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Opinião

editorial

- Publicada em 20 de Novembro de 2015 às 16:30

Quando até mesmo o clima não ajuda a autoestima

Uma tromba d'água no início da noite de quinta-feira trouxe, outra vez, o medo dos porto-alegrenses pelas cheias ocorridas em outubro. Ruas e a avenidas alagadas, carros parados, o tradicional Arroio Dilúvio, oficialmente Ipiranga, quase transbordando, tudo tumultuado ainda mais por sinaleiras sem funcionar em cruzamentos muito importantes, especialmente na hora do retorno para casa de milhares de pessoas. No fim de semana, tempo bom, sol, futebol, enfim, como todos pedem para os sábados e domingos.
Uma tromba d'água no início da noite de quinta-feira trouxe, outra vez, o medo dos porto-alegrenses pelas cheias ocorridas em outubro. Ruas e a avenidas alagadas, carros parados, o tradicional Arroio Dilúvio, oficialmente Ipiranga, quase transbordando, tudo tumultuado ainda mais por sinaleiras sem funcionar em cruzamentos muito importantes, especialmente na hora do retorno para casa de milhares de pessoas. No fim de semana, tempo bom, sol, futebol, enfim, como todos pedem para os sábados e domingos.
Realmente, não apenas para o Brasil, mas também para quase todo mundo o ano de 2015 está para ser esquecido, embora nem tudo tenha sido um mar de lágrimas. Até mesmo o clima não ajuda a melhorar a autoestima dos brasileiros, seja no Sul ou Norte, chuvas e secas se alternando. Mas o clima totalmente imprevisível com o qual convivemos em 2015 também pesou na fase mais, digamos, lúgubre do ano que deverá terminar dentro de poucas semanas. É que os efeitos do fenômeno El Niño são bastante conhecidos nas regiões Sul, Norte e Nordeste do País, enquanto no Sudeste e no Centro-Oeste os efeitos são difíceis de serem previstos.
O El Niño traz alterações significativas de curta duração, entre 15 a 18 meses, na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima. Estes eventos modificam um sistema de flutuação das temperaturas daquele oceano chamado Oscilação Sul e, por essa razão, são referidos como Oscilação Sul-El Niño. Seu papel no aquecimento e arrefecimento global é uma área de intensa pesquisa, ainda sem um consenso.
O Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou material que mostra o impacto do El Niño sobre a ocorrência de tempestades no Sudeste durante o verão 2015/2016. Segundo os resultados de nova pesquisa, para o verão o El Niño será muito forte deve ser o terceiro mais forte desde 1950, depois de 1983 e 1998.
A previsão é de um aumento na ocorrência de tempestades, em relação ao último verão, de 20% na região Sul, 20% no Sudeste e 10% no Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste é prevista uma diminuição das tempestades de 10% e 15%, respectivamente, em relação ao último verão. A pesquisa foi baseada em dados de tempestades no verão dessas regiões desde 1950.
"Ao cruzarmos esses percentuais de previsão com a densidade populacional, somos levados a pensar que o número de mortes por raios no próximo verão pode aumentar se não alertarmos adequadamente a população sobre os efeitos do El Niño", disse o coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior.
Os dados da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT) do último trimestre (agosto, setembro e outubro), já sob o efeito do El Niño, confirmam essas tendências. Se era só o que faltava para completarmos um período tão desastrado, agora não falta mais. Somos produtos do meio e nos alegramos e entristecemos junto com os ciclos do tempo. Então, a chuva intermitente, apesar de um fim de semana ensolarado era a previsão , deixa muita gente abatida, sem ânimo para quase tudo.
No entanto, temos que reagir porque as variações do tempo não são novidade, evidentemente. Precisamos de sol, calor e frio, chuva, ventos, calmaria, dias e noites diferentes. Por milênios foi assim e, certamente, por mais alguns milênios assim continuará. Apenas espera-se que, como os dias e as noites, os bens e os males se alternem e sejam contrastantes.
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