como por cadeiras de rodas e colchões.
No dia 6 de agosto, Gleydson Carvalho apresentava ao vivo seu programa de rádio em uma estação de Camocim (Ceará) quando foi morto com três tiros na cabeça. Gleydson era conhecido por denunciar irregularidades cometidas por políticos da região. João Batista Pereira da Silva, tio do prefeito da cidade vizinha de Martinópole, James Martins Pereira Barros, o James Bell (PMDB), foi denunciado pelo Ministério Público como mandante do crime.
O levantamento da RSF não computou as mortes de jornalistas no Brasil cujas causas foram consideradas ainda não esclarecidas, como as de Evany José Metzker, 67, encontrado decapitado em Padre Paraíso (Minas Gerais), do radialista Israel Gonçalves Silva, morto a tiros em Lagoa de Itaenga (Pernambuco) e do blogueiro Ítalo Diniz, 30, assassinado em Governador Nunes Freire (Maranhão).
Folhapress
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