Brasil aprova primeira vacina contra dengue

O Brasil deu mais um passo na luta contra a dengue. Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a primeira vacina contra a doença no País, a Dengvaxia, da francesa Sanofi Pasteur. Ainda é preciso que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos defina o valor de cada dose, processo que dura, em média, três meses, mas não tem prazo máximo.

Inicialmente, o medicamento será disponibilizado para a rede particular de laboratórios. Definido o preço, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) vai avaliar se vale a pena incorporar o produto ao sistema público de imunizações, considerando custo, efetividade e impactos epidemiológicos e orçamentários.

A vacina é indicada para pessoas entre nove e 45 anos e protege contra os quatro tipos do vírus da dengue. Ainda não há dados suficientes que comprovem a segurança do uso em menores de nove anos, principalmente na faixa etária entre dois e cinco anos, bem como para pessoas com mais de 45.

A promessa da fabricante é de proteção de 93% contra casos graves da doença, redução de 80% das internações e eficácia global de 66% contra todos os tipos do vírus. Vale ressaltar, no entanto, que a vacina não protege contra a febre chikungunuya ou o zika vírus, também transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. O medicamento deve começar a ser vendido no primeiro semestre de 2016.

O imunizante será aplicado em três doses, com intervalos de seis meses. A partir da primeira, o produto protege quase 60% das pessoas. Depois de aplicadas as três doses, a proteção se mantém por anos.

Dados do ministério mostram que, até a primeira semana de dezembro, 839 pessoas morreram em decorrência da dengue, um aumento de 80% em relação a 2014. No começo do mês, o México foi o primeiro país a registrar a vacina contra a doença. Em seguida, o produto foi liberado nas Filipinas.