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Agronegócios

- Publicada em 11 de Dezembro de 2015 às 18:34

Produção de grãos deve ser recorde, afirma Conab

Segundo a companhia, produtor segue a tendência de reduzir plantio de milho para ocupar área com soja

Segundo a companhia, produtor segue a tendência de reduzir plantio de milho para ocupar área com soja


MARCELO BELEDELI/ESPECIAL/JC
A produção de grãos na safra 2015/2016, em fase de plantio, está estimada em 210,95 milhões de toneladas, 3,17 milhões de toneladas a mais, ou aumento de 1,5%, em comparação com a safra anterior 2014/15 (207,8 milhões de toneladas). Os números são do terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A produção de grãos na safra 2015/2016, em fase de plantio, está estimada em 210,95 milhões de toneladas, 3,17 milhões de toneladas a mais, ou aumento de 1,5%, em comparação com a safra anterior 2014/15 (207,8 milhões de toneladas). Os números são do terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme a Conab, a soja apresenta o maior crescimento absoluto, com estimativa de aumento de 6,2 milhões de toneladas, totalizando 102,46 milhões de toneladas. "Os ganhos de área e produtividade da cultura refletem num aumento de 6,5% na produção total do País", dizem os técnicos da Conab no texto de apresentação.
Apenas as culturas de primeira safra tiveram o plantio iniciado, que se estenderá até dezembro. As culturas de inverno, referentes à safra 2015, estão na fase final de colheita. Para as culturas de segunda safra, o plantio se iniciará a partir de janeiro.
De acordo com o terceiro levantamento da Conab, a área plantada com grãos deverá alcançar 58,55 milhões de hectares, o que representa crescimento de 1,1% em relação à área cultivada na safra 2014/2015, que totalizou 57,94 milhões de hectares. A Conab observa que essa área equivale à primeira, segunda e terceira safras, além das culturas de inverno. Os técnicos da estatal ressaltam que, considerando apenas a área efetivamente cultivada, a estimativa é de 43,3 milhões de hectares, levando em conta que os demais 15,2 milhões de hectares equivalem a culturas sobrepostas à área de total.
Segundo a Conab, a cultura da soja, responsável por mais de 56% da área cultivada do País, permanece como principal responsável pelo aumento de área. A estimativa é de crescimento de 3,4% (1,1 milhão de hectares), alcançando 33,2 milhões de hectares na área cultivada com a oleaginosa.
O algodão apresenta redução de 1,6% (15,6 mil ha), o que representa 960,6 mil ha. "Isto é reflexo da opção pelo plantio de soja na Bahia, segundo maior produtor do País", informa a Conab.
Mas a maior queda será na área plantada com milho primeira safra, que deverá ficar em cerca de 5,73 milhões de hectares, representando um decréscimo de 6,7% em relação à temporada passada (6,14 milhões de ha). A produção deverá cair 8,6%, para 27,48 milhões de toneladas (30,08 milhões de toneladas em 2014/2015).
Conforme a Conab, deve persistir a tendência dos últimos anos, de o milho primeira safra perder espaço para a soja. Os técnicos da estatal relatam que, entre outros motivos, a menor rentabilidade, os altos custos e maior risco de produção são os mais citados para justificar a redução.
Com relação à segunda safra do cereal, "ainda permanece acerca da indefinição sobre a área plantada em virtude das alternativas que serão definidas a partir do encerramento do plantio da soja", diz a Companhia Nacional de Abastecimento. Houve atraso do plantio da soja na Região Centro-Oeste, particularmente em Mato Grosso, maior produtor nacional. "O encurtamento na janela do clima que essa situação provoca pode reduzir a área plantada ou aumentar o risco da lavoura para aqueles produtores que insistirem em plantar o cereal em março", explica a Conab.
Em contrapartida, o Paraná, segundo maior produtor nacional do cereal de segunda safra, foi favorecido por chuvas abundantes no início da atual temporada 2015/2016. Por isso, os produtores acreditam que podem ganhar aproximadamente 15 dias na janela de plantio do milho, criando expectativas positivas para se alcançar bons níveis de produtividade nesta temporada.
A posição consolidada da área de milho, reunindo a primeira e segunda safras, deverá atingir nesta temporada 15,28 milhões de hectares, representando uma redução de 2,6% em relação ao observado na safra passada. A produção do cereal em 2015/2016 pode diminuir 3,1%, para 82,04 milhões de toneladas, em comparação à safra 2014/2015.

Rio Grande do Sul pode sofrer reduções de área e de colheita

Se no Brasil a expectativa é positiva, em solo gaúcho a situação é diferente. A projeção para a safra gaúcha é de uma produção de 30,25 milhões de toneladas de todas as culturas, uma quebra de 4,4% em relação à safra anterior. A área plantada também deverá cair, na ordem de 3,4%, para 8,42 milhões de hectares. A estimativa, porém, é definida como "conservadora" pelo superintendente regional da Conab, Glauto Lisboa Melo Júnior, por ser feita com base em dados históricos. "Dependendo da produtividade, a situação pode mudar", argumenta Melo, lembrando que foi isso que aconteceu na safra 2014/2015.
Entretanto, o único indicativo já consolidado, que é a colheita do trigo, já representa um grande contratempo. A cultura, que vinha de uma safra anterior ruim, perdeu 24,4% de sua área em 2015, e totalizará a produção com uma redução de 1,7%, para 1,49 milhão de toneladas. A situação deve se repetir com o arroz, para o qual a Conab projeta uma redução de 3,2% na área e de 5,7% na produção, para 8,12 milhões de toneladas.
Entre as principais culturas do Estado, a única que deve ganhar em área é, novamente, a soja, que aumentará em 0,5% o tamanho de suas plantações. Apesar disso, nem assim a produção do grão manterá o ritmo da safra passada. A projeção da Conab é de uma colheita 0,7% menor da soja, alcançando 14,77 milhões de toneladas. Além disso, a preferência dos produtores pelo grão, com maior preço de venda, deixará rastros na cultura do milho, que perderá 4,4% de sua área, e 13,1% da produção, que deve se limitar a 5,36 milhões de toneladas.
Embora menos relevantes para o cômputo geral, as demais culturas devem garantir os únicos crescimentos da agricultura gaúcha para 2016. A primeira safra do feijão deve ter aumento de 53% na área, para 54,3 mil hectares, e elevar 38,7% a produção, para 77,8 mil toneladas. A segunda safra, que deve ter estabilidade em área, atingirá 34,6 mil toneladas, crescimento de 5%. Já a soma de amendoim, aveia, canola, centeio, cevada, girassol, sorgo e triticale atingirá 389,6 mil toneladas, aumento de 11,4%.

Chuva no Estado e elevação dos custos está prejudicando o arroz

Lavouras gaúchas do cereal registraram atrasos na semeadura

Lavouras gaúchas do cereal registraram atrasos na semeadura


CAMILA DOMINGUES/PALÁCIO PIRATINI/JC
A próxima safra brasileira de arroz 2015/2016 deve diminuir 4,1%, para 11,92 milhões de toneladas, em comparação com 12,44 milhões de toneladas em 2014/2015, de acordo com o levantamento da Conab. "Essa redução de produção ocorre principalmente por causa do excesso de chuva no período atual de plantio e ao alto nível de preços dos custos de produção, acarretando uma redução da tecnologia empregada", informa a companhia.
As chuvas na região Sul prejudicam o plantio do cereal. Segundo a Conab, houve atraso na instalação das lavouras no principal estado produtor, o Rio Grande do Sul. Por isso, o Ministério da Agricultura ampliou o calendário oficial do plantio do cereal no Estado. "Mesmo plantando fora do período ideal, os produtores poderão ser atendidos pelo Proagro, em caso de sinistro", explica a Conab.