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Opinião

- Publicada em 10 de Novembro de 2015 às 17:56

Uber, ou quando a nova tecnologia assusta demais

Os mais velhos ainda se lembram dos então "carros de praça", importados, quatro portas, grandes, com motoristas cujos nomes os moradores das proximidades conheciam. Eram, às vezes, vizinhos. O valor das "corridas", os deslocamentos, era acertado entre motorista e passageiro. Como o nome provava, eles estacionavam, na maioria das vezes, nas esquinas de praças onde havia um precioso telefone fixo, uma raridade até os anos de 1980. Usar um "carro de praça" não era algo usual para a maioria dos porto-alegrenses. Provavelmente apenas para casamentos, levando a noiva, cortejos fúnebres em direção aos cemitérios da Santa Casa e do São Miguel e Almas, ou para casos urgentes.
Os mais velhos ainda se lembram dos então "carros de praça", importados, quatro portas, grandes, com motoristas cujos nomes os moradores das proximidades conheciam. Eram, às vezes, vizinhos. O valor das "corridas", os deslocamentos, era acertado entre motorista e passageiro. Como o nome provava, eles estacionavam, na maioria das vezes, nas esquinas de praças onde havia um precioso telefone fixo, uma raridade até os anos de 1980. Usar um "carro de praça" não era algo usual para a maioria dos porto-alegrenses. Provavelmente apenas para casamentos, levando a noiva, cortejos fúnebres em direção aos cemitérios da Santa Casa e do São Miguel e Almas, ou para casos urgentes.
Mas, os tempos mudaram, os telefones ficaram mais acessíveis, os "carros de praça" se tornaram táxis, identificando os pequenos aparelhos que marcavam - e ainda marcam - o valor a ser pago ao fim do percurso. Assim foi e ainda é o modelo em Porto Alegre a na maioria das cidades. Quarenta anos após, eis que uma nova maneira - aliada à tecnologia que invade nossas vidas mensalmente - de usar carros de aluguel chega.
No entanto, ao contrário dos taxímetros que facilitaram o modelo, o Uber causa discussões sem fim e não está, não em Porto Alegre, legalizado. "E enquanto não houver legislação sobre o serviço, a EPTC considerará como algo ilegal. Até porque, até hoje, ninguém do Uber me procurou", segundo o prefeito José Fortunati. A empresa Uber coloca clientes e motoristas de carros particulares previamente cadastrados em contato direto, via um aplicativo de celular. O pagamento é feito por meio de cartão de crédito, e o Uber leva uma comissão.
Fundado na Califórnia em 2009, já atua em diversos países, sempre provocando forte reação por parte dos taxistas convencionais. Chegou ao Brasil em 2014, por ocasião da Copa do Mundo. Até mesmo em Nova Iorque, a cidade mais cosmopolita do mundo e sede mundial do capitalismo, ocorreram protestos contra o Uber. É que são carros particulares que fazem o trabalho dos profissionais de táxis. Ter uma placa de táxi legalizada é difícil, pelo limite. E custa um bom dinheiro quando da transferência de titular. Isso todos sabem há muitos anos, inclusive na Secretaria dos Transportes/EPTC.
Alguns proprietários de táxis acabam empregando motoristas para horários noturnos ou dias de folga, algo que não é proibido, porém, às vezes, traz uma má qualidade nos serviços prestados. "Qual a pertinência legislativa de proibir uma nova tecnologia, como propõem projetos de lei em São Paulo e no Rio?", questionam muitos. O prefeito de Vitória (ES), Luciano Rezende (PPS), e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), decidiram vetar projetos semelhantes, que proibiam a inovação. A atitude de proibir, à revelia da opinião pública, é não apenas inadequada, mas tem um quê de imoralidade, segundo um diretor do Uber afirmou.
Os táxis da frota que circula em São Paulo tem uma capacidade ociosa de 40 milhões de vagas por dia, pois a média de ocupação é de apenas 1,4 passageiro por veículo. "De que forma o poder público pode provocar uma utilização mais intensa destes recursos já existentes? Vamos abdicar da tecnologia para isso?", perguntou o vereador José Police Neto (PSD).
Desta forma, o fato é que o modelo Uber é uma realidade - os poucos que usaram gostaram. Temos que lidar com a inovação/problema, a questão está posta para a população, vereadores e prefeitura.
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