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Mercado de Trabalho

- Publicada em 24 de Novembro de 2015 às 22:07

Brasil possui 9 milhões de desempregados

Indústria é o setor que concentra a maior parte das dispensas

Indústria é o setor que concentra a maior parte das dispensas


AFP/JC
O Brasil já tem 9 milhões de pessoas na fila do desemprego, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo IBGE. O salto no total de desocupados no terceiro trimestre foi de 34% em relação ao terceiro trimestre de 2014, o equivalente a 2,274 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga. A taxa de desemprego no País aumentou de 6,8% para 8,9%.
O Brasil já tem 9 milhões de pessoas na fila do desemprego, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo IBGE. O salto no total de desocupados no terceiro trimestre foi de 34% em relação ao terceiro trimestre de 2014, o equivalente a 2,274 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga. A taxa de desemprego no País aumentou de 6,8% para 8,9%.
Apesar da proximidade do fim do ano, quando tradicionalmente há abertura de postos de trabalho temporários, economistas preveem uma deterioração ainda maior no emprego. A expectativa é que a taxa de desocupação alcance os dois dígitos no ano que vem. "Vai ser doloroso, já está sendo. Vai piorar antes de melhorar. O mercado de trabalho só começa a se recuperar, reduzindo a taxa de desemprego, em meados de 2017", avaliou José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e economista-chefe da Opus Investimentos.
Sem a segurança trazida pelo trabalho com carteira assinada, outros membros da família buscam emprego para recompor a renda do domicílio, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. É por isso que a informalidade cresceu nos últimos meses. "São jovens, idosos, donas de casa que acabam indo para o mercado para ajudar quem perdeu o emprego com carteira assinada", disse Azeredo.
O mercado de trabalho perdeu 1,237 milhão de vagas com carteira assinada no setor privado entre o terceiro trimestre de 2014 e o terceiro trimestre de 2015. No mesmo período, o trabalho por conta própria ganhou adesão de mais 760 mil pessoas e o total de empregadores cresceu em 297 mil indivíduos. "As pessoas estão perdendo carteira de trabalho e se inserindo no mercado por conta própria, ou até abrindo um pequeno negócio", apontou Azeredo.
A indústria foi o setor que mais demitiu, com 519 mil dispensados, seguida pela construção, com 301 mil cortes no período de um ano. À medida que se aproxima o fim de 2015, a taxa de desemprego tenderia a diminuir, puxada pela contratação de trabalhadores temporários para atender à demanda maior de consumidores durante as festas de fim de ano. Mas a taxa vem aumentando mês a mês.
"A situação se mostra desfavorável em praticamente todas as unidades da federação. Não é só a taxa mais alta, mas é uma mudança também em função de você ter um deslocamento dessa sazonalidade na taxa da desocupação", disse Azeredo. A taxa de desemprego vem crescendo ininterruptamente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014, quando ficou em 6,5%. Em setembro, a taxa de 8,9% foi o resultado mais alto da série histórica iniciada em janeiro de 2012. A maioria dos estados teve aumento na taxa de desocupação, mas a preocupação maior é com o Sudeste, que costuma antecipar os movimentos do resto do País.
No Sudeste, a taxa de desemprego subiu de 8,3%, no segundo trimestre, para 9% no terceiro trimestre. "O Sudeste tem o efeito de anunciar o que pode estar por vir.Esperávamos essa piora no mercado de trabalho por causa do ajuste econômico. Isso é ruim em termos de conjuntura, mas deve ter reflexos positivos em um novo ciclo de crescimento econômico guiado pelo investimento", disse o economista sênior do banco de investimento Haitong, Flávio Serrano.

Pesquisa da CNT mostra que 79% dos empresários efetuaram demissões neste ano

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) com representantes do setor apontou que 79,1% dos entrevistados realizaram demissões de trabalhadores neste ano. De acordo com o estudo, o fraco desempenho econômico e a retração da demanda dos setores produtivos têm levado os transportadores a reduzir seus quadros de funcionários. O levantamento entrevistou 713 empresas de todos os modais (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo), de cargas e de passageiros.
O estudo revela um quadro de pessimismo e falta de perspectiva de melhoria a curto prazo sobre a economia do País. "O momento é de alerta e inspira cuidados nos diversos segmentos do transporte. No ano passado, os transportadores já não se mostravam otimistas mas, agora, a situação está ainda mais grave", afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade, no levantamento.
Na sondagem, 54% dos entrevistados disseram que deverão ter redução da receita bruta na comparação com 2014, e que 86% dos transportadores entrevistados não confiam na gestão econômica do governo federal.