O que especialistas esperam do ano que se inicia para as marcas e usuários

Veja quais soluções e serviços devem predominar em 2016


O que especialistas esperam do ano que se inicia para as marcas e usuários

No embalo do novo ano, surgem algumas tendências que vão ditar o empreendedorismo em muitas frentes. Nos negócios, a colaboração ganha ainda mais força. Nos círculos sociais, o compartilhamento permanece como palavra de ordem.
No embalo do novo ano, surgem algumas tendências que vão ditar o empreendedorismo em muitas frentes. Nos negócios, a colaboração ganha ainda mais força. Nos círculos sociais, o compartilhamento permanece como palavra de ordem.
Ao mesmo tempo em que o indivíduo está no centro das coisas, o valor atribuído às ações de abrangência social poderá ressignificar o "umbiguismo" promovido pelo selfie.
Motivado pelas iniciativas de crowdfunding, empreender a partir de investimentos coletivos e interagir para desenvolver um novo negócio obtêm mais espaço em contraposição às iniciativas feitas individualmente, segundo a professora do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Aurora Carneiro Zen.
"As pessoas se unem cada vez mais para juntas acreditarem numa ideia, investirem e participarem da construção dela", diz.
Empreender vem, em 2016, acompanhado pela força de ações de impacto social. Ou seja, atrelado aos problemas coletivos que as ideias pretendem resolver.
"Temos vários aplicativos e negócios dedicados à resolução de problemas que são de todos. O próprio Uber é um exemplo disso, porque é uma solução de transporte com um custo mais baixo", comenta. Neste sentido, o empreendedor não pode mais ficar preocupado em abrir um negócio apenas como uma fonte para ganhar dinheiro, mas sim como uma iniciativa que vá transformar a sociedade.
No marketing digital, há a sigla SoLoMo - abreviação de Social, Local e Mobile. Por muito tempo considerado como "segunda tela" no Brasil, o smartphone em 2016 representa a consolidação do mobile.
"Hoje, já é a primeira tela do brasileiro", sustenta Rafael Terra, CEO da Fabulosa Ideia, que é especialista em Marketing Digital.
Com um conteúdo cada vez mais segmentado, a maioria das publicações das redes sociais são geolocalizadas, levando em conta o local e o contexto real time da audiência.
"Há menos planejamento, mas a intenção é a de fazer um marketing que seja efetivo naquele mesmo instante", situa Terra. E esse marketing deve ser pensado e direcionado para dispositivos móveis, uma vez que é a tecnologia que a gente dorme e acorda junto.
"O empreendedor brasileiro está mais preparado, pois já conhece o mercado e como gerar valor para si e para o consumidor", afirma Aurora.
Ela sustenta que este amadurecimento pode servir para que a elaboração do modelo de negócio passe a considerar também diferentes possibilidades de receita. "Sobretudo no Brasil há uma maior preocupação em estruturar bem um modelo de negócio", enfatiza a professora da Ufrgs.
Junto a isso, o uso de ferramentas de apoio ao empreendedorismo tende a se popularizar (ainda mais), uma vez que mais pessoas têm tido oportunidades de desenvolver esse tipo de estratégia sem serem gestores.
Para isso servirá o inboud marketing, ou marketing de aproximação - conteúdo que vá realmente trazer o consumidor para perto da marca e gerar consumo.
No universo dos aplicativos (leia mais abaixo), o WhatsApp aparece como opção eficiente de comunicação na venda. Tanto que quando o serviço foi suspenso no Brasil, no dia 17 de dezembro, muitos profissionais, das mais diversas áreas de atuação, acabaram tendo prejuízos.
Há, no entanto, alguns cuidados para se tomar com a alternativa, já que ela pode soar invasiva em determinados momentos. "O lado positivo do app, assim como o SMS, é que ele chega para todo mundo, diferentemente do e-mail-maketing, que muitas vezes passa batido. A comunicação via WhatsApp acaba sendo muito efetiva", compara Terra.
O ano de 2016 é da Internet das Coisas. Não só no iWhatch ou no Google Glass, a internet passa a povoar eletrodomésticos e roupas, que irão interagir diretamente com os usuários. Os negócios apontam para maior convergência de ideias - o que denota a importância da horizontalidade no meio de trabalho - e a comunicação pede posicionamento e personalidade.

Gifs

Em 2016, vai explodir ainda mais a pulverização da informação através do gif e de microvídeos. Tudo isso para preencher as janelas deixadas pelo microtédio: aqueles momentos em que você só tem o celular para passar um curto espaço de tempo. Está aí uma grande brecha para o mobile marketing.
"As marcas estão cada vez mais reduzindo a comunicação e transformando em drops", comenta Terra. Mas atenção: ninguém mata o tédio com mais tédio. A linguagem é de gif, com conteúdos divertidos.
 

WhatsApp

Entra em cena, também, o uso do WhatsApp como instrumento de venda no Brasil. O Whats é um aplicativo de uso muito pessoal, e a abordagem por ele pode soar invasiva. As marcas têm de pedir permissão ao consumidor para adentrar neste espaço "privado". "O WhatsApp tem uma coisa que outras mídias não têm: no momento que tu bloqueias um número, ele nunca mais volta. Então é bom ter em mente que há uma única chance de se comunicar através dele", alerta Terra.
 

Engajamento

Essa efetividade em se comunicar deve ser buscada pelo empreendedor em todos os níveis da sua gestão - e é inclusive decisiva para alavancar os negócios no início. Mas não fica só nisso. As grandes campanhas de 2015 ocorreram em diálogo com acontecimentos de engajamento global - como a solidariedade em relação aos atentados em Paris, por exemplo. O consumidor, neste novo ano, exige um comportamento em relação a questões externas, menos institucionais, e quer saber como estas marcas se relacionam às grandes causas mundiais.