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Trânsito

- Publicada em 17 de Novembro de 2015 às 22:18

Debate sobre segurança reúne mais de 150 países

Segundo OMS, mortes por acidente chegam a 1,25 milhão por ano em todo o mundo

Segundo OMS, mortes por acidente chegam a 1,25 milhão por ano em todo o mundo


JONATHAN HECKLER/JC
Uma das principais causas de morte no mundo, os acidentes de trânsito vitimam, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,25 milhão de pessoas por ano. As vítimas são, geralmente, crianças e jovens de cinco a 29 anos do sexo masculino. Além de já serem considerados um problema grave de saúde, os acidentes geram um gasto de US$ 1,8 trilhão anuais. Pensando nisso, o Ministério da Saúde (MS) realiza, hoje e amanhã, em Brasília, a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito. São esperados cerca de 1,5 mil participantes de mais de 150 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
Uma das principais causas de morte no mundo, os acidentes de trânsito vitimam, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,25 milhão de pessoas por ano. As vítimas são, geralmente, crianças e jovens de cinco a 29 anos do sexo masculino. Além de já serem considerados um problema grave de saúde, os acidentes geram um gasto de US$ 1,8 trilhão anuais. Pensando nisso, o Ministério da Saúde (MS) realiza, hoje e amanhã, em Brasília, a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito. São esperados cerca de 1,5 mil participantes de mais de 150 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
O secretário de Vigilância em Saúde do MS, Antônio Nardi, explica que a intenção da conferência é divulgar e debater experiências satisfatórias que contribuam com a prevenção de acidentes de trânsito em vários países. "Vamos fazer uma análise da última década, tanto da evolução dos acidentes como do trânsito em âmbito mundial", pondera Nardi. Quatro painéis e 24 sessões paralelas compõem a programação, durante a qual serão debatidos, até quinta-feira, desde mobilidade e infraestrutura até indicadores e metas, passando por tecnologias, gestão, financiamento e fortalecimento do atendimento a traumas. Ações específicas de proteção a pedestres, ciclistas e motociclistas também integram a pauta de discussões.
Um dos objetivos do evento é avaliar o andamento das iniciativas para a redução de mortes e de lesões ocorridas no trânsito em meio à Década de Ação para a Segurança no Trânsito, de 2011 a 2020. O Plano de Ação Global, que define etapas para melhorias na segurança rodoviária, almeja o aumento em 50% no número de países com legislações abrangentes acerca do tema. Atualmente, somente 7% da população mundial está protegida por leis de trânsito adequadas.
De acordo com o Ministério da Saúde, 42,2 mil pessoas morreram devido a acidentes de trânsito no Brasil em 2013. Destas, 12.040 (28%) eram ocupantes de motocicletas. Apesar disso, houve, em 2013, pela primeira vez em 10 anos, uma redução no número absoluto de mortes no trânsito no País (5,7%), na comparação com 2012.
Para Nardi, essa diminuição pode estar relacionada à instituição da Lei Seca (nº 11.705), em 2008. "Além de trazer segurança, trouxe resultados extremamente positivos, como diminuição de acidentes e acidentados", relata. O secretário citou a cidade de Fortaleza, no Ceará, que expandiu a fiscalização. "Eles fazem as blitze em horas incertas, para evitar que as pessoas já saibam e desviem das rotas", conta. O reflexo foi sentido nos hospitais, que antes estavam sempre lotados e, agora, conseguem disponibilizar leitos para a realização de cirurgias eletivas.

Conformismo e fatalismo são principais entraves no avanço da redução da mortalidade

Crise global. Foi assim que o diretor do Departamento de Prevenção, Lesões e Incapacitações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Etienne Krug, descreveu a realidade da alta mortalidade em acidentes de trânsito em nível mundial, em evento destinado à imprensa realizado ontem. Para Krug, a principal causa de morte no mundo é falsamente caracterizada como um acidente. "A morte de 1,25 milhão de pessoas anualmente pode ser prevenida se utilizarmos as ferramentas certas, como elaboração e aplicação de leis mais rigorosas", argumentou. A meta do Plano Global para a Década almeja reduzir pela metade o número de óbitos até 2020. De acordo com o mais recente Relatório Global de Segurança no Trânsito, de 2015, a frequência de acidentes está caindo, mas não na velocidade necessária para o cumprimento do objetivo.
Dados do relatório, que foram disponibilizados pelos países, apontam que acidentes de trânsito matam mais que Aids (1,6 milhão de mortes/ano), tuberculose (1,4 milhão/ano) e malária (800 mil/ano). Atualmente, é a 9ª causa mais frequente de óbitos - a primeira entre jovens de 15 a 29 anos. De acordo com Tami Toroyan, também do Departamento de Prevenção, Lesões e Incapacitações, se o ritmo continuar como está, as mortes no trânsito alcançarão o 7º lugar no ranking em 2030.
Krug também destacou que boa parte das medidas tomadas para reduzir a violência no trânsito está concentrada em oferecer garantias para a circulação de veículos. Entretanto, o relatório global mostra que 29% das mortes envolvem pedestres (2%), ciclistas (4%) e motociclistas (23%). "Precisamos mudar isso. Já vimos que o estímulo ao tráfego de veículos, além de comprometer a mobilidade, uma vez que causa engarrafamentos, também gera poluição.Temos de nos concentrar em outros meios de transporte", avalia.
O diretor considera que o conformismo e o fatalismo são os principais entraves aos avanços na redução da mortalidade. "Não podemos nos conformar com esses dados. Temos de trabalhar para mudá-los com legislação, mudança comportamental e educação", concluiu.