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Indústria

- Publicada em 26 de Novembro de 2015 às 22:45

Randon posterga conclusão da fábrica em Araraquara

Randon elevou as vendas de vagões ferroviários em 40% neste ano com a entrega de 1.397 unidades

Randon elevou as vendas de vagões ferroviários em 40% neste ano com a entrega de 1.397 unidades


MAGRÃO SCALCO/DIVULGAÇÃO/JC
Anunciada em dezembro de 2012, como parte de um programa de investimentos de R$ 2,5 bilhões para ser cumprido até 2017, a fábrica da Randon em Araraquara (SP) teve seu projeto de conclusão alterado. De acordo com Alexandre Gazzi, diretor corporativo responsável pela área de implementos rodoviários e veículos, a diretoria decidiu postergar a conclusão para 2017. "O investimento não parou, apenas fizemos a leitura do mercado atual e entendemos que não teria sentido concluir uma nova fábrica em 2016, como era o projeto inicial", explicou.
Anunciada em dezembro de 2012, como parte de um programa de investimentos de R$ 2,5 bilhões para ser cumprido até 2017, a fábrica da Randon em Araraquara (SP) teve seu projeto de conclusão alterado. De acordo com Alexandre Gazzi, diretor corporativo responsável pela área de implementos rodoviários e veículos, a diretoria decidiu postergar a conclusão para 2017. "O investimento não parou, apenas fizemos a leitura do mercado atual e entendemos que não teria sentido concluir uma nova fábrica em 2016, como era o projeto inicial", explicou.
Gazzi acrescenta que, considerando a demanda atual do mercado de vagões ferroviários, mesmo que em alta, a capacidade instalada na fábrica da Randon em Caxias do Sul é suficiente para atender ao mercado. "Diante desta constatação, a opção foi por desacelerar o projeto e empurrar um ano à frente." No entanto, adianta que, caso o mercado mostre evolução, é possível acelerar o projeto. "Mas isto não deve ocorrer neste ano. Portanto, neste momento, não há razão para se botar mais dinheiro lá", frisou o diretor. Até setembro, a Randon entregou 1.397 vagões ferroviários, alta de 40,5% sobre igual período do ano passado. O valor inicialmente destinado ao projeto é de R$ 100 milhões, mas o total estimado é da ordem de R$ 500 milhões.
A demanda de vagões continuará sendo atendida pela unidade de Caxias do Sul, que também monta os implementos rodoviários pesados, mas que tem mercado em baixa neste ano. Até outubro, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Rodoviários, o mercado doméstico recuou 46%, para pouco mais de 25 mil unidades. A participação da Randon está na ordem 25,5%, de acordo com seu relatório financeiro dos nove primeiros meses do ano.
Além de postergar os aportes em Araraquara, a Randon também diminuiu outros investimentos planejados. Gazzi destaca que a determinação é de só investir recursos em projetos de retorno imediato e nos legais. "Planos de médio e longo prazos estão contingenciados."
Outra mudança anunciada pela empresa envolve a unidade de São Paulo, que passará a atuar exclusivamente no negócio de implementos leves, montados sobre chassis. De acordo com Alexandre Gazzi, a Randon nunca deu importância a este segmento como aos demais, pois era considerado mercado paralelo. Diante da forte queda no segmento de reboques e semirreboques, a fabricante mudou o foco. "Este é um mercado anual de 100 mil a 110 mil unidades, excetuando-se este exercício, que também está em baixa. Como temos produtos, gente capaz e fábrica, vamos acelerar nossa presença no segmento", ressaltou.
Tradicionalmente, a Randon tinha participação de 2,5% no mercado de implementos leves, mas, em razão da nova estratégia, o índice já dobrou. No resultado da empresa, a operação ainda continua sendo baixa em função do mercado retraído.

Empresa prevê uma reação tímida no próximo ano

Leve crescimento, de 3% a 5%, sobre os resultados deste ano é a projeção preliminar que a diretoria das Empresas Randon faz para 2016. A expectativa é do presidente David Randon, que ressaltou a dificuldade, em função do momento econômico, de ter uma visão mais clara sobre o futuro do País.
"Estamos na fase do planejamento do próximo ano e trabalhando com visão não superior a 5% sobre o resultado de 2015, que está sendo um dos piores da história da companhia", resumiu.
No acumulado de 10 meses, a receita líquida consolidada do grupo somou R$ 2,6 bilhões, recuo de 18,5% sobre o mesmo período do ano passado. A receita bruta, por sua vez, está próxima de R$ 3,6 bilhões, baixa de 22,6% na mesma base de comparação.
A recuperação da receita deve vir do incremento nas exportações, especialmente de autopeças, presentes em mercados desenvolvidos, como região do Nafta e México. Já a área de implementos rodoviários, segundo o presidente, têm mais dificuldades, pois participa de mercados que desvalorizaram suas moedas em patamares muito semelhantes ao real.