Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Consumo

- Publicada em 10 de Novembro de 2015 às 17:37

Associação vai proteger o setor de crédito

Primeiro desafio da ANBC será derrubar lei que impacta na inclusão de devedores na chamada 'lista suja'

Primeiro desafio da ANBC será derrubar lei que impacta na inclusão de devedores na chamada 'lista suja'


GILMAR LUÍS/JC
Às vésperas de a Justiça de São Paulo decidir sobre a obrigatoriedade de enviar carta AR (Aviso de Recebimento) antes de incluir consumidores com dívidas em atraso em listas de inadimplentes, as empresas de proteção ao crédito anunciaram ontem a criação de uma associação para defender o setor.
Às vésperas de a Justiça de São Paulo decidir sobre a obrigatoriedade de enviar carta AR (Aviso de Recebimento) antes de incluir consumidores com dívidas em atraso em listas de inadimplentes, as empresas de proteção ao crédito anunciaram ontem a criação de uma associação para defender o setor.
O objetivo da Associação Nacional dos Birôs de Crédito (ANBC), entidade sem fins lucrativos que surge inicialmente com duas associadas - a Serasa Experian e a Boa Vista SCPC - é debater desde medidas que facilitem o acesso ao crédito até o fortalecimento do cadastro positivo e questões relacionadas à educação financeira.
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que também está entre as maiores empresas que atuam neste segmento, já informou que apoia a iniciativa da união das empresas e deve integrar em breve à associação. Apesar de a pauta de atuação da nova entidade ser ampla, o que motivou de fato o seu surgimento e deve ser o primeiro desafio da ANBC é derrubar a lei que vigora no estado de São Paulo e trouxe impacto à inclusão de devedores nas chamadas "listas sujas" dessas empresas.
Na semana passada, foi divulgado que 7 milhões de consumidores com dívidas em atraso em São Paulo deixaram de ser incluídos em setembro e outubro nos cadastros de inadimplentes das três principais empresas do setor. São consumidores que, juntos, têm R$ 21,5 bilhões em dívidas que não estão sendo contabilizadas - o que pode ter impacto no mercado de crédito.
Eles deixaram de ter seus nomes inclusos na "lista suja" de cada uma das três empresas porque desde setembro a lei paulista nº 15.659 voltou a vigorar, obrigando o envio de carta AR aos que têm dívida em atraso, antes de inscrever seu nome em órgãos de proteção ao crédito. Sem a lei, as empresas enviavam carta simples (com custo menor) e o consumidor tinha prazo de 10 dias para pagar. Se não regularizasse a dívida, era incluído na lista de inadimplentes.
Proposta pelo deputado Rui Falcão (PT), hoje presidente do partido, a lei entrou em vigor no estado em janeiro, mas em março a Justiça concedeu uma liminar favorecendo o comércio e impedindo a sua obrigatoriedade. Em agosto, porém, a liminar foi derrubada e o envio de carta AR se tornou obrigatório em São Paulo desde setembro.
Órgãos de defesa do consumidor e entidades que atuam no segmento de protesto de títulos entendem que a lei beneficia o consumidor. O Tribunal de Justiça deve avaliar recurso sobre a questão hoje e definir se a lei será ou não mantida em São Paulo. De cada 100 cartas com aviso de recebimento enviadas aos consumidores com dívidas em atraso, somente 30 voltam assinadas, em média, segundo informam as empresas de proteção ao crédito. Segundo a Associação Comercial de São Paulo, varejistas de menor porte têm deixado de fazer a cobrança porque antes pagavam
R$ 1,40 pela carta simples e agora pagam R$ 8,60.
"A lei pode ter sido criada com o viés de ajudar o consumidor. Mas não vai ajudá-lo nem ajudará o mercado de crédito. Ela vai gerar mais protestos, que é mais caro e difícil para o consumidor", diz José Luiz Rossi, presidente da Serasa Experian.

Demanda do consumidor por crédito recuou 2,4% em outubro, diz Serasa

A procura dos brasileiros por crédito caiu. Pesquisa da Serasa Experian mostra que o número de consumidores que buscaram crédito caiu 2,4% em outubro ante setembro. Quando a comparação é com outubro de 2014, a queda é de 8,5%. Por meio de nota, os economistas da Serasa avaliaram que o encarecimento das condições de crédito, a elevação dos níveis de desemprego e as contínuas quedas dos níveis de confiança dos consumidores são os motivos do recuo na demanda.
Todas as faixas de rendimento reduziram a procura por crédito em outubro. Aqueles que recebem até R$ 500,00 e os consumidores com renda entre
R$ 500,00 e R$ 1.000,00 tiveram baixa de 2,6%. Os que recebem entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 registraram recuo de 2,2%. Já entre os consumidores com renda de R$ 2.000,00 a R$ 5.000,00 a queda foi de 2%. Para os que recebem entre R$ 5.000,00 e
R$ 10.000,00 e os que têm salário acima de R$ 10.000,00, a baixa foi de 1,9%.
A demanda teve a maior baixa na região Nordeste (-7,8%), seguida do Sul (-3,4%), Norte (-2,9%) e Sudeste (-0,4%). Já o Centro-Oeste registrou estabilidade na busca por crédito.

Ruptura de estoque chega a 3,2% nos supermercados

A falta de produtos nas gôndolas dos supermercados aumentou em setembro deste ano, segundo dados da empresa de monitoramento NeoGrid. A percentagem de vezes em que o consumidor não encontrou o produto que procurava chegou a 3,2%, saindo de 2,68% em agosto. O percentual da chamada ruptura de estoque é o maior desde outubro do ano passado.
De acordo com a pesquisa, em 43,21% dos casos o que gerou a falta de produto nas prateleiras foram problemas logísticos. Esse tipo de problema tem sido destacado por empresários do setor como uma consequência de negociações mais demoradas entre varejistas e fornecedores. Isso ocorre diante da dificuldade de negociar preços em meio à forte volatilidade nos custos, provocada entre outras coisas pelo impacto do câmbio.
"O varejo continua receoso, comprando menos, com medo de que a mercadoria fique encalhada na gôndola", disse em nota Robson Munhoz, diretor de relacionamento, varejo e indústria da NeoGrid. A maioria dos casos de ruptura de estoque ocorre, porém, por falha de execução nas lojas. Esses casos foram 56,04% do total, a maior parte deles por diferença no número de produtos que consta no sistema de informações da loja e a quantidade que, fisicamente, está disponível para venda ao consumidor.
Problemas de falta de produtos foram mais frequentes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde 4,16% dos produtos faltaram nas gôndolas. O segundo pior número foi o da região que combina os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro, com 3,95%. A ruptura foi menor no Sul, onde ficou
em 2,65%.