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Turismo

- Publicada em 20 de Dezembro de 2015 às 18:54

Em alta temporada, turismo recorre às megapromoções

Número de turistas deve crescer cerca de 10% em dezembro e janeiro

Número de turistas deve crescer cerca de 10% em dezembro e janeiro


JOÃO MATTOS/JC
Depois de um ano difícil para a indústria do turismo e da aviação, o dólar a quase R$ 4,00, somado a uma onda de promoções em plena alta temporada, deve ajudar a encher hotéis, cruzeiros e aeroportos nestas férias. O número de turistas no mercado doméstico deve crescer cerca de 10% em dezembro e janeiro, de acordo com estimativas da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem).
Depois de um ano difícil para a indústria do turismo e da aviação, o dólar a quase R$ 4,00, somado a uma onda de promoções em plena alta temporada, deve ajudar a encher hotéis, cruzeiros e aeroportos nestas férias. O número de turistas no mercado doméstico deve crescer cerca de 10% em dezembro e janeiro, de acordo com estimativas da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem).
Para fazer o lazer caber no bolso, o brasileiro está optando por viagens mais curtas, e em voos fretados, e decidindo a compra em cima da hora, estimulado por uma guerra tarifária entre as aéreas. Até os cruzeiros se adaptaram à nova realidade. Na atual temporada, 50% dos roteiros serão em formato de "minicruzeiro", mais curtos e mais baratos.
A CVC, maior agência de viagens do País, vai realizar mil voos fretados de 1 de janeiro até o fim do Carnaval. O número é o dobro do que no ano anterior e só foi possível devido à crise pela qual passa a aviação, que opera com excesso de capacidade.
Os voos fretados são uma forma de as empresas aéreas garantirem algum faturamento com um avião que estaria parado, mas a receita é bem inferior ao que ela obteria em voos regulares. Para o consumidor final, pacotes com aéreo fretado saem de 17% a 30% mais baratos em alta temporada. Com pacotes mais em conta, a CVC tem conseguido manter e até aumentar a demanda no mercado doméstico, compensando a queda nas viagens internacionais.
Tradicionalmente, 60% das viagens vendidas são para destinos no Brasil. Com os fretamentos neste verão, o doméstico deverá subir para 70% dos embarques.
Para as companhias aéreas, porém, o aumento de vendas neste verão está longe de compensar a crise vivida ao longo do ano. "As empresas estão em modo de sobrevivência, fazendo o que for possível para minimizar os prejuízos", afirma Antonoaldo Neves, presidente da Azul Linhas Aéreas. A empresa está com um excedente de capacidade de 10% e planeja tirar de operação, a partir do segundo semestre do ano que vem, de 10 a 15 aviões, de um total de 145 em operação.
A aviação doméstica vem acumulando quatro meses seguidos de retração, em linha com a recessão da economia. Em novembro, o tombo foi de 7,9%, levando a demanda a regredir para os níveis de 2013, segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). A estimativa da entidade é que em 2015 o prejuízo somado das aéreas passe dos R$ 3 bilhões.
O cenário não é muito diferente na hotelaria. Segundo estudo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), a taxa de ocupação deve sofrer uma queda de 5% neste ano, enquanto a diária média deve encolher 6%.
"Para 2016, consideramos que os resultados serão impulsionados principalmente pela Olimpíada, mas com uma estabilização da taxa de ocupação", afirma Patrick Mendes, vice-presidente de estudos e tendências do Fohb. Dizendo-se "cauteloso", ele acha que uma recuperação pode começar no primeiro trimestre de 2017.
O ano também foi difícil para as agências de viagens menores: pelo menos uma dezena fechou as portas ou entrou em recuperação judicial. Outras foram vendidas, como a Submarino e a Rextur, adquiridas pela CVC.
As promoções estão ajudando a aquecer até mesmo as viagens internacionais, ainda que em menor escala. "Nunca houve promoção com tanta frequência como estamos tendo hoje", diz o diretor da American Airlines no Brasil, Dilson Verçosa Junior.
"Estamos cobrando menos em dólar do que no passado", diz Verçosa. "A crise afeta muito a rentabilidade. Mas o pior é a falta de capacidade de planejamento."
Em outubro do ano passado, a AA já contabilizava vendas para o período posterior ao Carnaval. "Agora bate o desespero, pois ninguém mais compra com dois ou três meses de antecedência. Mas as promoções fazem com que as vendas cresçam muito rapidamente de véspera."

Sem visibilidade, Brasil não deslancha como destino

Em 2014, Copa do Mundo elevou as visitas

Em 2014, Copa do Mundo elevou as visitas


FREDY VIEIRA/JC
Um ano espremido entre dois eventos esportivos de visibilidade global, com a moeda desvalorizada ajudando a baratear o custo do turista estrangeiro, tinha tudo para alavancar o turismo no País. Mas o baixo investimento em promoção internacional limita o potencial do destino Brasil.
Em vez de aproveitar a exposição que a Copa deu e marcar presença na mídia e em eventos internacionais, o Brasil reduziu seus esforços no exterior: a Embratur recebeu US$ 16,2 milhões para investir em promoção neste ano, queda de 67% em dólar em relação ao ano anterior. Em real, a queda foi de 44%. O País chegou a gastar
US$ 114 milhões em promoção em 2011.
"Gastaram-se dezenas de bilhões com cada um dos eventos esportivos, mas não se reservou valor relevante para promover o Brasil no pré e no pós-Copa. Sem promoção, o estrangeiro não vem", diz Leonel Rossi Junior, vice-presidente de relações internacionais da Abav (Associação de Agências de Viagem).
O Brasil recebeu 6,4 milhões de estrangeiros no ano passado, alta de 10,6%, impulsionada pela Copa. Para este ano, a previsão do mercado é repetir o número do ano passado ou cair. "Apesar dos nossos mais de 8.000 quilômetros de praia, em volume de turistas parecemos com Punta Cana", diz Alberto Fajerman, diretor de relações institucionais da Gol. O destino na República Dominicana, com 100 quilômetros de praias, muitos resorts e campos de golfe, recebeu 5,1 milhões de turistas em 2014.
Problemas de segurança e burocracia para conseguir visto também são apontados como entraves. Para minimizar o impacto do visto, o governo está liberando a exigência para o período dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, para turistas dos Estados Unidos, do Canadá, do Japão e da Austrália.