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Indústria

- Publicada em 21 de Dezembro de 2015 às 22:34

País leva Kirin ao primeiro prejuízo anual desde 1949

Dona das marcas Devassa e Schin fecha ano com queda de R$ 1,8 bi

Dona das marcas Devassa e Schin fecha ano com queda de R$ 1,8 bi


PAULO LIEBERT/ESTADÃO CONTEÚDO/JC
O Brasil jogou água no chope da segunda maior cervejaria do Japão. A atualização das perspectivas financeiras da Kirin, dona das marcas Schin e Devassa, mostra que o mau desempenho da filial brasileira deve fazer com que a companhia japonesa registre em 2015 o primeiro prejuízo anual desde 1949. Segundo a companhia, a recessão e a política de preços devem fazer com que a perda operacional no Brasil seja 76% maior que o esperado originalmente.
O Brasil jogou água no chope da segunda maior cervejaria do Japão. A atualização das perspectivas financeiras da Kirin, dona das marcas Schin e Devassa, mostra que o mau desempenho da filial brasileira deve fazer com que a companhia japonesa registre em 2015 o primeiro prejuízo anual desde 1949. Segundo a companhia, a recessão e a política de preços devem fazer com que a perda operacional no Brasil seja 76% maior que o esperado originalmente.
Quando a japonesa Kirin divulgou o balanço do terceiro trimestre, em 30 de outubro, a empresa anunciou aos investidores que esperava terminar 2015 com lucro de 58 bilhões de ienes - cerca de R$ 1,9 bilhão. Hoje, porém, os sinais foram invertidos. Agora, prevê prejuízo de 56 bilhões de ienes - cerca de R$ 1,8 bilhão. Confirmada a cifra, será o primeiro prejuízo desde o lançamento das ações da Kirin na bolsa de Tóquio, em 1949.
A mudança dos sinais é explicada principalmente pelo que acontece em Itu, sede da Brasil Kirin. Até o terceiro trimestre, a controladora esperava perda operacional de R$ 273 milhões no mercado brasileiro. Nesta segunda-feira, a previsão de prejuízo saltou 75,8%, para R$ 480 milhões. A empresa explica que revisou mais uma vez o cenário para o Brasil diante da recessão e dos custos crescentes gerados pela estratégia de preços e pela atividade de vendas em um mercado de forte concorrência. "Há ainda mais estagnação no consumo e o tamanho do aumento de preços dos concorrentes foi menor que o esperado", diz a empresa no comunicado ao mercado japonês. Quando convertidas para o iene japonês, as vendas no Brasil caíram 23,4% nos nove primeiros meses do ano na comparação com 2014. Além disso, a Kirin diz que tem feito provisões mais conservadoras sobre eventuais perdas de recebíveis de alguns atacadistas.
A empresa também anunciou que está executando um processo de reavaliação do valor dos ativos que foram adquiridos da Schincariol em 2011. Haverá baixa pela reavaliação do ágio estimada em R$ 3,881 bilhões ou cerca de 141,2 bilhões de ienes. O ajuste não vai afetar o fluxo de caixa no País, mas reduzirá o tamanho dos ativos brasileiros da empresa - com perda de 114 bilhões de ienes que será absorvida pelo balanço da Kirin Holdings.
Ao explicar a reavaliação do valor dos ativos no Brasil, a empresa nota que quando comprou a empresa do interior paulista havia expectativa de que a economia brasileira continuasse crescendo "com um dígito alto" nos anos seguintes. Agora, a previsão é que a estagnação continue por vários anos. Sobre o câmbio, a Kirin previa real estável e atualmente trabalha com a continuidade da desvalorização. A empresa também esperava crescer no ritmo dos concorrentes, mas, diante da grande concorrência, trabalha agora com a hipótese de que continuará avançando menos que o mercado. Com a baixa integral do ágio pago pela empresa de Itu, a cervejaria japonesa informa que não haverá depreciação adicional por ágio no próximo ano e nos balanços seguintes.
 

Sobe confiança do setor industrial em dezembro

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de dezembro ficou em 75,7 pontos, o que significa avanço de 0,9 ponto em relação ao resultado final de novembro, que foi de 74,8 pontos. Na comparação com dezembro do ano passado, sem ajuste, a prévia aponta queda de 11 pontos na confiança, informou a Fundação Getulio Vargas, em nota oficial.
A prévia de dezembro demonstra que o Índice de Expectativas (IE) aumentou 1,9 ponto, para 77 pontos. Enquanto isso, o Índice da Situação Atual (ISA) ficou estável em 74,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria atingiu 75,0%, o maior nível desde setembro, segundo a prévia da FGV. O resultado, já livre de influências sazonais, é superior ao apurado no resultado final da sondagem de novembro (74,6%).
A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 780 empresas entre os dias 1 e 16 deste mês.