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Conjuntura

- Publicada em 16 de Dezembro de 2015 às 18:29

CNI prevê redução de 2,6% do PIB em 2016

No próximo ano, de acordo com projeções da entidade, a retração do setor industrial irá alcançar 4,5%

No próximo ano, de acordo com projeções da entidade, a retração do setor industrial irá alcançar 4,5%


FREDY VIEIRA/JC
A recessão da economia brasileira vai continuar no próximo ano e a indústria brasileira terá uma retração de 4,5% em 2016. As estimativas estão no Informe Conjuntural - Economia Brasileira, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo as projeções da CNI, o PIB do ano que vem terá uma queda de 2,6%, puxado especialmente pela queda na atividade industrial.
A recessão da economia brasileira vai continuar no próximo ano e a indústria brasileira terá uma retração de 4,5% em 2016. As estimativas estão no Informe Conjuntural - Economia Brasileira, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo as projeções da CNI, o PIB do ano que vem terá uma queda de 2,6%, puxado especialmente pela queda na atividade industrial.
"Pouco se avançou para a construção de um ajuste fiscal crível e permanente, aliado a mudanças estruturais capazes de impulsionar a recuperação da atividade econômica. Por isso, o cenário para 2016 não é diferente do observado em 2015", diz o estudo da CNI.
A entidade avalia ainda que o clima de instabilidade política no País adiará as medidas necessárias para recuperação da confiança dos agentes econômicos. Esse cenário conturbado, de acordo com a CNI, deverá ainda marcar os primeiros meses de 2016, "indicando que a travessia em direção à recuperação econômica deverá ser mais difícil e demorada".
A CNI estima que o País fechará este ano com uma inflação de 10,5%. "Há dois fatos preocupantes sobre a economia brasileira em 2015. O primeiro é que os principais componentes do PIB pelo lado da demanda (consumo das famílias) e pelo lado da oferta (serviços) irão diminuir em 2015, o que não acontecia há mais de uma década. O segundo é o fato dos investimentos caírem pelo segundo ano consecutivo em magnitude superior a 10%", destaca o documento.
Para este ano, a projeção da CNI é de uma queda de 3,3% do PIB, com uma retração de 6,4% do PIB industrial. O consumo das famílias deve encolher 3,9%, segundo a Sondagem, os investimentos terão queda de 15,5% e a taxa de desemprego deve chegar a 8,3% da População Economicamente Ativa (PEA). "Os números efetivos do ano podem ser ainda mais negativos, com o impacto dos acontecimentos recentes", pondera a CNI.
O estudo aponta ainda que este ano foi especialmente negativo para a indústria. As estimativas são de que a participação do setor no PIB do País cairá para menos de 20%, a menor desde os anos 1950.
A CNI traçou dois cenários de médio prazo para o Brasil. Num primeiro, se o País prosseguir com as mudanças em andamento, aprofundar o ajuste das contas públicas e avançar na agenda de reformas estruturais, a entidade prevê que a economia gradualmente recomponha a confiança e eleve sua competitividade. Assim, seria possível vislumbrar um novo ciclo de crescimento a partir de 2017.
No segundo cenário, no qual o País continuaria com dificuldade para definir e mudar o atual regime fiscal e tributário e de avançar na agenda de competitividade, as incertezas e falta de confiança continuariam e a economia enfrentaria um longo período de estagnação.
A avaliação da CNI é de que a economia só crescerá se o País adotar medidas de estabilidade macroeconômica, ajuste fiscal de longo prazo e melhoria do ambiente de negócios e da segurança jurídica.

Queda na demanda incentiva as exportações

A queda na demanda doméstica e a desvalorização do real têm estimulado empresários a investirem nas vendas externas, segundo Sondagem Especial Comércio Exterior, divulgada ontem pela CNI. A pesquisa aponta que 57% das indústrias que exportaram no último ano pretendem elevar as vendas externas nos próximos 12 meses. Entre as que pretendem exportar, 42% acreditam que as exportações vão aumentar a participação em seu faturamento bruto; outras 45% esperam estabilidade e 12%, queda.
A sondagem ouviu 2.344 empresas de 28 setores da indústria de transformação e de quatro da indústria extrativa, entre os dias 1 e 13 de julho. Entre os entrevistados, 28% afirmaram que exportaram nos últimos 12 meses. Outros 48% não exportaram e 23% não quiseram ou não souberam responder.
Do total, 35% tomaram alguma medida para aumentar as exportações ou começar a exportar. Esse percentual sobe para 83% entre as empresas já exportadoras. De acordo com 53% dos entrevistados, a principal motivação das empresas para iniciar ou aumentar as exportações foi a busca de novos mercados.
Os setores com maior percentual de empresas exportadoras dispostas a ampliar as vendas externas são: máquinas e equipamentos, têxtil e minerais não metálicos. Os setores com menor percentual de empresas que esperam aumentar as exportações são: papel e celulose e extração de minerais não metálicos. A pesquisa revela ainda que, entre as empresas que não exportaram (48% do total), 13% pretendem passar a exportar e outras 14% realizaram ações de promoção com esse objetivo.
A principal dificuldade apontada pelas empresas para a atividade exportadora é a burocracia, seja para aumentar as exportações, seja para começar a exportar. A burocracia foi apontada por 32% das empresas como o maior entrave à exportação. Em seguida, o sistema tributário brasileiro foi assinalado por 24% das empresas (exportadoras ou não).
Esses dois problemas também estão entre as maiores dificuldades para a expansão das vendas externas de empresas já exportadoras. Em seguida, vem a infraestrutura de transporte, a taxa de câmbio, barreiras tarifárias e não tarifárias e financiamento para a exportação.
O levantamento apontou ainda que 40% dos entrevistados afirmaram enfrentar concorrência com produtos importados de forma direta. Esse volume aumenta de acordo com o porte da empresa, passando de 27% das pequenas para 55% das grandes. Os setores mais sujeitos à concorrência são informática, eletrônicos e ópticos, têxtil e metalurgia.