Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Mercado de Capitais

- Publicada em 13 de Dezembro de 2015 às 19:55

Petrobras volta a atrair fundos dos EUA

A disputa eleitoral da terça-feira no país concentrava parte das atenções

A disputa eleitoral da terça-feira no país concentrava parte das atenções


SPENCER PLATT/AFP/JC
O megainvestidor George Soros continua fora de apostas em papéis da Petrobras, mas alguns fundos de Wall Street resolveram aumentar as compras de ações da companhia nos últimos meses. Outras gestoras resolveram adicionar títulos da empresa em suas carteiras, mas, de forma cautelosa, mostram os dados mais recentes enviados pelas gestoras à Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos.
O megainvestidor George Soros continua fora de apostas em papéis da Petrobras, mas alguns fundos de Wall Street resolveram aumentar as compras de ações da companhia nos últimos meses. Outras gestoras resolveram adicionar títulos da empresa em suas carteiras, mas, de forma cautelosa, mostram os dados mais recentes enviados pelas gestoras à Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos.
Dos 20 fundos nos EUA que mais tinham ações da Petrobras no fim do terceiro trimestre, 10 aumentaram o volume de compras em relação ao segundo trimestre, oito não tinham ações no período anterior e adicionaram os papéis, um manteve o número de ações e apenas uma carteira reduziu, considerando os American Depositary Receipts (ADRs), que são recibos listados na Bolsa de Valores de Nova Iorque e representam ações da Petrobras. Apesar de comprarem mais Petrobras, os fundos dos EUA têm feito este movimento com cautela. A participação da estatal em várias carteiras está abaixo de 0,5% do patrimônio.
Um dos fundos Oaktree Capital Management, que administra US$ 100 bilhões, aumentou em 2.801% o número de ADRs da Petrobras em sua carteira em relação ao segundo trimestre. Mesmo assim, a petroleira responde por apenas 0,4% do patrimônio do fundo. A gestora Arrowstree Capital elevou a fatia de Petrobras em 1.239%. Mas o ADR da Petrobras representa 0,03% da carteira.
Entre os fundos que não tinham ações no período anterior, uma carteira da gestora D.E. Shaw, que tem patrimônio de US$ 37 bilhões, comprou 3,7 milhões de papéis da brasileira, o equivalente a 0,02% da carteira. A Renaissance Technologies, criada por Jim Simons, comprou 4,7 milhões de ações, ou 0,04% da carteira de um de seus fundos. Simons administra US$ 65 bilhões e ficou famoso por conseguir retornos acima de alguns concorrentes.
Um dos fundos que mais aposta na Petrobras é o NWI Management, do gestor Hari Hariharan, que administra mais de US$ 2 bilhões em papéis de emergentes. A carteira tem 4,5 milhões de ADRs, ou 4,05% do patrimônio. O gestor, crítico do governo Dilma Rousseff, disse, na semana passada, que segue apostando na petroleira, que procura se reestruturar após o escândalo de corrupção investigado pela Lava Jato. As denúncias de corrupção e a falta de um balanço auditado levaram muitas carteiras a zerarem posições na Petrobras e algumas delas voltam a comprar.
Para o gestor da Loomis Sayles, que administra US$ 200 bilhões, David Rolley, o avanço no combate à corrupção sinaliza que as coisas podem melhorar no País no longo prazo. "O Brasil continua a trazer estes casos de corrupção para a Justiça e a entrar com novos processos", disse, destacando que isso pode provocar uma limpeza no País que contribui para gerar algum otimismo, mas com melhora prevista mais à frente.
Já Soros, que chegou a ter grandes posições na Petrobras, se desfez em julho dos papéis e segue fora de aplicações. O megainvestidor, muitas vezes referencial para vários aplicadores em Wall Street, também prefere não apostar diretamente no Brasil, de acordo com a composição da carteira da gestora Soros Asset Management. Ele só está exposto ao País de forma indireta, por meio de ações de multinacionais, como General Motors e cervejaria AB InBev.

Britânicos vendem papéis da companhia brasileira

Nos últimos meses, fundos como os britânicos Aberdeen e Schroders venderam todos os papéis da Petrobras e mantêm posição zerada na estatal. O movimento segue a derrocada da petroleira e acompanha a menor exposição dos gestores ao Brasil. Desde 2012, a participação do País na composição da principal referência das carteiras emergentes, o MSCI Emerging Markets, caiu pela metade. A Petrobras foi deixada de lado por alguns dos grandes fundos dedicados aos mercados emergentes na Europa.
Com patrimônio atual de mais de US$ 3 bilhões, o Aberdeen Emerging Markets Equity é uma das grandes carteiras europeias dedicadas aos emergentes. Em 30 de novembro de 2014, possuía pouco mais de 11 milhões de ADRs da estatal. Na mesma data de 2015, o fundo já não registrava rastros da Petrobras.