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Consumo

- Publicada em 27 de Dezembro de 2015 às 16:44

Shoppings registram pior Natal dos últimos 10 anos

Consumidores gastaram cerca de 10% a menos do que era esperado

Consumidores gastaram cerca de 10% a menos do que era esperado


TIAGO QUEIROZ/AE/JC
A venda de Natal nos shoppings teve queda de 1% em comparação com o resultado de 2014, descontada a inflação do período, e registraram o pior resultado dos últimos 10 anos. Os dados foram divulgados pela Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), após pesquisa realizada com cerca de 150 empresas de varejos associadas à entidade. Juntas essas redes somam 7.500 lojas em todo o País.
A venda de Natal nos shoppings teve queda de 1% em comparação com o resultado de 2014, descontada a inflação do período, e registraram o pior resultado dos últimos 10 anos. Os dados foram divulgados pela Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), após pesquisa realizada com cerca de 150 empresas de varejos associadas à entidade. Juntas essas redes somam 7.500 lojas em todo o País.
A queda constatada nas vendas deste ano considera os produtos comercializados nos shoppings no mês de dezembro. Em 2014, as vendas desse período tiveram crescimento real de 3% em relação ao Natal do ano anterior.
"Com crédito mais escasso, juros mais altos, dólar ao redor de R$ 4,00 e inflação elevada não tem como obter resultado positivo nas vendas de Natal. O desemprego maior e as incertezas da economia e da política contribuíram para que o consumidor não gastasse", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Os lojistas esperavam gasto médio de R$ 110,00 por presente neste ano, mas o consumidor ainda gastou menos. "Foi 10% a menos do que prevíamos, o que mostra a retenção mesmo do consumo", afirma o executivo.
A entidade também divulgou o resultado anual das vendas dos shoppings. De janeiro a dezembro, o resultado totalizou R$ 145 bilhões, correspondendo a um aumento de 1,7% em relação a 2014. No entanto, em termos reais (descontada a inflação) as vendas caíram 3,8% - sem incluir os novos 19 shoppings - ou 2,8%, incluindo os pontos de vendas abertos ao longo deste ano. "O faturamento dos shoppings chegou a R$ 145 bilhões. Atribuímos essas reduções ao crédito escasso, juro alto, aumento do dólar que eleva os preços em vários segmentos do varejo, inflação alta, insegurança dos consumidores e dos empresários, desemprego maior, carga tributária elevada e o fim de incentivos fiscais são os tópicos pontuados pela entidade", detalhou o presidente da Alshop.
Dos oito segmentos do comércio pesquisados, seis tiveram desempenho negativo. Somente perfumaria e cosméticos (3,70%) e joias e relógios (3,20%) tiveram resultados positivos nas vendas.
O emprego temporário neste período de Natal também teve o pior resultado dos últimos 15 anos, segundo a Alshop. Neste ano, foram abertas 96 mil vagas temporárias nos shoppings do País ante 138 mil contratações em 2014, o que representa redução de 30,4%.

Varejistas do Estado têm resultado mais fraco para a data em 14 anos

O comércio do Rio Grande do Sul faz um balanço negativo das vendas para o Natal deste ano, pior volume de negócios desde o ano de 2001. Conforme levantamento da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), os negócios devem registrar uma queda de 10,2% na comparação com igual período do ano passado.
A entidade projetava registrar o mesmo desempenho de 2014, somando R$ 5,9 bilhões em vendas. "As crises política e econômica brasileira e a instabilidade crítica das finanças do estado provocaram uma desconfiança e uma prevenção do consumidor. Associado a isso, as chuvas intensas no interior afastou os retardatários das zonas de compra de presentes", comenta Vilson Noer, presidente da entidade.
Com o resultado, ainda que estejam programadas promoções de saldos para os últimos dias do ano, o comércio do Estado deverá encerrar o ano com um desempenho abaixo em relação ao ano passado. O dirigente aponta iniciativas muito próximas do Natal, como a "Black Friday", como responsáveis pelo fraco volume de negócios de bens duráveis no ano.
"A renda do consumidor não é mais a mesma, o desemprego voltou a atingir a população economicamente ativa e o crédito ficou mais escasso. Entidades da área de eletroeletrônicos, por exemplo, projetam uma queda de 20% no quarto trimestre deste ano para produtos como fogões, lavadoras, refrigeradores", comenta Noer apontando que estes fatores são essenciais para que o comércio tenha números positivos.

Supermercados crescem 1,4% ante 2014 com demanda de última hora

Uma verdadeira corrida dos consumidores às gôndolas nos três dias que antecederam o Natal garantiu que o setor supermercadista gaúcho atingisse as expectativas de vendas para a data, registrando um crescimento nominal de 1,5% em relação ao Natal de 2014. Os números foram divulgados pelo presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, que destacou a busca por presentes mais baratos e a migração de consumo para itens típicos de menor valor como as características que deram o tom das vendas de Natal neste ano.
Segundo o presidente da Associação, cerca de 15% das vendas do mês de dezembro foram realizadas nos dias 23 e 24, comprovando a concentração do movimento nos supermercados na última hora antes do Natal. Os consumidores mostraram que não abrem mão de comemorar com a família a ceia natalina, mas optaram por versões mais baratas dos produtos típicos.
Para o supermercadista, as vendas de última hora favoreceram a busca por presentes menores ou mais baratos, comercializados nas lojas de supermercados. Os brinquedos pequenos registraram um crescimento de 15% nas vendas, enquanto as caixas de bombons, tradicional lembrança de última hora, tiveram um incremento de 8% na comercialização em relação a 2014.

Em Porto Alegre, lojistas apontam queda de 10% na comercialização

A maioria dos lojistas consultados pelo Sindilojas Porto Alegre e CDL POA afirmam que a queda nas vendas de Natal na comparação com 2014 foi de cerca de 10% considerando a inflação. Já o ticket médio ficou em R$ 87,00. A maior movimentação nas lojas ocorreu na última semana. "O resultado era esperado. Tivemos um ano muito difícil e, ao comparar com o ano passado, que foi bom em vendas, a média cai", afirma Paulo Kruse, presidente do Sindilojas Porto Alegre.
Crise econômica e política e a redução da confiança do consumidor são alguns dos motivos para esse decréscimo. Além disso, a elevação da carga tributária, dólar alto e o desemprego, que aumentou no segundo semestre, também prejudicaram as vendas do Natal.
De acordo com o presidente da CDL POA, Gustavo Schifino, a pesquisa de intenção de compra já havia demonstrado um empate nominal com os resultados do Natal anterior. "Chegamos a ter o último fim de semana com desempenho muito positivo, mas que não se confirmou nos dias seguintes", disse Schifino.