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- Publicada em 05 de Novembro de 2015 às 19:52

CPI rejeita convocar filho de Lula e dois ex-ministros

Para a relatora Vanessa Grazziotin (e), não há nenhum fato novo

Para a relatora Vanessa Grazziotin (e), não há nenhum fato novo


GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO/JC
Com a presença em peso na sessão da CPI que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) nesta quinta-feira, senadores da base governista rejeitaram por unanimidade a convocação dos ex-ministros Erenice Guerra e Gilberto Carvalho, além do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Cláudio Lula da Silva.
Com a presença em peso na sessão da CPI que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) nesta quinta-feira, senadores da base governista rejeitaram por unanimidade a convocação dos ex-ministros Erenice Guerra e Gilberto Carvalho, além do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Cláudio Lula da Silva.
Os requerimentos, de autoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), foram anunciados após a deflagração da terceira fase da Operação Zelotes, da Polícia Federal (PF), no fim de outubro, que apontou possível ligação dos requisitados na CPI com um suposto esquema de compra de Medidas Provisórias (MPs).
"Rejeitados mais uma vez por unanimidade. Mas só tem governista aqui, fazer o quê?", assinalou o presidente da CPI, se referindo ao fato de a sessão desta quinta-feira ter sido realizada apenas com a presença de senadores da base de apoio ao governo. A frase de Ataídes causou estresse aos membros na reunião, que pediram que o senador voltasse a presidir a sessão de forma imparcial. "O senhor não pode tomar parte nas decisões e tentar induzir o voto dos demais", afirmou Otto Alencar (PSD-BA), pedindo respeito.
Nesta semana, lideranças do governo afirmaram que iriam "mobilizar forças" para impedir as convocações. Senadores pouco assíduos na CPI, como Acir Gurgacz (PDT-RO), vice-líder do bloco de apoio ao governo, marcaram presença na audiência desta quinta-feira.
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), que não faz parte da CPI, chegou cedo à reunião, conversou diretamente com os demais parlamentares presentes e permaneceu até a rejeição de todos às convocações.
"O requerimento está sendo apreciado pela terceira vez e sempre foi rejeitado. Não há nenhum fato novo ou indício de ligação de Erenice, Carvalho e Luís Cláudio com as investigações da CPI", afirmou a relatora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ao informar seu posicionamento contrário às convocações. A senadora acredita que as convocações por parte de Ataídes possuem caráter político, com intenção de atingir o governo. "Estamos diante de requerimentos com objetivo político e nenhuma motivação técnica que justifique essas convocações."
O senador Otto Alencar, que se pronunciou contra a convocação de Luís Cláudio, condenou, em seu discurso, a intimação do empresário, filho de Lula, em ação da PF que teria sido feita às 23h do dia do aniversário do ex-presidente. "Estamos diante de uma oposição raivosa que quer atingir a imagem do presidente Lula. Essa convocação tem o único objetivo de macular a imagem do ex-presidente com medo de seu retorno em 2018", argumentou.
O colegiado também rejeitou a transferência dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Luís Cláudio Lula da Silva, bem como de sua empresa, LFT Marketing Esportivo.

Força-tarefa do Ministério Público pede que juiz não atue mais no caso

A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na Operação Zelotes ajuizou uma ação de exceção de suspeição na quarta-feira, pedindo que o juiz substituto Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, não atue no caso. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, Ricardo Leite não tem imparcialidade para atuar no caso.
Em etapas anteriores da Zelotes, Ricardo Leite já havia recusado pedidos de quebra de sigilos telefônicos e prisões preventivas de envolvidos na investigação, solicitadas pela Procuradoria.
Nesta quarta-feira, a juíza substituta Célia Regina Ody Bernardes deixou de conduzir a Zelotes. Ela determinou, em outubro, buscas nos escritórios das empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O titular da 10ª Vara, Vallisney de Souza Oliveira, retornou ao seu cargo de origem. Ele reassumirá todo o seu acervo de processos e procedimentos, incluindo a investigação da Zelotes. A Operação Zelotes apura crimes de evasão fiscal respaldados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda.