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Desenvolvimento

- Publicada em 19 de Novembro de 2015 às 22:16

Cálculo eleva PIB gaúcho para 8,2% em 2013

Agora é oficial. A nova metodologia de aferição dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do País, divulgada em março deste ano pelo IBGE, está valendo. O modelo utilizado para incorporar as mudanças passa a utilizar como referência o ano de 2010 para a consolidação de uma nova série histórica. Um dos objetivos é unificar os sistemas para abarcar de forma mais abrangente as diferentes realidades econômicas regionais.
Agora é oficial. A nova metodologia de aferição dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do País, divulgada em março deste ano pelo IBGE, está valendo. O modelo utilizado para incorporar as mudanças passa a utilizar como referência o ano de 2010 para a consolidação de uma nova série histórica. Um dos objetivos é unificar os sistemas para abarcar de forma mais abrangente as diferentes realidades econômicas regionais.
Pelo novo cálculo, o PIB gaúcho de 2013 apresentou o maior crescimento entre os estados brasileiros. A variação de 8,2% supera o desempenho da economia nacional que registrou alta de 3% no mesmo período. Em valores nominais, o PIB atingiu a cifra de R$ 331,095 bilhões, em 2013.
O dado expressivo, entretanto, é fruto de uma retomada da normalidade no agronegócio, tendo em vista que, em 2012, o Estado havia registrado crescimento negativo em função da estiagem. Antes da revisão, o Rio Grande do Sul já ostentava o melhor desempenho de 2013 (5,8%). Isso porque, no ano imediatamente anterior, o fator climático reduziu a safra de grãos e, por consequência, limitou a expansão da economia gaúcha. Deste modo, o maior impacto no desempenho medido em 2013 veio da agricultura, que cresceu 79,3% sobre 2012.
Além disso, a indústria de transformação cresceu 7,3% no período, puxada pela produção automotiva e de máquinas e equipamentos. Também houve incremento no comércio (7,0%) e na construção civil (6%).
A divulgação dos resultados foi feita pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Ao mesmo tempo, as demais instituições estaduais, sob a coordenação do IBGE, também apresentaram as contas regionais oficiais de 2013 e a revisão dos dados de 2010 a 2012. A partir das novas referências, o crescimento do PIB gaúcho, em 2011, foi de 4,4%, enquanto a economia brasileira cresceu 3,9%. Já em 2012, a economia gaúcha recuou 2,1%, influenciada pelo desempenho da agricultura (-43,3%) e da indústria de transformação (-5,4%). O PIB do Brasil cresceu 1,9% naquele ano.
Na comparação entre as 27 economias regionais, é possível constatar que o Rio Grande do Sul diminuiu a sua participação na composição do PIB nacional, que chegou a R$ 5,3 trilhões depois da revisão dos valores. A fatia gaúcha passou de 6,7%, pelo método antigo, para 6,21% no atual. Por isso, em 2013, o Estado perdeu a quarta posição no ranking para o Paraná. As primeiras posições continuam ocupadas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Neste contexto, entre 2012 e 2013, Rio de Janeiro ( 0,78%), São Paulo ( 0,23%) e Goiás ( 0,16%) ganharam relevância na composição do PIB nacional. Rio Grande do Sul (-0,49%), Minas Gerais (-0,28) e Distrito Federal (-0,27) reduziram suas participações no período.
Entre os fatores determinantes, o coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha, destaca o aumento da participação de outras unidades federativas na agropecuária. Além disso, Rocha explica que, antes, não havia uma matriz regional de produção e custos agropecuários. O cálculo era feito com base na repartição dos valores em estados de referência, feito a partir do Censo Agropecuário de 2006. Agora, cada unidade da Federação passa a ter a sua própria matriz de aferição de resultados. Da mesma forma, em empresas que possuem sedes administrativas separadas da operação industrial, o valor adicionado (VAB) passa a ser computado para o local onde existe a sede. Isso gera alterações significativas. No caso da Petrobras, por exemplo, uma parcela era incorporada nos estados. Agora, o desempenho da empresa será alocado no Rio de Janeiro. Isso, segundo o pesquisador, não afeta o peso da indústria naval gaúcha, prestadora de serviços para a estatal, mas provoca certa influência na participação gerada pelas refinarias de petróleo.
Outra mudança implicou no recenseamento das fornecedoras de energia com o objetivos de delimitar com precisão onde os valores seriam contabilizados. A definição passou a considerar a localização das casas de força, o que alterou o cálculo relativo à participação das usinas em alguns estados.

São Paulo perdeu mais participação na economia em 2013; região Sul teve melhor desempenho

Maior parque industrial do País reduziu dinamismo nos últimos anos

Maior parque industrial do País reduziu dinamismo nos últimos anos


EVARISTO SÁ/AFP/JC
Maior parque industrial do País, São Paulo voltou a perder participação no PIB brasileiro de 2012 para 2013, segundo as Contas Regionais 2013, divulgadas nesta quinta-feira pelo IBGE. São Paulo respondia por 32,1% do total de bens e serviços produzidos no País em 2013, 0,3 ponto percentual a menos do que em 2012, com a perda de dinâmica da indústria. O PIB de São Paulo cresceu 2,9% em 2013, abaixo dos 3% do PIB nacional.
Naquele ano, o governo federal ainda promovia rodadas de incentivos para as indústrias, com alíquotas reduzidas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, produtos da linha branca e móveis. O desempenho do PIB de São Paulo foi superior, no entanto, ao dos demais estados da região Sudeste em 2013, como o Rio de Janeiro (1,2%), Minas Gerais (0,4%) e Espírito Santo (0,1%).
De lá para cá, muito mudou na economia. Com as contas pressionadas, o governo retirou incentivos. O governo cortou ainda custos e elevou juros para controlar o avanço dos preços. A economia brasileira está em recessão. Em um período mais longo, de quatro anos, São Paulo deixou de contribuir com 1,2 ponto percentual do PIB do País. Em 2010, a participação do estado era de 33,3%. O motivo foi sobretudo a perda de dinâmica do setor industrial nos últimos anos. Ao longo desse período, de 2010 a 2013, a economia brasileira cresceu 9,1%. São Paulo ficou abaixo disso, com crescimento do PIB de 8,3% no acumulado do período.
Apesar da perda de espaço, São Paulo permanecia em 2013 em primeiro lugar no ranking do PIB por unidades da federação. O PIB do estado somava R$ 1,71 trilhão em 2013, o que representa um terço do PIB nacional.
O estado do Rio de Janeiro perdeu 0,1 ponto percentual de participação no PIB de 2012 para 2013, passando a responder por 11,8% do total de bens e serviços produzidos no País naquele ano, segundo o IBGE. Em um período de cinco anos, a economia do Rio de Janeiro teve o pior desempenho do País, com crescimento de 5,7%, bem abaixo da média nacional de 9,1%.
Com isso, o PIB do Rio de Janeiro somou R$ 626,3 bilhões em 2013. Isso faz do estado a segunda maior economia do País, seguido por Minas Gerais
(R$ 486,9 bilhões), que responde por 9,2% do PIB brasileiro. A economia do estado do Paraná superou em 2013 a do Rio Grande do Sul pela primeira vez na série histórica, iniciada em 1995. O PIB do estado somou R$ 332,8 bilhões, acima dos 331 bilhões do Rio Grande do Sul.
Em 2013, cinco estados - São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e Paraná - ainda concentravam 65,6% do PIB, o que demonstra a concentração existente em parte das unidades da federação. A região Sudeste respondia sozinha por 55,3% do PIB brasileiro naquele ano. Isso significa uma ligeira perda de participação frente ao anterior, quando equivalia a 55,9%, segundo os dados divulgados pelo IBGE.
A região Sul foi a que mais aumentou sua participação no PIB, de 15,9% para 16,5%. Outras mudanças de participação na passagem dos dois anos ocorreram nas regiões Norte (de 5,4% para 5,5%) e Centro-Oeste (de 9,2% para 9,1%). Essa concentração se reduziu lentamente em uma década. Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste vinham ganhando participação no PIB na medida em que os serviços ganhavam mais importância na economia, ocupando o lugar da indústria.