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Economia

- Publicada em 07 de Dezembro de 2015 às 19:21

Falta de linhas e recursos escassos desafiam eólicas

Geração por vento responderá por 12% da matriz energética em 2024

Geração por vento responderá por 12% da matriz energética em 2024


LEE CELANO/AFP/JC
A falta de interesse de investidores na transmissão de energia e a dificuldade de financiamento são os principais desafios para a indústria de geração de energia eólica em 2016, segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Gannoum.
A falta de interesse de investidores na transmissão de energia e a dificuldade de financiamento são os principais desafios para a indústria de geração de energia eólica em 2016, segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Gannoum.
"Temos que repensar a transmissão do ponto de vista econômico-financeiro e regulatório", afirmou Élbia, que participou, ontem, de evento promovido pela Fundação Getulio Vargas Energia (FGV Energia), no Rio de Janeiro. Segundo ela, geradoras de energia eólica têm interesse de tirar projetos do papel, mas não investem, principalmente, porque não há linha de transmissão suficiente para atender à demanda do setor.
As geradoras dependem do segmento de transmissão para escoar a energia que produzem. Em alguns períodos, geradoras tiveram que suspender a produção por ausência de linhas que permitissem o transporte da eletricidade, disse.
A projeção, registrada do Plano Decenal de Energia (PDE), é que a participação da energia eólica na matriz energética passe de 6% para 12% de 2014 para 2024. Neste ano, a produção deve alcançar 8,5 gigawatts (GW) de capacidade, segundo a Abeeólica.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura, destacou a importância das energias renováveis na expansão da capacidade de geração. A previsão é de crescimento de 7,86 GW por ano. A capacidade deve passar de 133,9 GW em 2014 para 212,5 GW em 2024.
Também presente ao seminário, o diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Amilcar Guerreiro, demonstrou preocupação com a geração hidrelétrica, entre as diferentes fontes de geração. Ele disse que, atualmente, não é possível prever se as chuvas vão acontecer nos períodos previstos e se vão garantir que os reservatórios das hidrelétricas tenham água suficiente para gerar a energia projetada.
O secretário do MME criticou o preço da energia elétrica no Brasil. Ventura ressaltou o aumento do custo do megawatt-hora (MWh) desde que as usinas térmicas passaram a ocupar o lugar da geração hidrelétrica, por causa da seca que atingiu os reservatórios e da resistência da sociedade à instalação de hidrelétricas na região Norte do País.
"O Brasil facilita a geração térmica e dificulta a hidrelétrica." Ele criticou, por exemplo, o prazo para a liberação do licenciamento ambiental da usina de Belo Monte, em construção no rio Xingu. "Se o licenciamento ambiental de Belo Monte tivesse saído como planejou o governo, a usina estaria produzindo desde 2013 e o preço da energia estaria mais baixo. O mesmo processo está acontecendo hoje com Tapajós", afirmou.
Ventura também destacou que a infraestrutura do setor elétrico ainda está em construção, como a interligação das regiões, e que esses custos influenciam a tarifa de energia. "São investimentos significativos, mas importantes para garantir a segurança energética", afirmou.
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