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Geral

- Publicada em 22 de Novembro de 2015 às 22:14

"Acidentes têm de ser tratados como crimes de trânsito", diz ativista

Com a Fundação Thiago Gonzaga, Diza trabalha desde 1995 na conscientização sobre o trânsito

Com a Fundação Thiago Gonzaga, Diza trabalha desde 1995 na conscientização sobre o trânsito


JONATHAN HECKLER/JC
Presidente da Fundação Thiago Gonzaga, Diza Gonzaga luta para que outras mães não passem pelo mesmo sofrimento que ela teve de enfrentar. Em 1995, Thiago, filho de Diza, que acabara de completar 18 anos, faleceu em um acidente em uma avenida da Capital. Um ano depois, ela e o marido, Régis, criaram a fundação, mais conhecida como Vida Urgente. Hoje, a iniciativa já é conhecida nacionalmente. Na semana passada, Diza participou da cerimônia de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília, ao lado da presidente Dilma Rousseff e dos ministros da Justiça, das Cidades e da Saúde. Em seguida, Diza conversou com o Jornal do Comércio.
Presidente da Fundação Thiago Gonzaga, Diza Gonzaga luta para que outras mães não passem pelo mesmo sofrimento que ela teve de enfrentar. Em 1995, Thiago, filho de Diza, que acabara de completar 18 anos, faleceu em um acidente em uma avenida da Capital. Um ano depois, ela e o marido, Régis, criaram a fundação, mais conhecida como Vida Urgente. Hoje, a iniciativa já é conhecida nacionalmente. Na semana passada, Diza participou da cerimônia de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília, ao lado da presidente Dilma Rousseff e dos ministros da Justiça, das Cidades e da Saúde. Em seguida, Diza conversou com o Jornal do Comércio.
Jornal do Comércio – Como a senhora percebe a atuação do Estado com relação à diminuição de mortes no trânsito?
Diza Gonzaga – Acho que o Rio Grande do Sul como um todo precisa demonstrar preocupação com a causa, uma vez que a situação do trânsito é uma questão de saúde pública. É uma tragédia que mata mais de 40 mil brasileiros e aqui não é diferente. Mas temos alguns indicadores positivos. Embora seja o Estado onde o consumo de álcool começa mais cedo, aos 12 anos, a cidade de Porto Alegre é a capital onde menos ocorre a mistura de álcool e direção. Isso é muito bom, reflete o esforço do nosso trabalho. Começamos a campanha há 19 anos, quando ainda não se falava em Lei Seca, quando beber e dirigir era socialmente aceito. Agora, precisamos investir na educação, na conscientização das pessoas. O papel da imprensa é muito importante, principalmente na divulgação das mortes. Não podemos divulgar os acidentes como fatalidades. São crimes de trânsito. É preciso um trabalho permanente, não só campanhas pontuais em vésperas de feriado.
JC – Agora, existem aplicativos que permitem que os motoristas se comuniquem e avisem onde estão localizadas as blitze. Isso é um problema?
Diza – Isso já acontece nas estradas, os motoristas avisam com os faróis. O uso de rede sociais é um reflexo do comportamento das pessoas no cotidiano, e claro que isso é perigoso. Tu não estás fazendo um bem. Mas, de qualquer maneira, creio que as blitze precisam agir de forma mais inteligente. Por que colocar um balão gigante, que chama atenção? Não seria melhor que ficasse mais escondida, que trocasse de pontos e agisse na madrugada mais alta, aí pelas cinco da manhã? Talvez essas medidas impeçam que as pessoas fiquem sabendo de antemão onde elas estão localizadas.
JC – Uma das marcas do Vida Urgente são as borboletas no asfalto. O que senhora espera que as pessoas sintam ao vê-las?
Diza – A intenção das cicatrizes brancas no asfalto é mostrar que as mortes ocorrem em todos os lugares. As pessoas acham que só ruas terríveis ou curvas perigosas oferecem riscos, então tem um sentido de alerta. Outro significado é uma homenagem dos pais, que sempre pedem para que, no local de morte do filho, seja pintada uma borboleta. Isso fez com que a campanha fosse levada a outras cidades, como Passo Fundo, Bento Gonçalves, e até Rosário, na Argentina.
JC – Quais são as expectativas da fundação para o ano que vem?
Diza – Esperamos que o poder público realmente tome para si a tarefa de reduzir as mortes e cobrir as metas estabelecidas para a década. Por enquanto, o Brasil está na contramão. A fundação fará sua parte junto à sociedade civil. Mesmo em ano de crise, continuaremos investindo e faremos o que pudermos.
O resultado dos crimes de trânsito no Estado
  • Mortos em 2004: 2.246
  • Mortos em 2013: 2.162
  • Internações em 2004: 8.190
  • Internações em 2013: 6.674
  • Mortos nas estradas federais em 2013: 489
  • Feridos nas estradas federais em 2013: 1.394
  • Mortos nas estradas federais em 2014: 507
  • Feridos nas estradas federais em 2014: 1.299
*Dados da Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul e do Ministério da Saúde
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