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Repórter Brasília

- Publicada em 15 de Novembro de 2015 às 17:41

Ganhar alguma coisa

Os juros do cartão de crédito alcançaram os estratosféricos 368,27% ao ano, a maior taxa em 19 anos. De acordo com pesquisa feita pela Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), essa é a maior taxa desde os 385,68% registrados em março de 1996. Todas as modalidades registraram aumento. O culpado, de acordo com o economista do Banco Central, Newon Marques, é a crise. As pessoas estavam gastando demais, se endividando, e o crescimento da inadimplência fez os bancos aumentarem os juros. "Os bancos sobem os juros quando sabem que a chance de não receberem nada é alta. Aí eles pelo menos recebem os juros. Há gente que renegocia a dívida e depois não paga. E quem é bom pagador não tem porque pagar por quem não paga", explicou. Marques ainda aponta que a alta nos juros afasta o consumidor. O problema é que se não há consumo, a saída da crise é bem mais demorada. E os juros só irão baixar quando a inadimplência diminuir.
Os juros do cartão de crédito alcançaram os estratosféricos 368,27% ao ano, a maior taxa em 19 anos. De acordo com pesquisa feita pela Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), essa é a maior taxa desde os 385,68% registrados em março de 1996. Todas as modalidades registraram aumento. O culpado, de acordo com o economista do Banco Central, Newon Marques, é a crise. As pessoas estavam gastando demais, se endividando, e o crescimento da inadimplência fez os bancos aumentarem os juros. "Os bancos sobem os juros quando sabem que a chance de não receberem nada é alta. Aí eles pelo menos recebem os juros. Há gente que renegocia a dívida e depois não paga. E quem é bom pagador não tem porque pagar por quem não paga", explicou. Marques ainda aponta que a alta nos juros afasta o consumidor. O problema é que se não há consumo, a saída da crise é bem mais demorada. E os juros só irão baixar quando a inadimplência diminuir.
Juros de máfia
Parte desse endividamento vem da má educação financeira do brasileiro. "Se voltarmos para 20 anos atrás, tempos de inflação alta, era muito difícil pegar um empréstimo e era complicado para as pessoas saber quanto o dinheiro valia", disse o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro Maurício Santoro. Tanto que, segundo ele, o cartão de crédito é usado no Brasil para grandes compras. "Nem a máfia cobraria esses juros. Chocaria Don Soprano (da série de TV Os Sopranos): 'O que você está falando? Juros de 400%? Não podemos fazer isso'", ironizou.
Usura institucionalizada
A comparação com a máfia e outros agiotas não se perde nem no Congresso. Foram diversas tentativas de por freios na escalada vertiginosa dos juros. A grande maioria, como a realidade mostra, infrutífera. O ex-deputado e hoje secretário de Educação do Rio Grande do Sul Vieira da Cunha (PDT) apresentou uma proposta de emenda à Constituição em 2013 limitando os juros a 12% ao ano. "É inadmissível que o País continue a conviver com a usura institucionalizada", disse à época. Ele culpou pela manutenção as vultosas doações de campanha dos bancos a candidatos. O texto apenas retornava um artigo da Constituição que foi suprimido em 2003 e limitava os juros. Com a saída de Vieira da Cunha, a PEC foi arquivada.
Taxas abusivas
Em outubro desse ano, a deputada federal Zenaide Maia (PR-RN) apresentou outra PEC com o mesmo objetivo. Segundo o texto dela, o limite de juros praticados é de três vezes a taxa Selic. De acordo com a parlamentar, a justificativa para a supressão do limite de juros em 2003 era o que isso facilitaria a reestruturação do sistema financeiro nacional. "Assim, permaneceu sem tutela estatal a fixação das taxas de juros no Brasil, o que tem permitido às instituições financeiras a cobrança de taxas abusivas, especialmente naquelas operações que não exigem maior esforço do tomador para sua contratação, como o cheque especial e o cartão de crédito", explicou.
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