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Economia

- Publicada em 16 de Novembro de 2015 às 22:13

Corretoras apostam no investimento externo

Aplicação em BDRs é uma das estratégias mais difundidas entre fundos

Aplicação em BDRs é uma das estratégias mais difundidas entre fundos


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
Rafael Vigna
No atual cenário de investimentos, os reflexos de uma cultura dominante no mercado nacional têm eliminado uma parcela do potencial de rentabilidade oferecido por opções que contemplem o desempenho de ativos no exterior. Isso porque, historicamente, investidores brasileiros tendem a concentrar suas aplicações expostas somente aos riscos do próprio País.
No atual cenário de investimentos, os reflexos de uma cultura dominante no mercado nacional têm eliminado uma parcela do potencial de rentabilidade oferecido por opções que contemplem o desempenho de ativos no exterior. Isso porque, historicamente, investidores brasileiros tendem a concentrar suas aplicações expostas somente aos riscos do próprio País.
Em 2015, por exemplo, estratégias moldadas a partir das projeções internacionais tiveram, além de uma forte apreciação cambial, ganhos em títulos de dívida de outros países ou ações de empresas menos afetadas pelo cenário macroeconômico. Nesse caso, dentro de uma opção de diversificação, as alternativas também são capazes de suavizar a evolução dos riscos inerentes às carteiras de investimentos.
Segundo Rodrigo Fiszman, economista que atua desde 2013 como sócio do grupo responsável pelo Wealth Management (gestão de patrimônio) da XP investimentos, o tema já é pauta de um movimento de longa data na corretora. "Percebemos que o brasileiro culturalmente não investe no exterior e possui 100% do seu patrimônio concentrado no Brasil. Isso por diversos fatores. É algo que remete ao ambiente da década de 1980, quando havia muita dificuldade de acessar o exterior", comenta.
Agora, entretanto, o panorama é outro. Após a abertura econômica, a presença de produtos importados é mais comum nas prateleiras do País. Ou seja, o consumo de bens internacionais sofreu uma diversificação nas últimas duas décadas. Por outro lado, o perfil dos investimentos nacionais não acompanhou a nova tendência. Na XP, por exemplo, Fiszman estima que menos de 10% dos ativos sob custódia estejam alocados em outros países. "É um mercado pouco relevante, mas existe muito potencial para alterar essa realidade", revela.
Fiszman, que já foi sócio da Real Assets - family office responsável pela gestão patrimonial de diversas famílias no Brasil e no exterior -, estará em Porto Alegre, hoje, para uma palestra promovida pela Monte Bravo Investimentos, às 19h, no auditório da empresa (avenida Nilo Peçanha, 1.221).
Na ocasião, o economista pretende traçar as principais estratégias para acessar os mercados internacionais. Em síntese, são duas maneiras: por meio de uma série de veículos locais (fundos e produtos financeiros) ou com a abertura de uma conta no exterior.
A partir da mudança da instrução ICVM 409 para a ICVM 555, entretanto, o acesso aos fundos foi extremamente facilitado no Brasil. Antes, a modalidade era restrita às aplicações mínimas de R$ 1 milhão. Agora, os valores foram ajustados. Ainda é preciso que o investidor seja considerado qualificado, isto é, que tenha R$ 1 milhão em aplicações financeiras, mas os valores atuais nas cotas de ingresso aos investimentos foram reduzidos a R$ 25 mil em alguns casos.
Ainda assim, existe uma dúvida bastante comum entre os investidores. Com o dólar a R$ 4,00, a exemplo do que ocorreu no decorrer deste ano, seria indicado investir em ativos no exterior? A resposta, segundo Fiszman, é "sim". Isso porque existe a possibilidade de diversificar portfólios sem correr o risco da moeda.
Nesse contexto, muitos fundos se beneficiaram ao longo do ano com os reflexos positivos da variação cambial. "O que percebemos é que a diversificação é necessária, seja por produtos locais, seja diretamente com remessas de recursos ao exterior", afirma.
Entre os fundos com exposição em ativos no exterior, uma estratégia bastante difundida é a aplicação em BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Em alguns casos, o formato já contempla a proteção contra as variações cambias, restando assim uma participação na alta dos ativos no exterior. Por isso, é preciso avaliar não só a diversificação de moedas, como também a de ativos.
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