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Energia

- Publicada em 06 de Dezembro de 2015 às 22:48

Série de obras do Grupo CEEE fortalecerá sistema elétrico gaúcho

Escassez de recursos inviabiliza alienação de área, diz Paulo de Tarso

Escassez de recursos inviabiliza alienação de área, diz Paulo de Tarso


FREDY VIEIRA/JC
Se, para este verão, a perspectiva é de que o Rio Grande Sul não sofra maiores problemas com o abastecimento de energia, devido à retração do consumo por causa da crise econômica e à expectativa de temperaturas não tão elevadas; para o veraneio seguinte, algumas obras também devem reduzir o risco e dificuldades quanto ao fornecimento. Muitos desses empreendimentos têm a participação do Grupo CEEE e serão concluídos já no próximo ano.
Se, para este verão, a perspectiva é de que o Rio Grande Sul não sofra maiores problemas com o abastecimento de energia, devido à retração do consumo por causa da crise econômica e à expectativa de temperaturas não tão elevadas; para o veraneio seguinte, algumas obras também devem reduzir o risco e dificuldades quanto ao fornecimento. Muitos desses empreendimentos têm a participação do Grupo CEEE e serão concluídos já no próximo ano.
A estatal gaúcha fará os investimentos mais expressivos através de parcerias. Por meio do consórcio Tesb (que conta ainda com as empresas Procable e Insigma), serão aportados cerca de R$ 240 milhões; e pelo consórcio Fote (cuja sócia é a Eletrosul), mais R$ 178 milhões. O primeiro grupo é responsável pela implantação de linhas de transmissão de 230 kV de tensão entre bairros de Porto Alegre e entre a Capital e as cidades de Viamão e Nova Santa Rita, além das obras das subestações Viamão 3, Restinga e Jardim Botânico. A Tesb também construirá uma linha de transmissão entre Campo Bom e Taquara e a subestação Candelária.
Já a Fote desenvolve, entre outras ações, uma linha de transmissão de 230 kV entre Maçambará e Santo Ângelo, ampliação de subestações nesses dois municípios e obras em subestações em Pinhalzinho e Santa Maria. O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, ressalta que esses complexos são fundamentais para o setor elétrico gaúcho. Redecker defende que o Grupo CEEE mantenha a prática das parcerias como alternativa para investimentos futuros.
O secretário ainda sugere que a empresa adapte sua estrutura (diminuindo-a) aos seus custos. Nesse sentido, Redecker salienta que está sendo feita uma avaliação dos bens do grupo. "A companhia tem diversos ativos, de muitos anos, que não são mais utilizados, estão ociosos e representam um bom valor", argumenta. O dirigente cita como um exemplo os hortos florestais, que, segundo estimativa de Redecker, poderiam ser colocados à venda a partir de 2016. No total, são quatro empreendimentos dessa natureza que a estatal possui situados em Charqueadas, Alegrete, Candiota e Triunfo.
O presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, acrescenta que os hortos florestais são ativos imobiliários da companhia que não têm mais a função de antigamente, que era a produção de postes de madeira. Atualmente, poucos dos novos postes são desse material e, quando necessário, a empresa compra no mercado esse produto, sem a necessidade de fabricá-lo.
Apesar desse interesse em se desfazer de áreas, um negócio envolvendo o horto florestal do Grupo CEEE localizado em Charqueadas pode não ser concluído. No dia 20 de janeiro, a estatal e o Incra assinaram um Termo de Compromisso que estabelece a alienação ao Incra de um terreno de 777,4 hectares pertencentes à companhia naquele município. Paulo de Tarso recorda que o termo de compromisso foi firmado poucos dias antes de ele assumir o comando da empresa. O dirigente ressalta que o Instituto somente compra áreas nuas, ou seja, a estatal teria que deixar esse espaço limpo, tirando tocos e raízes que ali se encontram, além de cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ambiental.
Foi realizado um levantamento do custo que essas ações acarretariam e se chegou a valores entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. "Eu não posso, mediante a nossa escassez de recursos, a nossa dificuldade financeira, mobilizar um dinheiro que eu não tenho para fazer isso", frisa. Paulo de Tarso reitera que o negócio é inviável para a empresa neste momento e se encontra em "stand by".

Estatal investe em tecnologia

O Grupo CEEE não entrará 2016 focado apenas no aprimoramento da sua rede elétrica. A companhia irá modernizar seus processos com a implantação do sistema tecnológico ERP da SAP, que agilizará procedimentos da empresa. Uma das melhorias com essa solução é que o próprio funcionário que realiza a leitura da medição de consumo poderá imprimir a conta de luz. Com isso, não haverá mais a emissão das contas pelo correio.
Além de aumentar a velocidade do processo, a medida significará uma redução de custos, já que o gasto mensal do Grupo CEEE com o envio da correspondência é de aproximadamente R$ 2 milhões. A mudança acontecerá no mês de maio e também significará alteração no formato da conta, que ficará menor.
Outro benefício será a maior interatividade entre os consumidores e a companhia, com o lançamento de um novo portal na internet e um aplicativo para smartphones no qual o cliente poderá efetuar todas as operações (como pedidos de desligamento e ligação de luz) que hoje faz por telefone ou pelas agências da estatal. A instalação do sistema está sendo financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Francesa de Desenvolvimento, movimentando um valor de R$ 126 milhões.
A empresa também comemora a assinatura da renovação do contrato de concessão da sua área de distribuição (a CEEE-D), que acontecerá nesta terça-feira, em Brasília, no Ministério de Minas e Energia. "Essa foi uma grande vitória da companhia, do governo, neste ano", afirma o presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado. Apesar desse fato a celebrar, a estatal tinha um investimento previsto para 2015, somente na área de distribuição, na ordem de
R$ 400 milhões, e deve se limitar a R$ 180 milhões. A causa foi a dificuldade de repasses de recursos do Bndes e da Eletrobras.