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Livros

- Publicada em 27 de Dezembro de 2015 às 18:12

O dicionário transcendental de Clarice


DIVULGAÇÃO/JC
Clarice Lispector - A transcendental visão do quotidiano (Opus, Grupo Zaffari, Mecenas Editorial, 334 páginas) é a 11ª edição da Coleção Dicionários, que já destacou grandes autores brasileiros e, pela primeira vez, prestigia uma escritora. Não por acaso uma das maiores escritoras do Brasil e das que tem maior repercussão internacional.
Clarice Lispector - A transcendental visão do quotidiano (Opus, Grupo Zaffari, Mecenas Editorial, 334 páginas) é a 11ª edição da Coleção Dicionários, que já destacou grandes autores brasileiros e, pela primeira vez, prestigia uma escritora. Não por acaso uma das maiores escritoras do Brasil e das que tem maior repercussão internacional.
Na apresentação, o poeta, editor e escritor Luiz Coronel, ressaltando que a Coleção Dicionários é um dos projetos editoriais mais consistentes do Rio Grande do Sul, escreve sobre a importância de apresentar uma "senhora escritora" pela primeira vez na coleção e de como a autora - ucraniana de nascimento e naturalizada brasileira -retratou a alma do Brasil com uma visão transcendental do quotidiano.
O volume apresenta textos de grandes especialistas, jornalistas, poetas e escritores, como Regina Zilberman, Sérgio Borja, Ruben Daniel Castiglioni, Affonso Romano de Sant'Anna, Flávio Aguiar, Benjamin Abdala Junior, Maria da Glória Bordini, Antônio Hohlfeldt, José Eduardo Degrazia, Lucia Helena, Jane Tutikian, Romar Beling, Leandro Zanetti Lara, Jaime Vaz Brasil, Débora Mutter, Nelson H. Vieira, Sergius Gonzaga, Adriana Carina Camacho Alvarez, Gustavo Henrique Rückert e, ao final, um belíssimo poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado Visão de Clarice Lispector, publicado em 1973, em Discurso de primavera e algumas sombras. Os textos enfocam a vida e a obra da autora e seus percursos no Brasil e em muitos países do exterior.
As centenas de verbetes baseados nas crônicas, contos, novelas e romances de Clarice revelam aos leitores a grandeza de uma escritora que considerava que toda palavra tem a sua sombra e que o que escrevia era uma névoa úmida. "Estou na vida fotografando o sonho"; "Eu como escritor espalho sementes"; "Não se escreve para a literatura, escreve-se para cobrir um vazio, vencer a descontinuidade"; afirmou a autora de obras imortais como A maçã no escuro; Laços de família; Perto do coração selvagem, entre outras.
A obra encadernada, impressa em papel couchê brilho, com sobrecapa e caixa, fotografias em cores e em preto e branco, apresentada com cuidados editoriais especiais, teve o apoio da Lei de Incentivo à Cultura - Ministério da Cultura, planejamento cultural da Opus, patrocínio do Grupo Zaffari e realização de Mecenas Editorial, TAB Marketing Editorial e Agência Matriz.
Há pouco, devido ao lançamento da biografia de Clarice Lispector por Benjamin Moser, o suplemento do The New York Times dedicou a ela matéria de capa, demonstrando que o julgamento do tempo, dos leitores e da crítica é altamente favorável à autora que, como disse Alceu Amoroso Lima: "Clarice escreve como ninguém. Ninguém escreve como Clarice".

Lançamentos

  • As tirinhas do guri de Uruguaiana 1 (L&PM, 128 páginas) de Jair Kobe, com ilustrações de Paulinho Tscherniak, apresentações de Tulio Milman e Luís Augusto Fischer, trazem expressões e frases de um dos personagens mais queridos do público gaúcho. O guri bebe para esquecer e aí esquece de pagar a conta... mas que barbaridade...
  • A árvore todas (Iluminuras, 96 páginas), da escritora curitibana Lucia Collin, autora de 15 livros, entre contos, romances e poemas, apresenta textos que se iniciam com pequenos recados, em princípio endereçados a pessoas com nome iniciado pela letra "P". Mas a autora brinca com a linguagem, deforma clichês e aí tudo muda. Os contos lembram Tchékhov e Macedonio Fernandez.
  • Dívidas de gratidão (AGE, 166 páginas), do jornalista e ex-deputado federal Adroaldo Streck apresentação do consagrado jornalista Rogério Mendelski, fala com fé e gratidão sobre 62 anos de jornalismo, política, origens, Caldas Júnior e Breno Caldas, Brizola, Lula e muitos outros tópicos e celebridades interessantes, com textos ágeis, rápidos e gostosos como coluna de jornal.

Retrospectiva de 2016

O "annus horribilis" 2015 se foi, que Deus o tenha em sua infinita paciência. O bom dele é que vai ser difícil aparecer, em breve, anozinho tão tumultuado e instável. El peor yá pasó.... Depois da overdose habitual de democráticos e baratíssimos panetones, com suas toneladas de calorias e, passados os detalhes das orgias natalinas, é hora de pensar em espumante, Ano-Novo e lembrar o que escreveu o poetão Drummond: "o último dia do ano não é o último dia do tempo". Temos um ano para usar a criatividade e inventar algo para substituir o panetone. Ou inventar panetone orgânico, natureba. Sugestões para a redação.
O título lá de cima está certo, senhor revisor. Já penso em dezembro de 2016 e na retrospectiva. Não quero ficar lembrando muito de 2015, nem ficar lançando só perspectivas para 2016. Deixa a pátina do tempo cair em cima do 2015 um bocadinho, a ficha cair, que aí quem sabe ele termina de uma vez. Nesse Brasil de parto demorado nada termina, até o passado é imprevisível. É mais fácil amar o País do que entendê-lo ou explicá-lo. Mas não vamos desistir.
Enfim, tomara que, em 2016, os de Brasília consigam se entender, acertar os rumos para o bem do Brasil, pensar no que é melhor para todos, motivar a gurizada e gerar desenvolvimento e empregos, que a coisa está difícil. Meu velho coração de estudante ainda bate, talvez não tão forte como antes, mas, por favor, não me chamem de ingênuo, não me digam que o sonho acabou, que a utopia dançou. Tomara que a economia decole, está difícil, mas não podemos e nem devemos perder as esperanças. Tomara que a gente construa novas políticas, novos caminhos. Nem no Internacional podemos perder as esperanças. Oh, Colorado, um campeonatozinho nacional, por favor.
Retrospectiva: 2016 foi o ano da recuperação econômica, da reconstrução política, do Inter campeão, do panetone light, do dólar baixando, da esperança subindo e da descoberta da pílula do emagrecimento definitivo. Terminou bem 2016, com gosto de quero mais, todo mundo queria prorrogação de seis meses. Foi o ano em que diminuiu o consumo de calmantes e antidepressivos e aumentou o de preservativos e aditivos libidinosos. Foi o ano que os terroristas não atiraram nem nos próprios pés. Os poucos que atiraram, atiraram para cima, para não atingir nada e ninguém. Como se as balas e bombas fossem fogos de artifício.
Foi um ano, esse 2016, absolutamente imprevisível, um ponto completamente fora da curva, um arco-íris quádruplo num céu multicolorido. Ele não precisou de drogas para se mostrar doidão. Foi ao natural. Coisa lá de cima, de Deus, quem sabe. Esse 2016 foi um ano de paz mundial, diálogo fraterno entre nações, justiça social, utopia concreta - um ano Quixote, um sonho. Nada de preconceitos raciais, sexuais, nenhum. Sonho? E daí? A vida é sonho. Os sonhos, sonhos são.
Foi e será inexplicável 2016, um ano completamente diferente de todos os dos outros milênios. Um ano para unir as pessoas e dividir a História. Antes e depois de 2016 - que foi e será único.

a propósito...

Fim do ano, retrospectivas. No início traçamos perspectivas. Normal, jornalístico. Videntes fazem previsões previsíveis e imprevisíveis. Normal, todo mundo quer saber o que vai acontecer amanhã de manhã. Aqui, há pouca retrospectiva de 2015, poucas perspectivas para 2016, nada de previsões. Há, isso sim, como constaram, uma retrospectiva do que realmente aconteceu em 2016. Não me façam perguntas. Acreditem ou não. Em janeiro de 2017 conversaremos a respeito, inclusive sobre minha saúde mental. Pensem nisso, enquanto agradeço o privilégio da companhia em 2015, desejo a todos ótimo 2016 e peço a Deus que siga nos iluminando - de preferência sem grandes aumentos na conta da luz. (Jaime Cimenti)
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