Reconhecida mundialmente pela sua pujança e estabilidade, a indústria alemã pode servir de exemplo para o setor no Brasil, principalmente em um cenário de crise. É o que defende a Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, que realiza, amanhã, o seminário Modelo de Produção Alemão. "Queremos trazer para cá contribuições do país, que é um player industrial fortíssimo, e tem um modelo que é vencedor", defende o presidente da entidade, Everson Oppermann.
Uma das características que serão destacadas, por exemplo, é a necessidade de reinvestimento, e, também, de contratação de profissionais para o desenvolvimento de novos processos e produtos. "Falamos sempre de desindustrialização, mas o modelo no Brasil que leva a isso, porque o industrial brasileiro se acostumou a comprar uma máquina e achar que ela vai resolver tudo sozinha para sempre", contesta Oppermann. Na Alemanha, conta ele, pelo menos 20% dos funcionários de uma fábrica são cientistas, possibilitando a perpetuação do negócio.
Já o presidente da Ciber, braço brasileiro do alemão Wirtgen Group, Daniel Siebrecht, ressalta a necessidade de transparência de fluxos e processos na indústria para o sucesso do setor no Brasil. Uma das oportunidades desse tipo de organização, comenta o executivo, é padronizar as informações e propostas dadas pelos vendedores, além de treiná-los para que conheçam "cada parafuso" do produto.
O executivo elogia a criatividade do brasileiro, defendendo que o melhor cenário possível é a junção da excelência organizacional alemã com as características locais. A empresa liderada por Siebrecht, com sede e fábrica em Porto Alegre, produz equipamentos para a construção de rodovias, exportando para todo o Hemisfério Sul. Em 2014, faturou R$ 400 milhões. Além do presidente da Ciber, também palestrarão no evento executivos da Stihl, Porsche, Thyssen-
krupp e Claas. O evento começa às 13h30min, na Unisinos de Porto Alegre, e tem vagas limitadas.