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Livros

- Publicada em 16 de Dezembro de 2015 às 19:06

Interpretação geral do Brasil

A terceira edição de Interpretação do Brasil (Global, 256 páginas), do grande sociólogo brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987) com prefácio do professor Eduardo Portella, ex-ministro da Educação e introdução do professor Omar Ribeiro Thomaz, reúne conferências apresentadas em instituições norte-americanas em 1944 e pensadas para o público estrangeiro, mas que são atraentes e atuais para nós. Sua leitura revela um momento crucial na obra de Freyre. A primeira publicação no Brasil deu-se em 1947 - a segunda edição, em 2001.
A terceira edição de Interpretação do Brasil (Global, 256 páginas), do grande sociólogo brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987) com prefácio do professor Eduardo Portella, ex-ministro da Educação e introdução do professor Omar Ribeiro Thomaz, reúne conferências apresentadas em instituições norte-americanas em 1944 e pensadas para o público estrangeiro, mas que são atraentes e atuais para nós. Sua leitura revela um momento crucial na obra de Freyre. A primeira publicação no Brasil deu-se em 1947 - a segunda edição, em 2001.
Interpretação do Brasil segue no quadro argumentativo configurado pelas obras antecessoras e pelas contemporâneas Casa-grande & senzala; Sobrados e mucambos; Região e tradição e Ordem e Progresso, não se deixando tomar pela tentação da síntese. A obra ensina aos brasileiros, no que diz respeito ao regime superior de coabitação cultural, trocas materiais e imateriais, intercâmbios simbólicos, sensações difusas, encontros e desencontros, previsíveis e imprevisíveis, vida, forma e cor.
A primeira parte fala dos antecedentes europeus da história brasileira; a segunda, de fronteiras e plantações, unidade e diversidade; nação e região é o título da terceira e condições étnicas e sociais do Brasil moderno é a quarta. A política exterior e os fatores que a condicionam é o tema da quinta. A literatura moderna do Brasil é a sexta parte do volume, que apresenta, ainda, história bibliográfica de Interpretação do Brasil, bibliografia sobre Gilberto Freyre, biobibliografia do autor e índice onomástico.
Na introdução, escreve Omar Ribeiro Thomaz: "Interpretação do Brasil mantém, no entanto, seu interesse: revela-nos o processo pelo qual passava a obra de Gilberto Freyre. Observa-se uma inflexão, uma passagem, como que uma interpretação geral do Brasil, no tempo e no espaço, a informar a universalização de sua teoria luso-tropical. Traduz a importância crescente que o Brasil, e as representações construídas em torno de sua realidade, passa a ter num mundo cada vez mais preocupado com as consequências potencialmente violentas e dramáticas de contatos entre povos, culturas e religiões".
Gilberto Freyre, em Interpretação do Brasil, depois do mural Casa-grande & senzala e de Sobrados e mucambos, nos dá um dos sentidos de sua obra: a glorificação de um povo, responsável último pela formação de uma cultura e de uma sociedade. Não busca heróis individuais, mas aqueles representativos dos esforços da coletividade.
"Gostaria de ver incluído num monumento à plantação a senhora de engenho, o escravo do campo, o moleque, companheiro paciente e às vezes masoquista do senhor-moço, e ainda a mulata que no Brasil ficou sendo chamada de a mucama: a companheira da senhora branca", contou Freyre.

Amor e Morte por José Luiz Prévidi

Quer fazer um programa? (Núcleo de Comunicação, 102 páginas, telefone (51) 9179-7449), romance, é o 12º livro do consagrado e premiado jornalista e escritor José Luiz Prévidi, que publica há muitos anos o famoso site www.previdi.com.br. O livro marca sua estreia na literatura de ficção, depois de 12 publicações dedicadas a histórias de jornalistas; busca de felicidade; histórias de Porto Alegre e de praia; piadas; personagens do Centro da capital e casos com celebridades que circularam por aqui.
Os poetas dizem que a vida se resume em nascer, amar, procriar e morrer. Os franceses usam a expressão "la petite morte" (a pequena morte) para falar da ejaculação ou se referir ao orgasmo. A mesma expressão em inglês - the little death - já foi título de longa metragem e, dizem, teria sido usada pela primeira vez em 1572, como breve perda de consciência, e em 1882 teria sido associada ao orgasmo. Há quem prefira não pensar em tristeza depois do coito e achar melhor a conclusão de que onde nasce um orgasmo, morre o tédio. Questão de gosto e opinião.
Esses pensamentos vieram logo depois da leitura de Quer fazer um programa? que, segundo o autor, tem como tema predominante a morte. Prévidi disse que para escrever o romance teve que se despir de todo dogmatismo que ainda restara nele a respeito da morte, em vista dos tempos do catolicismo.
O protagonista da narrativa enxuta e veloz de Prévidi, com suas frases, períodos e capítulos curtos, é um homem de uma geração nascida lá por 1950-1960, quando incertezas, pecados e outros mistérios envolviam o sexo, o amor, os adolescentes e os jovens adultos, especialmente os homens. Muitos se apaixonavam só até levarem a guria para a cama. Percorrer fases da vida, curtir o primeiro beijo, sentir a primeira vez com uma mulher, aceitar o amor, conseguir levar as mulheres para a cama, sossegar, casar, ter filhos, trabalhar, acumular dinheiro. Muitas dessas experiências são relatadas pelo personagem principal do romance, que, de certa forma, sintetiza os comportamentos dos homens que hoje têm 50 ou 60 anos. Com sinceridade absoluta, ele conta sobre as mulheres de sua vida, que não foram poucas, e como foram os encontros e desencontros, felizes e infelizes.
Acho que o tema principal da obra, que pode ser classificada como um romance de geração, não é bem a morte, como está na contracapa, embora ela esteja bem presente no clima da narrativa. O personagem, do início ao fim, mostra a importância vital do sexo para ele e de como a vida pode estar no corpo e na alma de uma mulher, mesmo quando os encontros se dão de forma rápida, por pouco tempo, interrompida, sem maiores explicações e, em alguns casos, sem a presença do amor.
Lembrando, depois de morto, das mulheres que marcaram sua vida, mesmo as que não se apaixonou, o protagonista questiona porque os livros não falam em sexo e amor depois da morte e recorda, recorda.

a propósito...

Prévidi pede aos leitores que, antes de lerem o livro, abram mão de suas verdades inabaláveis, aquelas que a gente não admite discutir nem em mesa de bar, já que ele se despiu delas para escrever o romance. Pedido interessante e necessário, para conhecer e aproveitar melhor um personagem, que, de início, pode parecer estranho, sedutor e obsessivo. No fundo, ele é assim mesmo, como todos nós, meio estranho, obsessivo, sedutor e múltiplo, claro. Quem não for assim, pode ir atirando a primeira pedra. Alguém aí está livre de pecados e não tem telhado de vidro? (Jaime Cimenti)

Lançamentos

James Joyce e seus tradutores, (Iluminuras, 112 páginas), da tradutora, ensaísta e professora Dirce Waltrick do Amarante, autora de longo ensaio sobre Finnegans Wake, reúne trabalhos já divulgados em diferentes meios e outros inéditos. Dirce propõe novos acessos à obra de James Joyce.
A outra história da Lava-Jato - Uma investigação necessária que se transformou numa operação contra a democracia (Geração Editorial, 416 páginas), do experiente jornalista e escritor Paulo Moreira Leite, apresenta uma visão que pretende contribuir com o debate democrático sobre nosso País.
Zildo de Marchi - Barriga no balcão, olhos no mundo! História e vida de um Empreendedor (Editora Palomas/Mazzei Editora, 196 páginas), de Danilo Ucha e Paula Sória Quedi, com prefácio de Paulo Vellinho, traz fotos, ilustrações e textos sobre a vitoriosa trajetória de um dos maiores empresários gaúchos.
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