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Economia

- Publicada em 25 de Novembro de 2015 às 18:01

Proposta de lay-off gera protestos na GM de Gravataí

Plano da montadora para os colaboradores do terceiro turno de produção provocou manifestações

Plano da montadora para os colaboradores do terceiro turno de produção provocou manifestações


cESAR MORAES/DIVULGAÇÃO/JC
Rafael Vigna
A manhã de ontem foi marcada por manifestações em frente ao portão de acesso à fábrica da General Motors (GM) em Gravataí. Milhares de trabalhadores, liderados pelo sindicato da categoria no município da Região Metropolitana de Porto Alegre, protestaram com faixas e caminhão de som em razão da proposta apresentada pela montadora de instituir o regime de lay-off para os 825 funcionários do terceiro turno de produção da planta gaúcha. A suspensão dos contratos costuma ser utilizada com o objetivo de retardar as demissões.
A manhã de ontem foi marcada por manifestações em frente ao portão de acesso à fábrica da General Motors (GM) em Gravataí. Milhares de trabalhadores, liderados pelo sindicato da categoria no município da Região Metropolitana de Porto Alegre, protestaram com faixas e caminhão de som em razão da proposta apresentada pela montadora de instituir o regime de lay-off para os 825 funcionários do terceiro turno de produção da planta gaúcha. A suspensão dos contratos costuma ser utilizada com o objetivo de retardar as demissões.
Em um momento crítico para a indústria automotiva nacional, atualmente, a planta gaúcha estoca mais de 26 mil veículos no pátio da fábrica e também nos autódromos Velopark, em Nova Santa Rita, e Tarumã, em Viamão. Desde abril, há uma redução considerável na intensidade de produção da planta que possui capacidade para montar 380 mil veículos por ano. No início de 2015, os três turnos da fábrica entregavam de 62 automóveis por dia. Agora, a média diária não passa de 55 carros – queda de 12% na produtividade.
O cenário também é fruto de outras duas interrupções da produção por meio de férias coletivas que foram anunciadas em junho e em setembro deste ano. Além disso, a montadora adotou o sistema day-offs (ampliação da quantidade de dias de folga) entre os funcionários.
Pela nova medida apresentada pela GM, os metalúrgicos paralisariam as atividades a partir de dezembro. A produção do turno só seria retomada em maio de 2016. No período, os trabalhadores que recebem o piso, por exemplo, estariam protegidos por uma renda de R$ 1.385,91 do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A direção da empresa, por sua vez, se compromete em complementar os vencimentos com mais R$ 224,10, totalizando R$ 1.610,00 mensais.
O valor, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, é bastante próximo à renda líquida mensal dos funcionários que recebem nas menores faixas salariais (cerca de R$ 2 mil bruto). Nas faixas superiores, o cálculo também se aproxima do rendimento líquido. Por outro lado, direitos como férias e décimo-terceiro não serão assegurados.
A assessoria de comunicação da GM no estado não se manifestou sobre o assunto. A empresa deverá emitir nota à imprensa, somente após o resultado da assembleia dos metalúrgicos. A reunião dos trabalhadores está marcada, inicialmente, para às 15h de hoje. Entretanto, caso se confirme a realização de uma folga prevista para o turno da tarde, o encontro poderá ser transferido para a madrugada de sexta-feira.
“Não há o que discutir. Nos reuniremos e aprovaremos a proposta, mas é algo que preocupa. Sabemos que o lay-off dá uma sobrevida ao terceiro turno. Estamos negociando com a direção sobre a quantidade de trabalhadores que ingressarão no programa. É importante estarmos mobilizados para evitar a suspensão do turno, o que implicaria em muitas demissões”, resume Ascari.
Por isso, o presidente do sindicato também informa que a categoria pretende agendar uma reunião com o presidente da General Motors no Brasil, Santiago Chamorro. Os sindicalistas acreditam que com a inclusão de um novo modelo de veículo no portfólio da planta de Gravataí seria possível garantir a produção. No Estado, são fabricados apenas os modelos Prisma e Onix – o carro mais vendido do país em setembro. “Precisamos de um projeto novo. Do contrário, será difícil evitar as demissões em massa”, revela Ascari.
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