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Perspectivas 2016

- Publicada em 17 de Dezembro de 2015 às 19:05

Desafio é retomar a estabilidade política

 Rio de Janeiro - Movimento unificado de centrais sindicais faz passeata no Centro em defesa da democracia, contra o impeachment e por mudanças na política econômica, mais emprego e renda (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Movimento unificado de centrais sindicais faz passeata no Centro em defesa da democracia, contra o impeachment e por mudanças na política econômica, mais emprego e renda (Fernando Frazão/Agência Brasil)


FERNANDO FRAZÃO/ABR/JC
Paula Coutinho
O que esperar de 2016 depois de um 2015 tão conturbado na política? Encerramos este ano, em que Dilma Rousseff (PT) tomou posse de seu segundo mandato, em meio à turbulência de um processo de impeachment contra a presidente, baseado nas chamadas pedaladas fiscais, consideradas ilegais pelo Tribunal de Contas da União e passíveis de imputar crime de responsabilidade à petista.
O que esperar de 2016 depois de um 2015 tão conturbado na política? Encerramos este ano, em que Dilma Rousseff (PT) tomou posse de seu segundo mandato, em meio à turbulência de um processo de impeachment contra a presidente, baseado nas chamadas pedaladas fiscais, consideradas ilegais pelo Tribunal de Contas da União e passíveis de imputar crime de responsabilidade à petista.
Se no Palácio do Planalto paira a incerteza sobre qual será o desfecho do processo de impeachment, no Congresso Nacional, a instabilidade se personifica na figura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), alvo de processo de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. A Procuradoria-Geral da República afirma ter indícios suficientes de que as contas mantidas pelo peemedebista no exterior, que ele negou possuir em depoimento à CPI da Petrobras, estão relacionas às fraude investigadas pela Operação Lava Jato.
As ramificações da investigação conduzida pela Polícia Federal são tantas que já foram deflagradas mais de 20 fases da operação. Na mais recente, nesta semana, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de Cunha em Brasília e no Rio de Janeiro e também na Câmara.
Também foi preso, pela primeira vez no País, um senador da República: o líder do governo Delcídio Amaral (PT) é suspeito de obstruir as investigações. Os escândalos de corrupção motivaram, desde o início do ano, uma série de movimentos populares pedindo a moralização do País.
Como na política, os atos se polarizaram entre os que eram organizados por manifestantes pró-impeachment e os convocados por apoiadores do governo. E assim foram se revezando até os protestos mais recentes ocorridos no domingo, contra Dilma, e o de sexta-feira passada, a favor da manutenção da presidente no cargo.
Entre um ato e outro, surgiam novos personagens e formas de manifestação, como o Pixuleco, boneco de Lula vestido de presidiário, Dilma com o nariz de Pinóquio e Cunha sob uma chuva de dólares. Cenas de uma complexa articulação política, peculiar do nosso presidencialismo de coalizão, que coloca em lados opostos o PT de Dilma e o PMDB do vice-presidente Michel Temer, que, neste último mês de 2015, entregou à presidente uma carta que, pelo seu teor golpista, como avaliaram os integrantes do núcleo central petista, foi interpretada como um rompimento com Dilma, o que o peemedebista negou.
Difícil, diante desse cenário complexo e dinâmico, projetar o que a política nos reservará em 2016. Mas é muito provável que, com essas intrincadas relações de poder somadas a um cenário econômico de crise, o próximo ano, que terá eleições municipais, seja ainda de muito conflito.
O desafio será, exatamente, buscar uma estabilidade política para que o País volte a crescer. Por isso, é fundamental chegar a um desfecho sobre a situação dos que comandam o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados. O quanto antes.
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