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Indústria

- Publicada em 18 de Novembro de 2015 às 18:12

Indústrias gaúchas exportam 19,6% menos

Venda de papel foi a mais significativa, por conta da ampliação da Celulose Riograndense

Venda de papel foi a mais significativa, por conta da ampliação da Celulose Riograndense


FREDY VIEIRA/JC
As exportações industriais gaúchas caíram 19,6% em outubro, na comparação com mesmo período do ano passado, e somaram US$ 1,14 bilhão, representando 74,4% de tudo que o Rio Grande do Sul embarcou. Trata-se do nível mais baixo para o mês desde 2006. Com esse resultado, as vendas externas totais do Estado fecharam negativas (-0,2%), alcançando US$ 1,53 bilhão.
As exportações industriais gaúchas caíram 19,6% em outubro, na comparação com mesmo período do ano passado, e somaram US$ 1,14 bilhão, representando 74,4% de tudo que o Rio Grande do Sul embarcou. Trata-se do nível mais baixo para o mês desde 2006. Com esse resultado, as vendas externas totais do Estado fecharam negativas (-0,2%), alcançando US$ 1,53 bilhão.
"O cenário para as empresas exportadoras é grave. Além da redução nos preços de venda internacionais, o forte aumento dos custos de produção reduz a competitividade. Por sua vez, a baixa integração internacional do Brasil e a falta de acordos internacionais limita a possibilidade de ganhos com a desvalorização da taxa de câmbio", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller.
De um total de 22 segmentos industriais com registro de operações de exportação em outubro, 17 venderam menos. As categorias com os maiores recuos foram produtos químicos (-34,6%), máquinas e equipamentos (-30,1%), produtos alimentícios (-23,8%), couro e calçados (-23,2%) e tabaco (-14%). O avanço mais significativo ocorreu em papel e celulose (338,5%), decorrência da expansão da capacidade da planta da Celulose Riograndense.
Já as vendas externas de commodities cresceram 339,5% (US$ 378 milhões), em função da elevação de 763,1% dos embarques de soja para a China. O resultado só não foi melhor devido à diminuição da cotação internacional da mercadoria no ano (-22%).
Em relação aos parceiros comerciais de outubro, ante o mesmo mês de 2014, a China alcançou o primeiro lugar
(US$ 461,7 milhões), uma elevação de 162%, ao comprar basicamente soja. A segunda posição ficou com a Argentina
(US$ 115,8 milhões), que diminuiu em 5,2% as encomendas e recebeu principalmente veículos automotores. Na sequência vieram os Estados Unidos (US$ 96,9 milhões), ao reduzirem em 27,3% seus pedidos, cujo produto mais solicitado foi tabaco não manufaturado.
Ainda nessa base de comparação, as importações industriais do Rio Grande do Sul caíram 31,1% e somaram US$ 779 milhões. Este valor respondeu por 97,13% de tudo que o Estado comprou (US$ 802 milhões - o menor valor desde 2006). Todas as categorias de uso sofreram diminuições. A principal delas foi combustíveis e lubrificantes (-63,2%), determinada pela queda da cotação internacional do petróleo ao longo dos últimos meses. Outro resultado que chama a atenção é a diminuição significativa de bens de capital (-56,4%), reflexo das expectativas pessimistas dos empresários industriais gaúchos para o futuro.
De janeiro a outubro, as exportações gaúchas tiveram retração de 7,4%, enquanto a indústria recuou 9,7%. Ao longo dos 10 meses de 2015, somente em dois houve crescimento do setor fabril. Coque e derivados de petróleo (-83,8%), tabaco (-15,3%) e produtos alimentícios (-9,1%) lideram as perdas no período.

Governo estuda alta do Imposto de Importação do aço

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou que, por recomendação da presidente Dilma Rousseff, está em análise a possibilidade de alta do Imposto de Importação (II) para produtos siderúrgicos. Monteiro traçou um cenário pessimista se o Brasil não adotar medida de proteção para a indústria nacional, como está sendo feito em outros países. Na sua avaliação, as condições para o setor no Brasil podem se agravar "mais e mais".
"Esse assunto está em pauta há dias no governo", afirmou o ministro, após participar de uma reunião com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e dirigentes da Confederação Nacional da Indústria. (CNI). "Não temos decisão tomada sobre esse tema. O que nós sabemos é que o setor siderúrgico vive um momento muito difícil no mundo e que há um surto de medidas protecionistas e defesa comercial em todos os mercados siderúrgicos", argumentou. Entre as ações protecionistas que vêm sendo adotadas pelos países, ele citou imposição de medidas de direitos compensatório, salvaguardas e antidumping.
"Ora, se o mundo faz isso e o Brasil não faz nada, esse excedente vem para o Brasil", alertou. "Precisa se construir uma medida de maneira equilibrada e adequada", acrescentou. Monteiro destacou que o aço é insumo básico na economia e que afeta outras cadeias produtivas que dependem do produto. "Não é uma medida simples", ponderou. Ele disse que é favorável que o governo olhe o problema com a "visão" de que o mundo inteiro está adotando as medidas. "Como a medida será calibrada, não há decisão ainda", insistiu.
Segundo ele, "seguramente", a decisão será feita com avaliação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para o ministro do Desenvolvimento, essa não é uma solução para todos os problemas. Ele ressaltou que a importação de laminados está caindo no Brasil pela contração do mercado e pelo efeito do câmbio, mas representa ainda entre 15% e 18% do mercado.

Confiança do industrial tem leve melhora, mas continua pessimista

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) teve uma leve alta em novembro em relação a outubro, de 1,4 ponto, e atingiu 36,4 pontos no mês, informou ontem a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar da alta, o índice está abaixo da linha divisória dos 50 pontos da pesquisa, ou seja, ainda na faixa de pessimismo.
O Icei varia de 0 a 100 pontos. Valores abaixo dos 50 pontos indicam falta de confiança e quanto menor o índice, maior e mais disseminada é a falta de confiança na indústria.
Segundo a CNI, há 20 meses o empresário está pessimista. "O crescimento do Icei é positivo, mas ainda é cedo para se falar em tendência de recuperação da confiança do industrial", destaca o documento. De acordo com a entidade, a alta no índice em novembro não foi suficiente para recuperar a queda de 3,9 pontos dos quatro meses anteriores.
O estudo mostra que todos os componentes do Icei, que avaliam a expectativa dos empresários em relação à situação atual e ao futuro das empresas e da economia, se mantêm abaixo dos 50 pontos.
A Confederação Nacional da Indústria destaca que a leve alta do indicador ocorreu, sobretudo, pela melhora da percepção das grandes empresas, cujo índice passou de 35,7 pontos em outubro para 37,7 pontos em novembro. Nas pequenas empresas, o Icei ficou em 35,3 pontos em novembro; e nas médias indústrias, em 35,1 pontos.