Porto Alegre ganhou, nesta quinta-feira, mais um local para reaproveitamento de resíduos da construção civil. A prefeitura assinou um convênio com a Cooperativa de Transformação Socioambiental (CTSA), cuja sede se localiza no bairro Cristal, na zona Sul da Capital. A partir de agora, a cooperativa receberá matéria-prima para a produção em escala de subprodutos como pedrisco, brita e areia fina.
Inicialmente, dez operários se encarregam das atividades, e outros dez aguardam o aumento da demanda para justificar o serviço deles. De acordo com o presidente da CTSA, Sérgio Amaral, 80 pessoas receberam treinamento para realizar os serviços. A capacidade total de produção diária é de 4,8 mil blocos de pavimentação, para calçadas, e de alvenaria, para paredes.
"Se conseguirmos funcionar com toda a capacidade produtiva, movimentaremos em torno de R$ 100 mil. Temos que sustentar 20 famílias, no começo", argumenta Amaral. O presidente espera que o primeiro cliente da cooperativa seja a própria prefeitura.
Porto Alegre possui seis Unidades de Destino Certo (UDC) para entrega de até 0,5 metro cúbico por dia de caliça e outros resíduos não recolhidos pelas coletas regulares. A cidade gera cerca de 75 mil toneladas de resíduos da construção civil por ano. O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús, afirma que a reciclagem reduz o uso de materiais retirados de jazidas naturais, coibindo a degradação de diversas áreas.
"Temos coleta, destino e reaproveitando de uma gama complexa, desde os resíduos comuns, aos especiais e os perigosos", afirmou. Carús admitiu que não foi possível reforçar o maquinário disponível na cooperativa neste ano, mas espera que, em 2016, parte do orçamento do Todos Somos Porto Alegre possa ser utilizado para esse fim.
Embora não tenha encontrado uma cooperativa interessada em realizar a triagem de lâmpadas fluorescentes, a prefeitura garante que o trabalho da Cooperativa Paulo Freire, responsável pela triagem de resíduos eletrônicos, tem sido bastante satisfatório.
No começo de outubro, o Jornal do Comércio conversou com a Associação dos Transportadores de Caçambas Estacionárias de Porto Alegre (ATCE), que afirma que a Capital não oferece local apropriado para descarte dos remanescentes das obras. Por enquanto, os caçambeiros utilizam terrenos na Lomba do Pinheiro, na zona Leste, e em Viamão. O diretor da Divisão de Destino Final do DMLU, Arceu Rodrigues, argumentou que os resíduos recolhidos não são separados, e isso dificulta o descarte. "Isso torna impossível que o material seja reciclado. Se o proprietário souber das diferenças de separação, talvez ele nem precisasse contratar um caçambeiro para realizar a coleta."