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Conjuntura

- Publicada em 17 de Dezembro de 2015 às 22:19

Tombini prevê importante desinflação em 2016

Presidente do BC conversou com jornalistas

Presidente do BC conversou com jornalistas


PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a insistir na tese de que a convergência da inflação se dará em 2017 e que haverá uma desinflação importante no ano que vem, que ajudará o trabalho da autoridade monetária. "A desinflação em 2016 será necessária para o cumprimento do regime", afirmou durante café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira, na sede do BC.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a insistir na tese de que a convergência da inflação se dará em 2017 e que haverá uma desinflação importante no ano que vem, que ajudará o trabalho da autoridade monetária. "A desinflação em 2016 será necessária para o cumprimento do regime", afirmou durante café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira, na sede do BC.
Mais do que isso, segundo Tombini, essa desinflação será positiva para a economia brasileira à medida que haverá maior proteção da renda dos trabalhadores e um alargamento do horizonte de planejamento, que será fundamental para as empresas e as famílias. "Estamos num momento de aperto da política monetária", disse.
Tombini iniciou seu discurso de final de ano lembrando que o fim de 2015 chegou com complexidades na área política. "Não é minha praia, mas certamente a complicação política impactou ajustes macroeconômicos", disse. Segundo ele, o Brasil passa por três ajustes: fiscal, monetário e do setor externo. Na avaliação do presidente, o País tem tido progresso rápido no ajuste externo.
Citando números recentes da economia, lembrou que a projeção do déficit em conta corrente do Banco Central para este ano está US$ 40 bilhões menor do que o registrado em 2014 e que isso reflete o atual estado da economia e a mudança de preços relativos, que tem aumentado a competitividade dos produtos brasileiros. Ele também citou a redução do Custo Unitário do Trabalho medido em dólar. Tombini voltou a dizer que, pela primeira vez em 10 anos, o setor externo apresentará contribuição líquida positiva para o Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente do BC disse que apresentará as projeções de inflação atualizadas pela instituição no próximo dia 23, quando será apresentado o Relatório Trimestral de Inflação. Ele ressaltou também que houve avanços importantes na área monetária. Salientou que, além da alta de 18% dos preços administrados neste ano, a inflação também incorporou a alta superior a 30% do câmbio. "Tivemos uma sequência de choques de custos, e o choque de preços relativos fez a inflação chegar onde está", disse, salientando que esses itens ajudaram as previsões da Focus a chegarem a 10,61% nesta semana.
Apesar disso, conforme Tombini, as projeções de inflação para o médio e longo prazos continuam bem comportadas. Ele lembrou que 2016 ainda sofrerá efeitos do aumento da inflação deste ano. "Se examinarmos as projeções do mercado no dia 2 de janeiro para 2015, esperava-se uma taxa de 6,56% e de 5,70% para 2016. O mercado previa uma desinflação de 0,86 ponto porcentual (pp), é algo considerável", registrou.
Continuando a comparação, o presidente disse que a última rodada da Focus, de 11 de dezembro, mostra que a previsão do mercado para este ano é de um IPCA de 10,61%, enquanto a expectativa para a inflação de 2016 está em 6,80%, o que significa uma desinflação de 3,81 pp.
O presidente do BC disse que, em 2016, a instituição continuará atuando de forma autônoma para garantir a convergência da inflação para o centro da meta em 2017. Para 2016, Tombini repetiu que o objetivo é que a inflação fique dentro da margem de tolerância permitida pelo regime de metas de inflação.
 

Para o Banco Central, movimento do Fed foi cauteloso

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avaliou que a primeira percepção da reação dos mercados à elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed) foi positiva e de tranquilidade. Ele destacou que esse foi o movimento mais esperado de todos os tempos de que se tem notícias. Segundo Tombini, o apelo que sempre foi feito ao Fed foi de que o aumento fosse cauteloso, bem comunicado e sem surpresas.
"Os mercados entenderam a mensagem de que seria um ajuste gradual e cauteloso", disse. Conforme Tombini, isso ajuda a absorção dessa importante mudança que ocorreu na economia. Ele lembrou que esse é o primeiro aumento dos juros nos Estados Unidos desde 2006. "É uma novidade, a primeira percepção foi positiva e de tranquilidade", afirmou.
Depois da retirada do grau de investimento pela Fitch, o presidente do Banco Central advertiu que a chance de a percepção de risco do País piorar só ocorrerá se forem tomadas "opções equivocadas". A autoridade monetária alertou que é preciso, independentemente da decisão das agências de classificação de risco, fazer o "dever de casa" para retomar o crescimento econômico o mais rápido possível.
O caminho, destacou, é a consolidação fiscal, estabelecimento de metas de curto prazo e o processo de desinflação na economia. "Se não fizermos nada ou tomarmos opões equivocadas não quer dizer que essa percepção de risco não possa se deteriorar", afirmou.
Segundo ele, o Brasil tinha grau de investimento, mas a percepção em relação ao País já era de subgrau de investimento. Ele destacou que a retirada do selo de bom pagador não é uma mudança de forma definitiva.

Autoridade monetária admite que terá de dar explicações a Levy pela inflação

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu, pela primeira vez, nesta quinta-feira, que terá de enviar ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, uma carta para explicar os motivos que levaram a autoridade monetária a não cumprir a meta de inflação. Os principais motivos serão a alta do dólar e das tarifas públicas. Para isso, segundo ele, não há alta de juros que resolva esse problema imediatamente. "Não há política monetária que compense, no curto prazo, um choque dessa magnitude."
O objetivo era manter o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,5% ou, no máximo, dentro de uma margem de tolerância de dois pontos percentuais. No entanto, a inflação deste ano deve ter dois dígitos. A projeção dos analistas do mercado financeiro é de 10,6% neste ano. A lei determina que ele escreva uma carta com justificativas.
A autoridade monetária terá ainda de dizer quando voltará a cumprir o objetivo. Ele repetiu que tem como pespectiva levar a inflação para 4,5% em 2017.