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República Centro Africana

- Publicada em 29 de Novembro de 2015 às 17:12

Papa pede a facções que entreguem suas armas

Francisco deu início ao Ano Sagrado abrindo as portas da catedral

Francisco deu início ao Ano Sagrado abrindo as portas da catedral


GIUSEPPE CACACE
Durante sua primeira missa na catedral de Bangui, na República Centro Africana, o Papa Francisco fez um apelo a todas as facções do país para que entreguem suas armas e se "armem com justiça, amor, misericórdia e paz autêntica". O país vive uma onda de violência entre cristãos e muçulmanos após a queda do presidente cristão François Bozizé, em março de 2013. O conflito já levou mais de um milhão de pessoas a deixarem suas casas na cidade de Bangui.
Durante sua primeira missa na catedral de Bangui, na República Centro Africana, o Papa Francisco fez um apelo a todas as facções do país para que entreguem suas armas e se "armem com justiça, amor, misericórdia e paz autêntica". O país vive uma onda de violência entre cristãos e muçulmanos após a queda do presidente cristão François Bozizé, em março de 2013. O conflito já levou mais de um milhão de pessoas a deixarem suas casas na cidade de Bangui.
No começo da missa, o Papa nomeou a cidade de Bangui "a capital espiritual do mundo", abrindo oficialmente o "Ano Sagrado da Misericórdia", de modo a dar ao país assolado por conflitos armados um impulso especial para a paz. A princípio, o anúncio oficial do ano sagrado deveria ocorrer no dia 18 de dezembro, na Basílica de São Pedro, em Roma. Entretanto, algumas semanas atrás o Papa anunciou que aproveitaria a visita a Bangui para dar início à celebração. "O Ano Sagrado da Misericórdia chega mais cedo a esta terra, que tem sofrido por tanto tempo com a guerra, o ódio, a incompreensão e a falta de paz", declarou o Francisco ao abrir as portas da catedral de Bangui.
Os Anos Sagrados são declarados a cada 25 a 50 anos ou mais. A cerimônia sempre começa com a abertura da porta sagra da Basílica de São Pedro e outras importantes basílicas em Roma e, normalmente, envolve a participação de fiéis em peregrinação. O último ano sagrado foi anunciado em 2000, para celebrar o terceiro milênio da Igreja Católica.
Ontem, Francisco visitou um campo de refugiados onde uma comunidade cristã procura se proteger da onda de violência. Hoje, o pontífice vai a uma mesquita que se tornou abrigo para muçulmanos que foram expulsos de suas casas.
A capital vive há tempos sob um toque de recolher, que começa às 20h. No enclave muçulmano na cidade, conhecido como PK5, o arcebispo de Bangui só consegue entrar escoltado por soldados armados da Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade procurou convencer o Vaticano de que a situação estava sob controle antes da visita do Papa.
Havia receios de que o papa pudesse cancelar a visita à República Centro Africana, após os últimos episódios de violência na capital, que deixaram mais de 100 mortos desde o fim de setembro. Somente cerca de 15 mil muçulmanos continuam morando em Bangui, em meio a ataques que forçaram mais de 100 mil a deixar a cidade.

Conflito tomou força com derrubada de presidente cristão

O conflito na República Centro Africana ganhou força no início de 2013, quando uma coalizão de grupos rebeldes muçulmanos do Norte do país derrubou o presidente cristão François Bozizé. Com a saída do líder rebelde do poder, no começo do ano passado, uma onda de violência retaliatória liderada pelo grupo cristão Anti-Balaka expulsou a maior parte dos muçulmanos da capital.
O país se preparava para realizar eleições quando a morte de um jovem taxista muçulmano no fim de setembro reacendeu as tensões. Nas últimas semanas a milícia muçulmana Seleka liderou diversos ataques no bairro PK5 e cercanias.
No sábado, o papa esteve em Uganda, onde homenageou um grupo de cristãos, conhecido como os Mártires de Uganda. os integrantes foram mortos no fim do século XIX, após se recusarem a renunciar a sua fé. Ele exaltou os fiéis a seguirem o exemplo dos 45 mártires anglicanos e católicos.