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Doping

- Publicada em 19 de Novembro de 2015 às 18:37

Brasil precisa se adaptar para fugir de punição

Órgãos nacionais dizem que o País está pronto para combater a dopagem

Órgãos nacionais dizem que o País está pronto para combater a dopagem


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Pouco mais de seis meses após ter o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) recredenciado e apto a fazer os exames antidoping nos Jogos do Rio/2016, o Brasil entrou novamente na mira da Agência Mundial Antidoping (Wada). Agora, quem corre o risco de ser descredenciada é Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), entidade ligada ao Ministério do Esporte e que tem entre suas funções cuidar dos testes em atletas brasileiros.
Pouco mais de seis meses após ter o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) recredenciado e apto a fazer os exames antidoping nos Jogos do Rio/2016, o Brasil entrou novamente na mira da Agência Mundial Antidoping (Wada). Agora, quem corre o risco de ser descredenciada é Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), entidade ligada ao Ministério do Esporte e que tem entre suas funções cuidar dos testes em atletas brasileiros.
O alerta da Wada veio após a agência anunciar o descredenciamento da Agência Russa (Rusada) por não estar em conformidade com o código internacional antidoping. O LBCD pode ter o mesmo destino se, até 18 de março do ano que vem, não se adequar completamente às normas. Bélgica, França, Grécia, México e Espanha também foram colocados em observação.
O problema, segundo a ABCD, está na legislação. "O código 2015 da Wada estabelece que toda agência precisa ter 21 dias de prazo para entrar com recurso (nos casos de doping)", explicou Marco Aurélio Klein, secretário nacional da ABCD. "Mas o artigo 217 da Constituição Brasileira traz um dispositivo que estabelece um prazo de, no máximo, 60 dias para que as sanções esportivas sejam completadas", acrescentou.
É nestes 39 dias de diferença que reside o impasse. "Não posso infringir com uma norma esportiva a Constituição", comentou Klein. O secretário admitiu que a não conformidade é um problema, mas garantiu que a entidade já encontrou uma solução para evitar o descredenciamento.
A intenção é pedir mudanças na Lei Pelé de modo que os tribunais de justiça desportiva passem a ser as primeiras cortes a julgar casos de doping. Por serem mais céleres, eles julgariam os casos em até três semanas - atendendo à resolução da Wada - e o recurso caberia a um tribunal especializado no controle de doping, atendendo ao prazo previsto na Constituição.
"O tempo é curto, mas o que me dá confiança é que há um interesse do Brasil em se posicionar contra o doping no esporte e não há divergência no que a Wada pede", destacou Klein, que fez questão de frisar que o País está pronto para combater os casos de doping nas Olimpíadas do Rio. "Não há nenhum laboratório com uma instalação tão moderna como o nosso", concluiu.

Após descredenciamento, Rússia irá reformar agência

O ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, disse nesta quinta-feira, em Moscou, que a agência antidoping do país, envolta em escândalo de dopagem, será reformada, mas não encerrada. Na quarta-feira, a Agência Mundial Antidoping (Wada, da sigla em inglês) anunciou que seis países, entre eles a Rússia, tiveram suas agências nacionais descredenciadas.
"Estamos tristes pelas decisões da Wada, mas nós as respeitamos. Estamos preparados para reformular totalmente a Rusada (Agência Antidoping da Rússia). No entanto, é importante compreender que a agência não está sendo fechada e continuará o seu trabalho", disse Mutko.
Em relatório da comissão independente instituída pela agência mundial, a Rusada foi acusada de informar atletas antecipadamente sobre testes fora de competição e permitir que outros competissem mesmo estando suspensos. Sem ter uma agência nacional certificada, a Rússia não pode receber eventos internacionais. O atletismo do país foi suspenso provisoriamente pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) de todos os eventos internacionais.

Bulgária é impedida de participar do levantamento de peso

Depois da Rússia no atletismo, mais um país europeu está proibido de participar dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no ano que vem. Desta vez, seguidos casos de doping afetaram uma modalidade específica. Nesta quinta-feira, o Comitê Executivo da Federação Internacional de Levantamento de Peso (IWF) decidiu vetar a participação da Bulgária nas próximas Olimpíadas.
Em agosto, 11 atletas da seleção búlgara foram pegos em exame antidoping realizado em um treinamento para o Campeonato Europeu. Oito homens e três mulheres foram punidos pelo uso do esteroide anabolizante stanozolol. Sete atletas pegaram nove meses de suspensão, enquanto outros quatro foram punidos por 18 meses, entre eles Demir Demirev, que já foi campeão europeu.
No entender da IWF, há um doping sistemático entre halterofilistas da Bulgária e, assim como acontece com a Rússia no atletismo, optou-se por não dar o benefício da dúvida para nenhum atleta búlgaro. Nenhum deles poderá participar das Olimpíadas no Brasil. A IWF, entretanto, não informou se a federação está suspensa, como acontece no caso russo.