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Perspectivas 2016

- Publicada em 17 de Dezembro de 2015 às 19:06

Economia depende de solução para crise política

Pedro Maciel
O Brasil vive um dos momentos mais difíceis de sua história recente. Formou-se no País a conjunção de uma crise institucional, provocada por uma série quase infindável de denúncias de corrupção no coração do poder, e de uma crise econômica, fruto de uma série de decisões equivocadas do governo federal na condução da macroeconomia nos últimos anos, grandemente agravada pela gastança pré-eleitoral.
O Brasil vive um dos momentos mais difíceis de sua história recente. Formou-se no País a conjunção de uma crise institucional, provocada por uma série quase infindável de denúncias de corrupção no coração do poder, e de uma crise econômica, fruto de uma série de decisões equivocadas do governo federal na condução da macroeconomia nos últimos anos, grandemente agravada pela gastança pré-eleitoral.
O que parece claro é que, sem uma solução para a crise política - boa parte resultante do processo eleitoral em que o País saiu dividido e descrente ao perceber que os programas eleitorais eram uma ficção bastante fantasiosa -, dificilmente o País volta a crescer. Na quarta-feira, para dificultar ainda mais a situação, a agência Fitch retirou o grau de investimento do Brasil - em setembro, a Standard&Poor's já havia rebaixado o rating brasileiro - e o Fed elevou o juro básico dos EUA em 0,25 ponto percentual.
Esse cenário adverso provocou quase a ingovernabilidade, principalmente porque o ajuste fiscal, destinado a recolocar o País nos trilhos, acabou patinando no Congresso, barrado pela oposição com o apoio velado de uma parte dos petistas que se recusam a aceitar os cortes propostos pelo ministro Joaquim Levy.
Aliás, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mentor mor da presidente Dilma Rousseff, declarou que Levy tem prazo de validade - e ele e muitos outros petistas acreditam que esse prazo se esgotou, tanto que fizeram pressão em favor do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para assumir o ministério.
Por um motivo ou outro, Levy sobreviveu às pressões e será, se continuar no governo, o condutor da política econômica em 2016 - ano que já foi definido como de travessia de mares revoltos necessária para a retomada do desenvolvimento, que se iniciaria em 2017.
É evidente que o País não vai conseguir unanimidade em torno dos itens essenciais para destravar a economia, e nem é desejável que a oposição abandone seu papel de fazer um contraponto ao governo, de sugerir soluções diferentes, enfim, de representar a parcela da população que a levou ao Congresso Nacional e que tem um pensamento diferente da maneira de construir o País.
A grande maioria dos brasileiros espera que o diagnóstico que resultou no pacote de medidas que compõem o ajuste fiscal venha a se mostrar correto e que o Congresso Nacional aprove as medidas ainda em debate para que, já no final do ano que vem, seja possível vislumbrar a tão ansiada retomada econômica. Há, contudo, obstáculos consideráveis que precisam ser removidos do caminho da economia. O principal deles, provocado pela grave crise política, é a insegurança quanto aos rumos do País. Como as empresas vão investir e como os cidadãos vão voltar a consumir se o desemprego cresce, os juros sobem e o crédito encolhe drasticamente?
Solucionada a questão que envolve o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e o afastamento dos presidentes da Câmara Federal e do Senado, o País poderá, dentro da normalidade institucional, retornar aos trilhos e voltar a pensar no futuro. Neste sentido, é possível considerar o enigmático ano de 2016 como uma ponte para a retomada dos caminhos do País.
Editor-chefe
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