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Desenvolvimento

- Publicada em 21 de Dezembro de 2015 às 21:52

Analistas temem virada na política econômica

Novo ministro (e) observa presidente se despedindo de Joaquim Levy

Novo ministro (e) observa presidente se despedindo de Joaquim Levy


EVARISTO SA/AFP/JC
A grande preocupação dos analistas do mercado financeiro que participaram da conferência, nesta segunda-feira, com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi com a capacidade do governo em conseguir reequilibrar as contas e reverter o déficit orçamentário atual num cenário de retração da economia. Enquanto, o ministro falava, no entanto, o dólar bateu a marca de R$ 4,00 atingindo R$ 4,0013, por volta de 12h50min.
A grande preocupação dos analistas do mercado financeiro que participaram da conferência, nesta segunda-feira, com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi com a capacidade do governo em conseguir reequilibrar as contas e reverter o déficit orçamentário atual num cenário de retração da economia. Enquanto, o ministro falava, no entanto, o dólar bateu a marca de R$ 4,00 atingindo R$ 4,0013, por volta de 12h50min.
Os analistas temem que Barbosa promova uma guinada na política econômica traçada no início do ano e buscaram ouvir dele mais detalhes da sua proposta.
Um dos temores, que ficou claro nas perguntas feitas ao ministro, foi com as receitas necessárias para garantir a meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Atingir a meta foi o primeiro compromisso assumido pelo novo ministro durante a entrevista coletiva que concedeu ao ter seu nome anunciado na sexta-feira da semana passada.
Entre as cobranças dos investidores estava uma base sólida para as promessas que vem fazendo. O ministro foi questionado sobre como irá aprovar medidas no Congresso Nacional em meio à crise política e sobre a meta fiscal do próximo ano, que não foi aprovada nos termos em que o governo pediu ao Congresso. O ministro tentou transmitir confiança.
Barbosa foi firme e disse que é possível tanto o cumprimento da meta de 2016 quanto a aprovação de matérias no Legislativo. O ministro chegou a citar 2015 como um ano difícil, mas com grandes aprovações.
Os analistas também concentraram suas perguntas na busca de mais informações sobre o compromisso do ministro com reformas, principalmente a da Previdência. Barbosa reforçou que ela será prioritária, mas não aprofundou detalhes.
Outro ponto abordado foi o da regra do reajuste do salário-mínimo. O mercado teme que o governo mude a regra prejudicando ainda mais as contas públicas. É que grande parte das despesas do governo está atrelada à correção do mínimo. Barbosa garantiu que não haverá mudanças. Sobre o Bndes, se comprometeu com a estratégia do ex-ministro Joaquim Levy de acabar com os empréstimos do Tesouro Nacional.
"Ouvi mais elogios do que críticas em relação à fala do ministro, mas acho que o ceticismo do mercado e o estigma de ter sido o contraponto do Levy pesam muito contra nesse estágio inicial. Vai ter que conquistar a confiança passo a passo!", disse um economista de um banco estrangeiro que participou da conferência.
Para ele, a única "vantagem" para o ministro é que as expectativas estão muito baixas. "Se conseguirem aprovar uma agenda fiscal mínima, será visto como grande vitória", disse ele.

Dilma diz que irá retomar crescimento sem mudanças bruscas

A presidente Dilma Rousseff orientou, nesta segunda-feira, os novos ministros da área econômica Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) a atuarem para retomar o crescimento do País sem "guinadas" bruscas. Em discurso de posse dos ministros no Palácio do Planalto, a presidente destacou que é preciso restabelecer o ambiente de confiança para atrair investimentos ao Brasil.
"Três orientações imediatas eu levo aos ministros da área econômica: trabalhar com metas realistas e factíveis para construir credibilidade; atuar para estabilizar e reduzir consistentemente a dívida pública; e fazer o que for preciso para retomar crescimento sem guinadas e sem mudanças bruscas, atuando dentro do ambiente de estabilidade e de previsibilidade", enumerou a presidente, no pronunciamento de 15 minutos.
Em vários momentos do discurso, Dilma destacou que o governo tem se esforçado para manter o equilíbrio fiscal. Frisou que foi feito um "extraordinário" ajuste. "Não falta e não faltará o equilíbrio fiscal", disse. Mas, lançando o mote para a nova gestão, destacou que a nova política econômica deve ter duas vertentes: o equilíbrio e o crescimento.
Em sua fala, Dilma defendeu a simplificação do sistema tributário para que as empresas não tenham medo de crescer. Ela disse que as reformas do PIS/Cofins e do ICMS podem destravar os investimentos e afirmou que o governo tem trabalhado constantemente nas concessões, aprimorando os marcos regulatórios.

Levy afirma que aumentou transparência na política econômica

Ao transmitir o cargo para Nelson Barbosa, o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou que conseguiu cumprir sua promessa de aumentar a transparência e a imparcialidade na administração da pasta. Além de agradecer o trabalho de sua equipe e desejar sucesso a Barbosa, Levy também destacou as discussões junto ao Legislativo, sobretudo o Senado, durante 2015.
"Minha equipe aceitou o desafio de acompanhar-me conhecendo bem a dificuldades de restabelecer ideias e práticas que haviam sido abandonadas. Isso em um ambiente político difícil", disse Levy. "Nelson Barbosa foi uma importante parceria em inúmeras ocasiões", acrescentou.
Para o agora ex-ministro, o Brasil avançou no reequilíbrio da sua economia nos últimos meses, reconhecendo a necessidade de reduzir gastos e avançar em reformas estruturais, a começar pela Previdência. "O cidadão comum, a dona de casa e o estudante fizeram esforços para entender necessidade de o Brasil realinhar sua economia, a começar pelos preços administrados. O público entendeu que as políticas anteriores haviam se esgotado e que era preciso mudar", considerou.

Valdir Simão defende pagar o quefor possível das pedaladas este ano

Novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, fala à imprensa, no Palácio do Planalto

Novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, fala à imprensa, no Palácio do Planalto


WILSON DIAS/ABR/JC
Logo após tomar posse no Palácio do Planalto, o novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, disse que fará o "possível" para pagar este ano o estoque de R$ 57 bilhões em passivos das chamadas pedaladas fiscais. Por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo terá de apresentar à corte um cronograma de pagamento do estoque dessa dívida. "Vamos reunir a Junta Orçamentária, mas eu pessoalmente defendo pagarmos o que for possível para superar de vez esta página e essa agenda", disse Simão. Em sintonia com o discurso da presidente Dilma Rousseff, o ministro reafirmou a necessidade de equilibrar as contas públicas ao mesmo tempo em que se deve buscar crescimento econômico.