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Opinião

- Publicada em 12 de Novembro de 2015 às 16:40

Lava Jato tem apoio, mas deve evitar desemprego

É consenso geral que a Operação Lava Jato fez - e continua fazendo - um bem enorme para o Brasil. Os desvios de verbas da empresa que é um orgulho para o País, a Petrobras, não poderiam continuar. A estatal foi sangrada a mais poder, pagando bilhões de reais acima do necessário, enlameada por escroques dos mais diversos matizes, a maioria dos quais envolvendo conluios entre lobistas e empreiteiras. Diz a sabedoria popular que existe uma intervenção divina nos negócios e sucessos humanos a que chamamos de Providência. No entanto, ela se opera somente pelas leis e meios naturais.
É consenso geral que a Operação Lava Jato fez - e continua fazendo - um bem enorme para o Brasil. Os desvios de verbas da empresa que é um orgulho para o País, a Petrobras, não poderiam continuar. A estatal foi sangrada a mais poder, pagando bilhões de reais acima do necessário, enlameada por escroques dos mais diversos matizes, a maioria dos quais envolvendo conluios entre lobistas e empreiteiras. Diz a sabedoria popular que existe uma intervenção divina nos negócios e sucessos humanos a que chamamos de Providência. No entanto, ela se opera somente pelas leis e meios naturais.
Problemas menores acabaram levantando o véu da corrupção jamais visto na história brasileira, enxovalhando pessoas e empresas acima de qualquer suspeita até que as notícias viraram manchetes e se repetiram, quase que monotonamente, por meses e, tudo indica, ainda não chegamos ao fim para saber tudo e todos os envolvidos. Mas, tal e qual um medicamento muito forte, o efeito correlato da bem-sucedida Operação Lava Jato foi a suspensão de contratos superfaturados e cujos valores acima daqueles praticados pelo mercado estão sendo buscados no exterior ou devolvidos pelos que surrupiaram a Petrobras. Porém, obras paradas e falta de pagamentos por precaução até que um pente fino nos contratos fosse passado, trouxeram efeitos danosos no lado mais fraco, como sempre. Veio o desemprego de milhares de trabalhadores os quais, obviamente, estavam absolutamente fora de qualquer malfeito.
Representantes das seis principais centrais sindicais do País iniciaram um movimento que pretende pressionar o governo federal e o Judiciário por uma solução rápida para as empresas flagradas na Operação Lava Jato, sem impedir que os envolvidos nos desvios sejam punidos.
O diagnóstico é que os reflexos práticos das investigações sobre as atividades de grandes empreiteiras e da própria Petrobras afetam principalmente setores que empregam altos contingentes de trabalhadores e, por isso, o mercado tem apresentado uma deterioração tão intensa. A Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) defende a punição das pessoas envolvidas nos desvios, mas que as empresas ligadas ao escândalo de corrupção não sejam impedidas legalmente de participar de novas licitações.
A entidade prega o óbvio, que seja separado o joio do trigo, sem que se julgue que exista qualquer tipo de defesa dos corruptos, e isso nem a Justiça e menos ainda a população ordeira e trabalhadora aceitaria, diferenciando o corrupto e a obra, que gera emprego, aquece a economia e favorece o mercado interno. O consenso entre as centrais sindicais é pela necessidade de estabelecer que apenas um órgão fique responsável por firmar acordos de leniência com as empresas investigadas para encerrar mais rapidamente os processos judiciais.
Dia 3 de dezembro, as centrais mais representativas terão encontro com empresários, acadêmicos, Judiciário e o governo para a discussão de propostas que possam preservar empregos especialmente nos setores mais afetados - óleo e gás, construção civil e indústria naval.
Para o próximo dia 8, está previsto um ato concentrado no Rio de Janeiro, onde fica a sede da Petrobras, para chamar a atenção da sociedade para esta causa. É uma boa ideia. Mas, nem de longe isso prejudique a famosa "punição exemplar e a apuração rigorosa" do mal praticado contra a Petrobras, orgulho do Brasil.
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