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Economia

- Publicada em 09 de Dezembro de 2015 às 22:05

PIB gaúcho caiu 3,4% no terceiro trimestre

Patrícia Comunello
O PIB gaúcho no terceiro trimestre do ano recuou 3,4%, demarcando a sequência de seis trimestres seguidos de queda verificados como efeito de uma das maiores estiagens da história do Estado. A nova safra de taxas negativas está sendo colhida desde o segundo trimestre de 2014. O percentual mais recente foi obtido na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A Fundação de Economia e Estatística (FEE) qualificou ontem, na divulgação e análise dos dados, que a economia registra "o aprofundamento da recessão".
O PIB gaúcho no terceiro trimestre do ano recuou 3,4%, demarcando a sequência de seis trimestres seguidos de queda verificados como efeito de uma das maiores estiagens da história do Estado. A nova safra de taxas negativas está sendo colhida desde o segundo trimestre de 2014. O percentual mais recente foi obtido na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A Fundação de Economia e Estatística (FEE) qualificou ontem, na divulgação e análise dos dados, que a economia registra "o aprofundamento da recessão".
Nos anos de 2000, as seis taxas negativas ocorreram entre o terceiro trimestre de 2004 e o último trimestre de 2005. As quedas foram de 2%, 2,5%, 4%, 2,9%, 1,4% e 3%, respectivamente. Os pesquisadores do Núcleo de Contas Regionais da FEE apontaram que os componentes do atual quadro de atividade em baixa são diferentes do anterior. Na época, o crescimento foi retomado com o desempenho das safras de grãos. "Havia uma causa específica, quando passou acabou a recessão. Agora estamos colados na economia nacional", contrastou o diretor técnico da FEE, Martinho Lazzari. Em 2015, os recuos se intensificam na indústria, alastram-se por serviços e impostos, e ganham mais agravantes, com queda de renda das famílias e reaquecimento do desemprego. O câmbio, que teve entre julho e setembro a maior desvalorização do ano (28%), não é suficiente para amenizar, pois o impacto das exportações é de 15% na composição do PIB. "Mesmo assim, nosso PIB caiu menos que o da média da economia brasileira, que fechou o terceiro trimestre em -4,51%", tentou reconfortar o coordenador de Núcleo de Contas Regionais, Roberto Rocha.
Se o PIB cair no último trimestre de 2015, o que é dado como certo, será a maior sequência de recuos da série apurada pela FEE desde 2002. O quadro de recessão costuma se configurar entre duas a três quedas seguidas do PIB trimestral. "Poucos conseguiram perceber, mas o quadro de recessão começou a se desenhar no segundo trimestre de 2014 e agravado pela queda em renda e maior desemprego", advertiu  Rocha. Os pesquisadores ponderaram ainda que a série trimestral recente não foi revisada, aplicando a nova metodologia. Isso ocorrerá na divulgação do PIB anual no começo de 2016.
A indústria de transformação foi, mais uma vez, o patinho feio das taxas, com desempenho de -9,4%, seguido por serviços, com -2,3%, frente ao mesmo trimestre de 2014. A produção de veículos lidera o mau momento do setor, com recuo de 35%. O segmento ficou em boa parte do ano com lay-off e férias, neste caso a fábrica da GM em Gravataí. A fabricação foi interrompida novamente este mês e se manterá assim até abril de 2016. Um dos escassos destaques positivos na indústria de transformação foi a produção de celulose, alta de 73,2%, reflexo da quadruplicação da capacidade da planta da Celulose Riograndense em Guaíba.
A agropecuária manteve o desempenho positivo, com alta de 18,4%. Já a arrecadação de impostos caiu 7,4%. Os níveis de renda (em baixa) e desemprego (em alta) turbinaram o comportamento das taxas de julho a setembro, segundo o coordenador do núcleo. Nos serviços, o comércio é o que mais caiu, em 12,5%, taxa negativa puxada pela má fase da venda de veículos (-29,2%). Outras quedas foram em móveis (-18,8%), tecidos, vestuário e calçados (-18,1%), eletrodomésticos (-16,5%), pois estão atreladas à concessão de crédito e disponibilidade de renda.
O único setor que ainda não está negativo em comércio é o farmacêutico, itens médicos, ortopédicos e cosméticos. "Eles estão ligados à essencialidade, por isso tem comportamento diferenciado, com aumento de 0,1%", explicou Rocha. Os supermercados, também ligados a maior necessidade das famílias, venderam menos (-6,1%). Sobre 2016, a equipe da fundação evitou validar as projeções, que cravam mais recessão. "Fala-se em queda no País e somos parte importante da economia. Portanto, estamos inseridos neste cenário", preveniu Rocha. "A variável chave é investimento." No último trimestre do ano, indicadores já liberados de produção industrial (Estado com a segunda maior queda em novembro) dão indícios de que não se reverterá o sinal negativo, observa o coordenador.
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