Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Trânsito

- Publicada em 18 de Novembro de 2015 às 21:44

Dilma reafirma empenho em reduzir mortes no País

Mandatária alertou para a necessidade de melhorias em mobilidade

Mandatária alertou para a necessidade de melhorias em mobilidade


RONDON VELLOZO/MS/DIVULGAÇÃO/JC
Durante a cerimônia de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff reafirmou o compromisso com o período da Década de Ações para a Segurança no Trânsito, criado em 2010. Até 2020, a intenção é que seja reduzido pela metade o número de mortes em nível mundial, e para 2030, a meta é que toda a população tenha acesso a transporte apropriado.
Durante a cerimônia de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff reafirmou o compromisso com o período da Década de Ações para a Segurança no Trânsito, criado em 2010. Até 2020, a intenção é que seja reduzido pela metade o número de mortes em nível mundial, e para 2030, a meta é que toda a população tenha acesso a transporte apropriado.
"É o momento de fazermos um balanço e estabelecermos objetivos para alcançarmos a meta nos próximos 15 anos. No Brasil, parte excessiva das vítimas são motociclistas. Temos que aperfeiçoar pavimentação, mobilidade e limites de velocidade. Sem desculpas", afirmou a presidente, fazendo alusão ao discurso de Zoleka Mandela, neta de Nelson Mandela, que perdeu a filha em um acidente de trânsito na África do Sul em 2010. Hoje, ela é ativista pela segurança no trânsito.
A presidente também alertou para o fato de que, em países em desenvolvimento, o investimento deve ser ainda maior, uma vez que neles são registradas 90% das mortes em estradas. Dilma afirmou que cerca de 3% do PIB mundial é gasto em despesas causadas pelos acidentes, chegando em 5% em nações em desenvolvimento. "É preciso cooperação entre os países e entre as operações políticas e a sociedade civil", argumentou.
Essa posição é compartilhada pela diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, que também exaltou a participação da iniciativa privada na criação de carros mais seguros. "Não há desculpas para que o governo não implemente medidas que podem reduzir as mortes. Todas são possíveis", categorizou Margaret.
A diretora-geral da OMS elogiou a iniciativa conjunta de ministros engajados na diminuição da redução das mortes. "Comprometimento político é a receita para o sucesso." Como exemplos de países que se destacam na aplicação de políticas de segurança no trânsito, Margaret citou o Reino Unido, a Suíça e a Suécia. Em 2013, os países registraram 1.827, 272 e 269 mortes no trânsito, respectivamente.

Estabilidade no índice de vítimas é vista com otimismo

Conforme dados oficiais, em 2013, 42.291 pessoas perderam a vida nas estradas brasileiras. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta, no entanto, que foram 46.935, e estima que o País tenha perdido 1,2% do PIB devido às fatalidades.
De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, embora não tenha havido redução, os índices no Brasil estão estáveis. "Se não tivéssemos tomado as medidas que já tomamos, como a Lei Seca, a obrigatoriedade do cinto de segurança, do capacete e da cadeirinha para crianças, seriam muito mais vítimas", ponderou. Mesmo que o governo esteja otimista, os índices brasileiros se assemelham aos de países africanos, que estão nos últimos lugares no ranking mundial.
Cardozo acredita que, se não fosse o número de mortes por motocicletas, os índices já teriam caído. A OMS calcula que, no Brasil, 28% das mortes em 2013 tenham sido de motociclistas. "Não são motoboys nem motoristas-taxistas. São motoristas de passeio, e os acidentes ocorrem principalmente aos fins de semana, vitimando homens jovens", argumentou. Em 2013, foram registradas 163 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) - 88 mil delas resultado de acidentes com moto.
Os motoristas de carro correspondem por 5% das mortes, e os passageiros, por 18%. Pedestres correspondem por 20%, e ciclistas, por 3%. Outros 23% são vítimas de outros meios de transporte.
Redução nos números de acidentalidade passam, necessariamente, por mudanças comportamentais. Mesmo com a existência de leis que limitam a velocidade dos veículos, proíbem o uso de álcool na direção, exigem o uso de cinto de segurança e de capacete, ainda há brasileiros que as desrespeitam. De acordo com Cardozo, o Ministério da Justiça e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) trabalham na aquisição de tecnologias que possam identificar sintomas de uso de outras drogas. Outro problema tem sido a utilização da tecnologia. "O uso de celulares na direção tem se tornado um problema, assim como os aplicativos que permitem a comunicação e o alerta em relação ao posicionamento das blitze", comentou o ministro. O Relatório Global de Segurança no Trânsito de 2015 aponta que 139 países proíbem o uso de celulares durante a direção, mas somente 31 possuem normas sobre o não manuseio do aparelho, a questão do "hands-free phone".
A diretora-geral da PRF, Maria Alice Souza, também citou a dificuldade na questão de investimentos na atuação policial. "Sofremos com falta de efetivo e com a desvalorização do policial. É importante que os governos entendam que aplicar verbas em segurança no trânsito não é um gasto, e sim um investimento, cujo resultado é extremamente significativo."