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Conjuntura

- Publicada em 20 de Dezembro de 2015 às 19:12

Nelson Barbosa busca confiança de investidores

Barbosa tenta se dissociar das medidas fracassadas de Guido Mantega

Barbosa tenta se dissociar das medidas fracassadas de Guido Mantega


EVARISTO SA/AFP/JC
Em busca da confiança do mercado financeiro para garantir investimentos no Brasil em 2016, o ministro indicado da Fazenda, Nelson Barbosa, fará uma conferência hoje a investidores estrangeiros e nacionais para apresentar a sua estratégia de política econômica. É o primeiro contato do ministro com o mercado depois que a presidente Dilma Rousseff o indicou para substituir Joaquim Levy no comando da Fazenda. A conferência está marcada para as 12h.
Em busca da confiança do mercado financeiro para garantir investimentos no Brasil em 2016, o ministro indicado da Fazenda, Nelson Barbosa, fará uma conferência hoje a investidores estrangeiros e nacionais para apresentar a sua estratégia de política econômica. É o primeiro contato do ministro com o mercado depois que a presidente Dilma Rousseff o indicou para substituir Joaquim Levy no comando da Fazenda. A conferência está marcada para as 12h.
O mercado reagiu de forma negativa à troca de cadeiras na equipe econômica na última sexta-feira, com alta do dólar e queda da bolsa. Na conversa com investidores, Barbosa vai esclarecer dúvidas sobre investimentos e falar sobre o seu plano para fazer a economia voltar crescer.
O ministro, que passou o fim de semana em reuniões para definir sua equipe, será empossado nesta segunda-feira, às 17h. O atual secretário executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira, fará parte do time.
A mudança no principal ministério de Dilma foi vista por analistas como um indício de que o governo pode voltar com a chamada "nova matriz macroeconômica", implementada por Guido Mantega, titular da Fazenda no primeiro mandato de Dilma. Barbosa integrou o time de Mantega até 2013, mas deixou o cargo por divergências na condução da política fiscal.
O ministro já antecipou que vai "aperfeiçoar a política econômica para fazer o Brasil crescer mais rápido". Ele se comprometeu com a diminuição dos subsídios do Tesouro Nacional, com o realismo tarifário e o cumprimento da meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, sem abatimentos.
Em Brasília, avalia-se que, com Barbosa, a Fazenda voltará a ser parte integrante do governo. Levy estava isolado e polarizando as principais decisões com Nelson Barbosa. "Teremos agora uma voz uníssona", disse uma das fontes. No entanto, é preciso tirar o "fantasma" da nova matriz econômica do caminho dele. "Não há mais espaço para isso", afirma outra fonte.
O ministro tenta se dissociar da fracassada política econômica de Mantega, marcada por juros baixos, câmbio competitivo e política fiscal com desonerações. Na época, a intenção era mexer em dois preços da economia, os juros e o câmbio, para dar mais competitividade e garantir o crescimento do País.
Depois que deixou a equipe de Mantega, Barbosa preparou o estudo "Os 12 trabalhos fiscais", na Fundação Getulio Vargas (FGV), que pode ser considerado ainda bastante atual sobre o seu pensamento de estratégia a ser adotada. Ele cita a necessidade de diminuição da perda fiscal com preços regulados e diminuição da folha de pagamento da União em porcentagem do PIB.

Simão é pessoa de confiança da presidente Dilma

O substituto de Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento, Valdir Simão, é considerado uma pessoa da confiança da presidente Dilma Rousseff e de bom trânsito dentro do PT. Ele assumiu a Controladoria-Geral da União (CGU) em janeiro deste ano e quase perdeu o status de ministro, em meio à reforma ministerial.
Desde o governo Lula, o nome de Simão é sempre lembrado para cargos na Esplanada. Na gestão do ministro da Fazenda Guido Mantega, por exemplo, ele foi cogitado para secretário da Receita Federal durante a maior crise da instituição na gestão de Lina Maria Vieira.
De perfil técnico, graduado em Direito, Simão é auditor fiscal e servidor de carreira da Receita. Foi secretário adjunto da Receita de 2007 a 2008, secretário da Fazenda do Distrito Federal em 2011 e por duas vezes ocupou a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em 2011, foi secretário da Fazenda do Distrito Federal. De 2011 a 2013, foi secretário executivo do Ministério do Turismo. Em fevereiro de 2014, assumiu como secretário executivo da Casa Civil.

Barbosa reúne equipe um dia antes de assumir Ministério da Fazenda

O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, voltou a se reunir ontem com integrantes de sua equipe. O encontro durou pouco mais de duas horas e ocorreu na sede do Ministério do Planejamento, pasta que Barbosa comandava até hoje.
Nelson Barbosa tem mantido encontros com o objetivo de definir a nova equipe que vai compor a pasta que será coordenada por ele. No sábado, dia 19, ele já havia reunido parte de sua equipe com esse objetivo.
A reunião começou por volta de 11h, e, além de Barbosa, contou com a presença de técnicos do ministério. Nelson Barbosa e Valdir Simão, novo titular do Planejamento, tomam posse hoje, às 17h.
O novo ministro da Fazenda já informou que vai manter os compromissos com o ajuste fiscal e prometeu tomar "todas as medidas necessárias" para atingir a meta fiscal de 2016, de 0,5% do PIB.

Política econômica não terá mudanças, afirma Monteiro

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse ontem que, "de forma alguma", haverá mudança nas linhas gerais da economia brasileira com a troca do comando do Ministério da Fazenda, de Joaquim Levy para Nelson Barbosa. "O Brasil continuará firmemente buscando o equilíbrio fiscal e, ao mesmo tempo, gerando iniciativas para que a economia brasileira tenha uma retomada", afirmou Monteiro em Assunção, no Paraguai, onde participou de encontro de ministros do Mercosul.
Monteiro ressaltou que cada um dos dois ministros tem um estilo próprio, mas que essas diferenças não afetarão a condução do ajuste fiscal. "Barbosa tem a confiança da presidente e compromisso muito firme com o fiscal", disse Monteiro, que destacou a "competência técnica" do colega e sua habilidade de relacionamento com o Congresso Nacional.

Ibovespa tem perda de 2,98%

O mercado decidiu não esperar pela confirmação da saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e, principalmente, pela indicação do substituto , e optou por ficar de fora. Assim, o Ibovespa fechou a sessão de sexta-feira com perda de 2,98%, a maior queda percentual desde 13 de outubro, quando cedeu 4%. O fechamento ocorreu antes do anúncio da escolha do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para ocupar o cargo de Levy.
A bolsa fechou aos 43.910 pontos, menor patamar desde 28 de setembro. Na semana, acumulou -2,99%. No mês, cai 2,68% e, no ano, 12,19%. O giro financeiro totalizou R$ 7,877 bilhões.
A possibilidade de Nelson Barbosa ocupar a vaga deixada por Levy acabou pressionando as cotações na reta final e o dólar terminou o dia na máxima, cotado a R$ 3,9614, em alta de 1,75%.