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Política

- Publicada em 16 de Novembro de 2015 às 22:18

Com debates e ações culturais, secretária quer dar mais visibilidade à questão racial

Elisete Moretto diz que escolas têm dificuldade de abordar tema

Elisete Moretto diz que escolas têm dificuldade de abordar tema


ANTONIO PAZ/JC
A 25ª Semana da Consciência Negra promove, em Porto Alegre, até o dia 20 de novembro, uma série de discussões sobre o povo negro. Com uma vasta programação de apresentações artísticas, palestras e exposições, o evento busca dar "Voz e Direito ao Povo Negro" como professa o slogan deste ano. A secretária adjunta do Povo Negro da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Elisete Moretto (PP), sustenta que o evento na Capital ganha mais importância "quando constatamos que Porto Alegre tem 20% de população negra, o que contabiliza uma população de cerca de 300 mil pessoas". Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Elisete reflete sobre os quilombos na cidade e a implementação da lei que determina o ensino nas escolas da história do povo negro.
A 25ª Semana da Consciência Negra promove, em Porto Alegre, até o dia 20 de novembro, uma série de discussões sobre o povo negro. Com uma vasta programação de apresentações artísticas, palestras e exposições, o evento busca dar "Voz e Direito ao Povo Negro" como professa o slogan deste ano. A secretária adjunta do Povo Negro da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Elisete Moretto (PP), sustenta que o evento na Capital ganha mais importância "quando constatamos que Porto Alegre tem 20% de população negra, o que contabiliza uma população de cerca de 300 mil pessoas". Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Elisete reflete sobre os quilombos na cidade e a implementação da lei que determina o ensino nas escolas da história do povo negro.
Jornal do Comércio - Como tem sido a implementação da temática do povo negro no currículo das escolas?
Elisete Moretto - Sabemos que a implementação desse conteúdo ainda está devagar. Não é fácil incorporar os temas do povo negro nas escolas. Muitas vezes, a gente ouve dos professores que eles não sabem como trabalhar a temática. As escolas têm dificuldade em conseguir material, porque há pouca produção textual sobre esse assunto voltada ao ensino público, e há casos em que os educadores abordam a história do negro, reduzindo-o a sujeito escravizado. Não é isso que queremos; queremos mostrar a contribuição do povo afrodescendente à cultura, à economia, à sociedade brasileira. Para isso, estamos promovendo uma série de cursos de capacitação para os professores. A educação é uma peça fundamental para a promoção da igualdade racial, afinal, nenhuma criança nasce odiando um negro, ela aprende a odiar.
JC - Uma das lutas do movimento negro é pelo reconhecimento dos territórios quilombolas. Como a senhora tem acompanhado as manifestações sobre esse tema?
Elisete - Temos quatro quilombos urbanos em Porto Alegre. Isso se deve, claro, à luta e pela articulação do movimento negro, mas também pela vontade política para que sejam reconhecidos. Foram feitos estudos, foram identificados os locais, foi reconstituída a história, e enfim foram reconhecidos os espaços quilombolas. Inclusive, vamos ter alguns eventos (na Semana da Consciência Negra) dentro do Quilombo do Areal da Baronesa, onde vai acontecer uma feira de afro-empreendedores, em que a população quilombola vai expôr os produtos que eles comercializam.
JC - Além dos quilombos urbanos, também vai ter a participação dos quilombos rurais?
Elisete - Sim. Vamos ter um ato público de compra dos alimentos produzidos nos quilombos rurais, que são do Estado. Tem instituições que já estão comprando hortifrutigranjeiros, biscoitos, enfim, a produção agrícola da Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do Rio Grande do Sul, como, por exemplo, o GHC (Grupo Hospitalar Conceição) e a Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania).
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